Descobertas

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Noro abre os olhos lentamente, sua visão continua embaçada e um barulho alto o acordou, ele olha em volta ainda sonolento, continua de noite. 

Ele escuta um barulho de chuva muito alto, enquanto estrondos de trovões rasgam e rugem pelo céu noturno. 

“Ainda tá de madrugada…”, Noro pensa, cansado, ele se levanta, andando até o lado de fora, “mas isso é bom!”, ele levanta ambas as mãos fechando elas fazendo com que água junte nela, ele bebe essa água. 

Ele bebe água até que se satisfaça e fica consequentemente a noite inteira acordado, esperando com que a tempestade passa, no final das contas ele adormeceu e acordou no outro dia. 

Logo cedo ele já estava preparando as coisas, afinal, ele sabe de uma coisa, “é hora de ir embora daqui”, ele está com o olhar determinado, e está convicto que essa caverna não vai ser mais segura daqui a alguns dias. 

Dito e feito, ele sai da caverna e parte para o norte, sim, para a direção da Serpente de chamas. 

“Eu preciso de algo…” com esse pensamento, ele parte para o caminho mais maluco possível. 

Noro invoca sua adaga, dessa vez ele aprendeu com seu erro do dia passado, ele caminha pela floresta com o máximo de atenção possível, utilizando das sombras das árvores para se locomover. 

Noro está todo sujo e cheio de sangue pisado e nem ao menos parecia ter condições de lutar, mas ele não cogita lutar dessa vez, ele planeja aprender, o seu objetivo é simples, “eu preciso matar mais uma criatura, assim eu posso ter mais informações sobre a Serpente”, ele precisa se preparar, para talvez um possível confronto. 

“Vejamos, pelo que vi visão do inseto, existem algumas criaturas específicas nessa floresta, pássaros, insetos e bestas”, não parecia haver mais nenhum inseto pelas árvores naquela região, além disso, matar um pássaro seria muito difícil, sendo assim ele precisa encontrar uma besta, “não deve ser tão difi-” 

Enquanto ele estava falando, ele se esconde atrás de uma árvore, “barulho de passos”, ele olha sorrateiro e vê uma criatura se aproximando, ela parece estar exausta, ela anda como uma besta quadrúpede, sua cabeça é repleta de chifres de veado, tem 8 olhos pequenos e juntos, suas pernas traseiras são como de bodes, fortes e musculosas, e suas pernas dianteiras são mais frágeis e finas, ela anda quase pulando como uma lebre, tem o pelo cinza e opaco. 

“Agora é a hora perfeita”, Noro pensa enquanto observa com um olhar frio, ele então segue o cervídeo de uma distância relativa, nem de tão longe para não perdê-lo de vista, nem de uma distância tão próxima para que ele não perceba Noro. 

Depois de alguns minutos seguindo a criatura, ela para, e nisso se deita em uma sombra, para descansar, Noro aguarda alguns segundos, e rasteja sorrateiramente pelas sombras, para trás do cervídeo, ficando escondido em uma árvore. 

Frio e sem pena, Noro arremessa sua adaga com tudo, mirando precisamente, a adaga rasga o ar enquanto acerta e encrava na nuca da criatura, que se levanta perdendo sangue, e com ódio se vira para Noro. 

A boca da criatura se abre de maneira bizarra, sua mandíbula se separando em quatro vertentes, enquanto seu focinho se abre ao meio, “bicho feio”, Noro se sente um pouco assustado, mas não se abala, e assim ele dispersa a adaga. 

Assim que ele retira a adaga do ferimento ainda mais sangue jorra, o cervídeo rapidamente avança em direção a Noro com sua galhada de cifres prontos para arrebatar Noro. 

“Calma boizão”, Noro invoca sua adag-, “Agora não!”, aparentemente ele não invocou sua adaga, mas sim, apenas a pedra verde, “Merd-”, Noro usa se braço bom para se defender do impacto, mas é quase inútil, ele é arremessado com tudo para longe, com um impulso assustador.

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