IX

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Rodolffo viajou durante uma semana mas Ju não lhe saía do pensamento.

Se fosse outra mulher ele já teria transado com ela há muito tempo.  Com ela as coisas eram mais devagar.
O facto dela ser virgem ainda tornava tudo mais difícil.

Não queria machucá-la.  Estava a gostar muito dela mas interiormente rejeitava qualquer relacionamento sério.
O pavor de ser traído voltou a assombrá-lo.  Desde o último jantar com ela que não conseguia dormir direito.

Sózinho em sua casa estes e outros pensamentos tomavam conta de si.

- Fodaaaaa-se!  Vou arrepender-me mas de fazer e nunca de que poderia ter feito.

Era já noite quando a campainha da casa da Ju tocou.

Já preparada para dormir, Juliette vestiu um robe e foi atender a porta.

Ficou espantada ao vê-lo ofegante.

- Aconteceu alguma coisa?  Não tínhamos combinado nada.  Só vamos viajar terça-feira.

Júlio tinha decidido que Juliette iria acessorar Rodolffo na visita às fábricas.  Não que precisasse mas ele achava que eles estavam enrolando demais e além disso previa confusão por parte da Luísa que já dera a entender o seu interesse por ele.

- Eu sei Ju.  Mas eu preciso falar contigo.   Posso entrar?

- Entra.

Rodolffo entrou e fechou a porta com o pé ao mesmo tempo que puxou Ju para um beijo longo.  Ela correspondeu o que lhe deu liberdade para a segurar no colo e levar para a cama.

- Se não quiseres eu paro Ju, mas, sou doido por ti.

- Eu estou com medo.  Eu amo-te mas sei que tu não sentes o mesmo.

- Eu estou confuso mas quero-te muito.  Se é amor não sei.  Só sei que penso em ti a toda a hora.

Naquele momento ela decidiu jogar para o universo.  A sua primeira vez pelo menos seria com quem ela amava.

- Ti voglio tanti bene.

- Não sei o que é mas soa muito bem, diz Rodolffo retirando o robe dela entre beijos e carícias.

- Vai doer?

- Um pouco.  Prometo ser meiguinho.

Nas horas seguintes os dois  amaram-se esquecendo tudo e todos.

Por fim, completamente exaustos repousaram abraçados um ao outro.

- E agora, o que vai acontecer? - perguntou Juliette.

- Agora, vamos vivendo um dia de cada vez.  Vamos aproveitar a nossa viagem o máximo que pudermos e tudo vai acontecer naturalmente.

- E o teu pai?  Vai dizer o quê quando souber.

- Tu ainda não percebeste que ele é o teu maior fã?  Achas que esta viagem surgiu do nada?  A história da acessora é treta.  Ele quer a gente juntos desde o dia que chegaste.

Os dois passaram o fim de semana juntinhos.
Artur viajava segunda para Portugal e eles terça feira para as cidades do litoral onde se situavam as fábricas.

Durante a semana as visitas incluíam vistoria das instalações e Juliette sempre anotava tudo.

Tal como nas outras fábricas as queixas eram idênticas.  Salvo duas delas muitas possuíam equipamentos avariados o que limitava a produção.

- Porque não reportaram os problemas à central?

A resposta era sempre a mesma. 
O relatório foi entregue ao sr. Artur mas nunca tivemos um parecer sobre o mesmo.

Hoje iriam visitar a fábrica cujo relatório foi aprovado por Júlio e a verba disponibilizada.

- Eu entreguei o relatório e nunca tive resposta.

- Mas não houve nenhumas melhorias nos últimos meses?  No último mês mais concretamente?

- Não.   Inclusivé temos um sector completamente parado por falha nos equipamentos.  O sr. Artur diz sempre que está à espera da resposta da Administração.  Eu já tive que dispensar pessoal ou colocar noutro sector.

Rodolffo ligou para o pai expondo a situação.  O pai deu-lhe carta branca para fazer o necessário.  Queria todas as fábricas a laborar nas mesmas condições.

O dia seguinte Rodolffo passou-o no hotel fazendo telefonemas.   Contactou as várias equipas que já tinham trabalhado com ele e deu luz verde às obras.

Hoje era sábado e ele queria aproveitar o fim de semana numa praia com Ju.
Durante a semana por causa da correria não lhe tinha dado a atenção devida.
Chegavam ao hotel,  jantavam e logo iam dormir pois no dia seguinte era acordar cedo.  O sexo era aproveitado entre um banho de outro pois ao chegar à cama já estavam exaustos.

- Vamos aproveitar estes dois dias.   Desculpa a minha falta de atenção.

- Não tem importância.  Estamos em trabalho.   É normal.
E basta a tua presença para eu estar feliz.

- Vamos curtir uma praia?

- Sim.  Mas primeiro eu quero curtir o teu corpinho.  Estou com saudades.
Fizeram um amor cheio de tesão e depois de um banho iriam para a praia.

- Isso é biquíni de criança, Ju.  Não tapa nada.

- Não gostas?  Olha lá se não estou gostosa.

- Gostosa demais.  Mas assim, os outros vão olhar.

- Deixa olhar.  Olhar não tira pedaço.   E no final, quem come?

- Eu.  Meu pedaço de mau caminho.

- E este tanquinho é de quem?

- De quem aproveitar.   Neste caso só tu.

- Espero bem.  Corto os dedos da piranha que passar a mão aqui.

- Ai que violência! Não te conhecia esse lado perverso.

- Elas que experimentem.  Activo o meu lado "máfia italiana" e depois quero ver.

No que é meu ninguém toca.

Soltem os fogosOnde histórias criam vida. Descubra agora