🥀: p𝗿ó𝗹o𝗴o.

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🏹: LEE E. MI-SUK.

É o início de 1453.

O sol queima nas minhas costas feridas por chicotadas enquanto meus joelhos doloridos repousam sob o chão de cerâmica branca, a qual está gloriosamente amaldiçoada com sangue já seco em suas entrelinhas.

Estou presa, trancada em um lugar que costumava ser o meu paraíso: a biblioteca. Os livros foram queimados. A mobília, despedaçada. Os sonhos, esquecidos. E o amor que aqui morava, desaparecido.

Os soldados de Linyah, obedecendo ao seu comando, prendem-nos aqui, já que o espaço é maior que a ganância da europeia. Antes apenas funcionários bem pagos, agora escravos. Abusados, excluídos, maltratados, forçados, pisoteados.

Contudo, ainda estamos "melhor" – se assim tenho o direito de dizer – do que os prisioneiros no calabouço, os quais não tem direito de sequer tomar banho ou ter uma refeição decente. Mas também são como nós: não podem falar, sequer fazer barulho ao respirar, se não, tem a pele ferida ou até cortada.

E o pior de tudo, o fato que faz meu coração querer parar é este: meu irmão está no calabouço. Felix é um aprisionado. Ele nasceu para ser duque real, braço direito do rei. Agora é um humilhado, torturado pelas malvadezas de MacGyver.

Maldita seja a princesa europeia.
Maldita seja.

O reino está sendo governado por mãos ocidentais que carregam o sangue de inocentes. Não sei como está a situação na aldeia, pois grande é o tempo o qual não piso fora destes muros.

Estes muros que quando os pássaros cantavam e as flores dançavam, abraçavam e escondiam um amor verdadeiro, aconchegante e puro. Hoje, estes muros escondem dor e pedidos de socorro, abrangem agonia e desespero, enquanto os sobreviventes procuram formas de escapar dele.

Ó Santo dos céus, dono do universo, se ouve o nosso clamor, salve-nos desta desgraça. Tire-nos das garras do opressor. Liberte-nos!

Os dias passam devagar e torturantes, mas a imagem do meu amor sendo levado para uma terra longínqua não sai da minha mente. Estou sozinha, sendo acompanhada apenas pelos beijos cortantes do astro rei sob o meu corpo machucado e pela vontade de morrer o quanto antes, apenas para me livrar deste inferno.

Foi com isso, então, que senti o sangue escorrer dentro do meu peito quando percebi que nunca mais veria o meu Hyunjin. Eu daria a vida para tê-lo de volta.

Mas não vai continuar assim, não por muito tempo. Porque nós vamos nos levantar, azuis como a safira, e vermelhos como a aurora.

A coroa é de Hyunjin, mas
Dozza é nossa.

𝐓𝐡𝐞 𝐎𝐮𝐫 𝐏𝐫𝐨𝐦𝐢𝐬𝐞 II | 𝗛𝘄𝗮𝗻𝗴 𝗛𝘆𝘂𝗻𝗷𝗶𝗻.Onde histórias criam vida. Descubra agora