Capítulo 5

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Saindo do banho, voltei para o quarto. Bill estava comendo a metade da torta de limão que deixei pra ele, sentado no chão.

Fechei a porta e tranquei, indo até uma caixa em minha escrivaninha que possuía uma cópia da chave do meu quarto. Senti o olhar dele em mim durante o trajeto.

-Escuta, vou te dar uma cópia da chave do meu quarto. Quando eu não estiver no meu quarto, irei levar a chave, e você se tranca aqui. Até eu arranjar um jeito de contar para todos sobre você, sem que eles tenham um treco ou decidam nos matar.- Expliquei, já entregando a chave.

-Por que o meu não tem aquela coisa pendurada e o seu tem?- Ele estava se referindo ao chaveiro.

-Porque essa chave era reserva, e não tinha um chaveiro até então. Mas vou tentar arranjar algo para você.- Falei, indo até meu espelho ajeitar meu cabelo. Fazia falta um boné, e eu ainda tinha uma leve insegurança com minha marca de nascença. Talvez eu compre um boné hoje.

-Você está bonito, e bem...- Bill aparece atrás de mim, sem eu perceber, me dando um susto. Ele então aproxima seu rosto do meu pescoço e da uma fungada. -...Bem cheiroso.- Ele falou já se afastando.

Não sei explicar, mas isso me pegou de surpresa, e eu estava levemente vermelho.

-O... O-O que você tá tentando fazer?- Eu estava tentando me recuperar da vermelhidão e da vergonha.

-Te elogiar? Humanos não fazem isso? Pensei que era algo comum.- Bill disse deitado na minha cama agora. Ele não havia tirado os olhos de mim ainda, o que me deixava com vergonha.

Respirei fundo.

Sinto um calafrio novamente, e sinto que mais alguém estava ali, nos observando. Bill pareceu sentir o mesmo, pois olhou desconfiado para a janela. Mas não falou nada e logo fechou os olhos, virando para a parede. Resolvi deixar pra lá.

-Dippeeeer~- Escutei a voz de Mabel chegando perto do quarto. -Adivinha quem veio até Gravity Falls só para nos ver? A Suzan Morgan!- Mabel falou animada, tentando abrir minha porta, sem sucesso. -Abre aqui, quero te mostrar a mensagem que ela mandou!- Mabel continuou.

-Não vai dar, Mabel! Estou me trocando. Decidi trocar de roupa.- Menti tentando fazer ela desistir de falar comigo agora.

-Ah, tudo bem! Mas eu preciso te contar. Ela falou que confessa que veio te ver. Ela tá com saudade de você, maninho. Acho que vai arranjar uma namoradaaa~- Mabel falou contente do outro lado da porta.

Eu só queria cavar um buraco é me esconder. Não é como se eu não achasse Suzan, uma amiga minha e da Mabel lá da Califórnia, uma pessoa incrível. Eu gostava dela. Como AMIGA. Mas ela havia se declarado para mim antes de Mabel e eu voltarmos para Gravit Falls, e eu não sabia o que responder na hora. Eu estava com medo de perder a amizade dela. Pedi um tempo para me organizar, mas, pelo visto, ela estava apressada para saber minha resposta. Não culpo ela, acho até bom. Ela não se prender a mim, com esperanças de algo a mais. Mas eu sinto medo de tudo isso dar muito errado, e ela me odiar.

Suspiro.

-Mabel, depois a gente fala sobre isso. Vai se arrumar, que eu sei que você não terminou. Eu te conheço.- Falei desviando do assunto.

Ela resmungou, dizendo que queria uma cunhada e saiu.

Isso me deixava frustrado. Não é como se eu não quisesse um amor. Mas a ideia de ter uma namorada era legal só quando eu tinha uma quedinha pela Wendy. Agora ela está casada com uma mulher incrível e feliz. Não consigo me imaginar com mais ninguém. Não que eu ainda nutra algum sentimento pela Wendy, isso já está mais do que no passado. A questão é... outra.

Meu maior mistério: VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora