Superando
Talvez eu fume para amenizar minha ansiedade, para aguçar minha terrível tristeza, para fazer meu brônquios saltarem de agonia, para matar-me aos poucos ou simplesmente porque não tenho motivos aparentemente bons o suficientes que me façam parar.
Aqui estou, sentada naquele parquinho, com meus fones de ouvidos e um livro. Ao qual eu lia enquanto fumava um único cigarro que achei na bolsa de minha mãe. Estava tão distraída que nem notei a presença do mais velho ao meu lado, não até o mesmo retirar o tabaco de minha boca e jogar no chão.
— O que faz aqui, Suho? Sua casa é um pouco longe daqui, estava com a Limju? — Ignoro seu olhar que me repreendia.
— O que? Porque? Olha eu não vou nem perguntar como você sabe, mas sim eu estava com ela. — Sua confusão me faz rir.
— Porque parece que a Jukyung tem agido estranha contigo? Como se você estivesse a ameaçando? — O olho desconfiada e ele desvia o olhar nervoso.
— Não viaja, como eu a ameaçaria?
— Você... Não sabe sobre ela? — Na minha cabeça fazia sentido que ele a estivesse ameaçando, para não contar seu segredo.
— Você sabe?
Bingo!
— Eu sabia, que feio Suho! Mas sim, eu sei, eu a conheci em um momento tenso, e a ajudei a aprender a se maquiar. Ela não merecia o que ela passou, então não maltrate minha melhor amiga.
— Eu não vou contar, só aceitei a proposta dela para poder conhecer ela melhor. Mas em hipótese alguma eu vou contar. — Ele sorri.
——————«•»——————
Ao chegar na escola penso em como vou contar para Seojun que perdi seu precioso capacete, mas que iria conseguir de volta em três dias. Acontece que a governanta da casa ao arrumar o meu quarto encontrou o objeto, e vendeu.
Encontro-o com seus amigos, que ao me verem pararam de fazer graça e prestaram atenção ao que eu iria falar, decidi escrever uma carta explicando o que aconteceu, mas sei que ele iria tentar se aproximar cada vez mais. E eu não sei como meus sentimentos ficariam depois disso.
— Conseguiu dobrar o meu capacete e trouxe ele no bolso?
— Eu não quero falar isso pessoalmente, então lê aí depois que eu for embora. — Coloquei a carta no bolso de seu blazer vinho e saio de lá rapidamente.
O que eu tinha escrito?
"Tem um ditado, que diz que a paciência é uma virtude.
Tenha isso em mente ao continuar lendo a carta.
A minha governanta vendeu o seu capacete na internet,
prometo devolvê-lo em uma semana.
Por favor, seja paciente e virtuoso."
A aula de hoje passou rapidamente, mal tive tempo para conversar com ninguém além de Haewoon que ficava falando comigo o tempo todo. Acontece que eu fiquei observando Suho e Limju, ele pedia algumas coisas para ela, que fazia e se afastava logo em seguida. Eles nem ao menos conversavam direito, ela só ia e fazia o que ele pedia e pronto.
Voltando aos meus pais, eles viajaram, foram para a Europa, disseram que era algo haver com uma segunda lua de mel, quer dizer, minha mãe disse. Meu pai esteve ocupado este tempo todo.
E a noite passou lentamente, sozinha com meus pensamentos e lembranças. Hoje decidi não sair novamente, queria ficar sozinha com Seyeon e Yuna-unnie. Estava sorrindo olhando para a foto deles dois, queria chorar, mas não um choro triste, era um recheado de lembranças engraçadas e divertidas que dividia somente com eles.
Dormi pensando neles, e desta vez eu não me rendi à escuridão. Foi a primeira vez em três anos que eu dormi sem nenhum remédio ou sem me cortar ao menos uma vez. Estava ficando forte.
Não posso dizer que parei de me culpar totalmente, ou que não ficava triste lembrando deles. Mas eu finalmente estava sentindo o luto ir embora, porque eu finalmente aceitei que eles foram embora. Mesmo que doa admitir, eles morreram. E apenas o que eu posso fazer é sentir falta, mas ser eu mesma, a eu que eles gostavam.
Hoje acordei um pouco mais disposta, saber que meus pais não estavam em casa me fazia sentir livre.
