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Piquenique
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Quando viva, minha mãe costumava amar piqueniques. Com direito a cestas, toalhas xadrez, tortas de maçã caseiras, sucos e frutas diversas. O parque era o melhor lugar.
Lembro-me de sentar ao seu lado em um campo florido do parque e conversar, enquanto encarava o céu.

Deus, como sinto falta.

Amanhã é o aniversário dela, e... Bem, quero relembrar. Quero sentir isso novamente, mesmo que pela ultima vez. Quero me sentir protegida novamente, pelos braços dela.

A caminho da cada de tia Mei, me pego enxugando uma lágrima solitária. Espero supera-la logo.

— Olá! — Digo, entrando na casa.

— Yunna, entre. — Tia Mei fala da cozinha — E então, como você está?

Ela me pergunta isso pela terceira vez desde que fiquei doente, mas não sabe sobre meus dois dias na casa de Toji. E nunca vai saber. O que ela iria pensar da sua sobrinha passando dois dias na casa de um homem, recebendo cuidados e ainda dormindo juntos?!

— Estou totalmente bem agora. Então, como vamos separar os alimentos?

— Eu estou fazendo uma torta de maçã, você pode levar as frutas e Toji...

— Espera, Toji?

— Sim, querida. Eu o chamei, será uma boa companhia para nós. E o Megumi poderá brincar com a Tsumiki.

Olho para a garota sentada na mesa, desenhando uma borboleta roxa e amarela.

[...]

Cobrimos a mesa com a toalha quadriculada e distribuímos as comidas na mesa. Tsumiki rouba um morango.

— Ei! Pequena ladra. — Chamo sua atenção, porém, faço o mesmo.

— Eu vi! — Ela ri. Eu também.

— Vejam, eles chegaram. — Disse Mei, olhando para um lugar além de nós

Avisto Toji caminhar com Megumi no braço, segurando uma bolsa térmica. O homem veste uma blusa preta e calça moletom cinza claro.

— Oi. — Diz ele, para nós. — Eu não sabia qual suco trazer, então trouxe de uva, e... limão. — Ele olha ligeiramente para mim.

— Ótimo. Muito obrigada, querido. — Diz tia Mei. — Ah, Yunna, eu soube que aqui no parque tem um campo de flores.

— Mesmo? — Ótimo. Isso é perfeito! — Depois... Eu vou vê-lo. — Olhei para Mei, ela me dirige um pequeno sorriso, como: "Eu sei, querida."

[...]

Sentados á mesa, ouvimos tia Mei falar, enquanto eu roubava alguns morangos do prato de Toji.

— Então, esses dias na praça, me encontrei com um velho amigo! — Sorriu.

— É? E quem é esse amigo? — Perguntei, com certo interesse. Dessa vez, roubei uma uva de Toji, que não pareceu se importar nem um pouco.

— Ah, um amigo da adolescência. Nós vamos marcar um jantar para conversarmos, sabe? — Pareceu pensar em algo. — Colocar o papo em dia.

— Papo em dia, em? — Sorri com malicia.

— Ah, por favor, eu não tenho mais idade para isso — Sorriu. — E vocês dois? Dois solteiros, não pretendem ficar solteiros para sempre, não é?

— Hein? — Arregalo os olhos e pigarreio.

A observo rir, e por um momento, ela abre mais ainda o sorriso.

— Ah. Agora eu lembrei de quando a Yunna levou um "bolo" do primeiro namoradinho. — Ai, não. Mais uma história tragicamente engraçada do meu passado.

— Um "bolo", é? — Disse Toji, comendo um pedaço da sua torta de maçã recém cortada.

— Ah, sim. Quando ela tinha cinco anos... — A interrompo com um pigarro.

— Eu vou ver ao campo de flores, Ok? — Meu rosto está vermelho. Vejo um sorrisinho nos lábios de Toji.

Panaca.

Caminho por uma pequena trilha que leva ao local indicado por placas.

— Uau. — É um imenso campo de flores.

Caminho até quase o meio, e me sento. Antes, em momentos como esse, minha mãe costumava falar que quando morresse, iria ter um pedacinho dela em cada margarida que eu visse por ai. E eu, apenas ria e falava ''Mãe, você não vai morrer, vai viver para sempre!". Eu era apenas uma criança, claro.

Algumas horas se passam, o sol já estava se pondo, deixando o céu em tons rosa, lilás, e laranja. Eu ainda estava imersa em pensamentos.

— Ei. Yunna. — Ouço uma vós distante. — Yunna. — Dessa vez, fica mais claro e eu olho para trás. Me sento no campo, enquanto meus cabelos voam. Vejo Toji e esboço um sorriso.

— Oi, eu... Perdi a noção do tempo.— Forço um sorriso.

— Percebi... Eu já levei as crianças para a casa de Mei. Ela mesma pediu.

— O que?! — Coloco a mão na testa — Droga, eu estraguei tudo, não foi?

— Não, não estragou nada. — Me olhou de baixo, ainda sentada. — Você quer ficar mais um tempo ai? Eu posso esperar longe.

— Não, não. — Disse, enquanto me levantava da grama. — Vamos.

Ouço um trovão soar, e sinto uma pontada de medo em meu peito. Ah, detesto trovões pelo simples fato de: Péssimas memórias vem a tona.

— Parece que vai trovejar a noite toda — Ele observa o céu, depois nota meu rosto aflito. — Tudo bem, eu deixo você dormir comigo de novo, só não me sufoca como da ultima vez.

Dou uma risada, mas percebo que não entendi muito bem o que ele quis dizer. Então paro de andar e o encaro.

— Que? — Inclino a cabeça.

— É que na outra vez, você se agarrou em mim e não me largava nunca. E quando eu tentei sair pra beber água, você murmurava coisas. — Ele me olhou de relance.

— "Coisas"? que "coisas"? — Franzi o cenho.

— "Não me deixa sozinha", ou "Quero dormir aqui para sempre" — Ele ri — Você fala muito enquanto dorme em, garota?

Ai não, não posso acreditar que eu realmente disse essas coisas. Merda. Odeio falar enquanto durmo, eu odeio!

Estamos na porta do SUV preto de Toji, quando eu me dou conta: Não escuto mais os trovões, mesmo que eles ainda ecoem no céu. Não me sinto cercada pelas lembranças da minha mãe.

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Olá! Só queria dizer que estou muito, mas muito feliz em ver que nossa obra está crescendo. Espero que vocês estejam gostando.
Estou pensando em, ao finalizar esta obra, escrever uma com Suguru Geto ou Nanami Kento. Vocês leriam?

Votem e comentem, por favor.
Beijos💋

𝐌𝐘 𝐎𝐍𝐋𝐘 𝐎𝐍𝐄𓂃⊹ Toji Fushiguro.Onde histórias criam vida. Descubra agora