Pov Becky
É sempre interessante observar uma sala cheia de gente. Só de olhar para o rosto de alguém você poderá identificar sua idade, etnia, aspectos socioeconômicos se for muito analítico, mas acima de tudo, sua emoção.
Os rostos de todos na sala de espera do médico apresentam emoções diferentes. Alguns nervosos. Outros entusiasmados. Casais sorrindo um para o outro, outros se ignorando completamente. Todo mundo aqui sabe ou pensa que vai ter um filho e posso ver quem está feliz e quem não está. Eu me pergunto que emoção meu rosto reflete.
Provavelmente tristeza, porque estou aqui sozinha. Nam não quis vir comigo, me dizendo que alguém tinha que cuidar de nossas filhas, mas sei que é porque ela ainda está decepcionada. Ainda decepcionado por não ter contado a Freen, por ter escondido dela esse segredo por quase três semanas. Levei horas para contar a Nam. Uma semana para contar a Dasha. Três semanas depois de fazer um teste e descobrir minha segunda gravidez, minha melhor amiga e minha ex sabem, mas minha namorada, a mulher que mais amo, não.
Ela disse que não quer que nada mude entre nós. Pensei que fosse contar a ela naquela mesma noite em que contei a Dasha, mas não consegui. Não depois que ela disse que não queria que nada mudasse entre nós. Isso resolveu para mim. Adiei a notícia o máximo que pude até tomar a decisão sobre a gravidez, mas não consegui. Ela me ama. Freen me ama.
É claro que quero ter certeza de que estou grávida antes de contar à minha namorada. Não posso revelar algo tão grande assim e depois perceber que os quatro testes caseiros que fiz estavam errados. Mas isso não é comum. Quatro testes? Quatro testes positivos. Definitivamente estou grávida, mas ainda preciso daquela certificação, daquele golpe de realidade.
Acho que se alguém aqui estivesse analisando minhas emoções como eu fiz com eles, veriam nervosismo, mas veriam que estou bem. Toda gravidez sempre vai causar nervosismo, mesmo sendo a segunda vez que vou passar por esse processo de encontro com meu obstetra, claro que ficaria nervosa. Pela saúde do bebê, por Freen, pela reação do meu corpo ao estar grávida novamente, por Emily. Sozinha no consultório médico, é só nisso que consigo pensar.
- Senhorita Arsmtrong? - desvio o olhar de uma jovem visivelmente nervosa sentada ao lado de seu namorado animado para um rosto familiar. Ela espia por uma das portas com um sorriso caloroso que eu retribuo com felicidade semelhante antes de me levantar e caminhar com ela. Eu me pergunto se Freen compartilharia um entusiasmo igual ao do jovem por aí - Que bom ver você de novo. Como vai tudo? - Doutor Brown começa.
- Muito bem, obrigado. E você? Já se passaram cinco anos desde a última vez que nos vimos.
- Ainda estou em uma profissão que amo, então não estou reclamando – ele responde com uma leve risada. Ele sempre amou seu trabalho - Bem, vamos ao que interessa. Esta é a sua segunda gravidez, cinco anos depois da primeira. Existe algo que você já sente que é diferente do primeiro?
- Desta vez não tive enjoos matinais, felizmente. Mas estou sempre de mau humor e muito mais sensível, porém, em comparação com a minha primeira gravidez. Eu também continuo menstruando, então esperava que você pudesse verificar isso e me dizer que não tenho nada com que me preocupar.
- Continuar menstruada durante a gravidez é raro, mas não impossível. Também não vai durar muito, talvez apenas nos primeiros meses. Deite-se aqui, vamos dar uma olhada em você. - instrui o Dr. Brown, apontando para a mesa de exame.
Depois de vários testes bastante desconfortáveis para ter certeza de que não preciso me preocupar com sangramento, ele me instrui a abaixar a calça jeans até os quadris e puxar a camisa até o peito. Tenso meu abdômen em antecipação ao gel frio.

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The Donor
Fanfiction𝙵𝚒𝚌 𝚊𝚍𝚊𝚙𝚝𝚊𝚍𝚊 𝚎 𝚝𝚛𝚊𝚍𝚞𝚣𝚒𝚍𝚊 ғɪᴄ ɪɴᴛᴇʀ 𝗖𝗿é𝗱𝗶𝘁𝗼𝘀 𝗮: @𝘄𝗶𝘀𝗵𝗳𝘅𝗹𝘁𝗵𝗶𝗻𝗸𝗶𝗻𝗸 𝗗𝗼𝗻𝗮 𝗱𝗮 𝘃𝗲𝗿𝘀ã𝗼 𝗲𝗺 𝗲𝘀𝗽𝗮𝗻𝗵𝗼𝗹: @𝗶_𝗮𝗺𝗿𝘂𝗶 🩵🦝