Estamos andando pelo corredor, era hora do intervalo e eu estava acompanhando as meninas até o refeitório, elas descobriram que eu não comia na escola então eu apenas acompanhava elas na mesa com uma garrafinha de algum suco. Apesar de estar melhorando, minha saúde não era algo que mudaria da noite para o dia, toda vez que eu comia eu vomitava, e não é algo que queria que vissem. Então elas acham que eu apenas não como comida escolar.
Vejo a Ju parar e olhar para o celular, logo arregalando os olhos e saindo correndo, eu decido ir atrás dela e acabo esbarrando no Seojun, me desculpo e volto a subir a escada. Mas o garoto segurava meu pulso e me olhava nos olhos.
— Porque está me evitando, mas conversando com Suho? Ele é melhor do que eu?
— Não estou te evitando. só não temos o que conversar. — Tento subir novamente.
— Na verdade, temos, muitos assuntos. Está com vergonha por causa daquele dia? Podemos esquecer e-
— Tudo bem, eu paro de te evitar, mas eu realmente preciso ir.
E assim volto acorrer até o terraço, meu coração palpitava de uma maneira que era insuportável respirar, estava tendo uma crise de ansiedade. Será que era alguma coisa relacionada à antiga escola? Alguém estava mexendo com ela? Ela iria se jogar?
Suspiro aliviada ao notar que não, sento em uma parte escondida do terraço. E quando percebi que a menina desceu e saí dali, ainda com as pernas bambas.
——————«•»——————
Eu estava no hospital novamente com a senhora Minhyu, ela realmente era a melhor mãe que alguém poderia ter. Sorrio para ela antes de arrumar as tulipas brancas ao lado de sua cama, iria embora antes de Seojun chegasse, assim ele não me provocaria.
Me despeço da mesma e vou andando por aí, percebo que estava em frente à uma loja de conveniência. Adentro e decido comprar um pacote de salgadinho, ao sair percebo alguns caras implicando com a Lim Jukyung, ela estava debaixo da chuva, com o joelho machucado e tremendo, não sei se por conta da chuva ou por conta do choro, ou talvez ambos. Dou passos firmes, tiro meu moletom e o coloco na mesma e encaro friamente a todos eles enquanto a mesma continuava seu caminho.
— Eu me chamo Jeong Sayeon, se lembrem desse nome, pois vai ser a única vez que me verão. E é uma pena que tenham mexido com a minha amiga. — Soco o nariz de um, me abaixo ao ver que um iria me atacar e chuto o mesmo para longe, sorrio ao bater em cada um deles. — Vocês já não eram muito bonitos antes, agora duvido que alguém queira vocês.
Vou para onde a garota tinha ido, e encontro Suho colocando um bandaid no joelho dela antes da mesma ir embora. O garoto se sentou em um dos bancos da pracinha, e vejo ele olhando para baixo, como se lembrasse de alguma coisa. Atravesso a rua, quase sendo atropelada por uma moto, e me sento ao lado do garoto.
— Eu acho que só a afastei de mim, não era pra eu ter tentado me aproximar...
— Ei, Suho. Não tem problema querer se aproximar dela, mas o jeito foi errado. — Abraço o mesmo. — Posso te ajudar a se aproximar dela se quiser.
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𝒪𝓊𝓇 𝑀𝑒𝓁𝑜𝒹𝓎 - 𝐇𝐚𝐧 𝐒𝐞𝐨𝐣𝐮𝐧
Romance𝒩ó𝓈 𝒶𝓁𝒸𝒶𝓃ç𝒶𝓂𝑜𝓈 𝒶𝓈 𝑒𝓈𝓉𝓇𝑒𝓁𝒶𝓈 𝒫𝑜𝓇 𝒻𝒶𝓋𝑜𝓇 𝓂𝑒 𝒹ê 𝓈𝓊𝒶 𝓂ã𝑜 𝐸 𝒸𝒶𝓃𝓉𝑒 𝓃𝑜𝓈𝓈𝒶 𝓂𝑒𝓁𝑜𝒹𝒾𝒶 "- Você é meu planeta, eu sou só uma Lua para você . - Encaro seus olhos com vontade de chorar, eu não gostava de demons...