IV - Fac corpus meum domum tuam
(faça do meu corpo sua casa)A próxima coisa que Catra percebe é que suas costas estão sendo pressionadas contra a parede. Adora segura seu rosto com ambas as mãos e pressiona seus lábios com uma fome que ela nunca sentiu antes.
Normalmente, seria a outra mulher quem estaria pressionada contra a porta.
Ao sentir a suavidade dos lábios da esposa contra os seus, é como se Catra pudesse respirar depois de um longo tempo prendendo a respiração. Por instinto, suas mãos apertam a cintura de Adora, que pressiona seus quadris em resposta.
Catra sorri no beijo ao pensar como a monarca está tão faminta por ela, a ponto da mesma conseguir sentir, em alguns pontos de contato, como ela está trêmula.
Adora passa a língua pelo lábio inferior de Catra em um pedido. A morena cede de bom grado, entreabrindo os lábios, pressionando ainda mais suas bocas. Adora solta o que parece o fantasma de um gemido quando suas línguas se encontram. Um som grutural e desperado. Ela sobe as mãos dos quadris de Catra e, pelas costas, pressiona seus peitos, aprofundando o beijo.
O gosto do beijo de Adora é familiar para Catra. Doce, quente, eletrizante. No entanto, esse beijo parece diferente. Parece mais especial do que todos os outros até aqui. Talvez seja porque elas disseram "eu te amo", ou porque Catra sabe o que está prestes a acontecer. Talvez seja a reflexão de que, quando tudo isso acabar, a rainha não terá de ir embora, ou o fato de Catra ter admitido para si mesma que está apaixonada por essa mulher. Independente do motivo, esse beijo é como chegar em casa e descansar depois de uma longa caminhada e descobrir que o amor da sua vida espera por você. É romântico e erótico na medida certa.
As mãos de Catra, antes na cintura de Adora, viajam sem pressa pelas costas musculosas até chegar ao pescoço longo, onde uma mão repousa ali e a outra escorrega dentre os fios lisos quase até a metade da cabeça. Ela pega um punhado deles e puxa. Não com força o bastante para machucar, mas o suficiente para que a loira sinta isso. Sinta como a morena também anseia por ela. Anseia por esse momento.
O gemido que Adora solta dessa vez é perfeitamente audível e infla o ego de Catra. Não demora para a cacheada experimentar aquela urgência de que ela precisa extrair esse som da esposa outra e outra vez. Sons roucos e desinibidos que nascem de dentro de seu coração e ecoam por seus lábios como um canto de sereia feito especialmente para enfeitiçá-la. Feitos especialmente para incendiar não apenas seu coração e alma, como o corpo inteiro.
"Eu te amo" Adora ofega entre pausas rápidas para respirar.
"Eu te amo mais" Catra consegue engasgar em seus lábios cada vez mais exigentes.
A mais alta beija com a paixão de uma mulher que passou a vida inteira se reprimindo e a mais baixa a encontra com deleite em cada impulso, suas mãos começando a vagar, até que Catra tira o colete de Adora e joga em algum lugar bem longe que não se importa aonde. Ela começa a desabotoar a camisa com dedos hábeis e, estava prestes a puxá-la de dentro das calças para facilitar o resto do trabalho, quando a lisa começa a afastar seus lábios. Por um momento, a cacheada a persegue, achando que ela apenas errou o ritmo, mas quando não a encontra, começa a se preocupar do porquê a outra mulher está se afastando e permite o afastamento.
Ela abre os olhos para avaliar a expressão da esposa.
"Catra" Adora respira pesado. "Cama. Agora."
Se a morena fosse meio gata, ela teria rosnado.
As mãos de Catra começam a buscar cegamente a maçaneta ao seu lado. Ela abre a porta e ambas andam com pés errantes, torcendo para não esbarrar nas lamparinas postas no chão ao que parece eras atrás, até a beirada da cama.
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O que seríamos (se você se permitisse me amar)? |Catradora|
FanfictionCatra de Halfmoon tem um segredo obscuro que ela nunca planeja contar a ninguém: ela está irremediavelmente apaixonada por Adora de Eternia, sua eposa. Isso não seria problema se Catra não tivesse sido forçada a se casar com ela em um acordo diplomá...