a troca

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- Pronto. - Carlisle disse terminando de suturar o corte - Vou chamar a enfermeira para que ela possa de dar uma vacina antitetânica, tudo bem Sr. Black?

- Claro. - Jacob concordou. Ele havia levado seis pontos na mão.

- Hmmm... Dr. Cullen? - Eu o chamei -
Podemos conversar?

-Sim. - Concordou com aquele lindo sorriso no
rosto.

- Lá fora, por favor. - Pedi.

Carlisle assentiu e fomos para o corredor. Olhei ao redor e alguns funcionários do hospital e pacientes transitavam por perto.

- Será que poderíamos ir para... um local mais reservado? - Perguntei.

O médico me olhou com curiosidade antes de responder:

- Para meu consultório, então.

O segui pelos corredores brancos, enquanto ele ocasionalmente cumprimentava algumas pessoas, até chegarmos a uma porta com o seu nome.

- Aqui. - Falou adentrando a sala. Eu entrei e ele fechou a porta - Gostaria de se sentar? -

Apontou a cadeira à frente de sua mesa.
Assenti e ele tomou o lugar à minha frente.

Esperava que nos encontrássemos em uma situação mais agradável. - Disse.

- Queria me encontrar novamente?

Ele sorriu timidamente de lado antes de responder com sinceridade:

- Sim.

O encarei por alguns instantes antes de conseguir colocar meus pensamentos em ordem.

Carlisle, o vampiro gentil e lindo que havia me ajudado na loja dos Newton, gostaria de me encontrar e, acima de tudo, era médico.
Um médico vampiro, que não hesitara ao suturar uma mão com um corte profundo.

Suspirei. A curiosidade tomava conta de mim.
Então, talvez de forma precipitada, fiz a pergunta que tanto queria, mesmo sabendo que aquilo no final revelaria mais a ele sobre mim do que o contrário. Afinal, eu sabia o que ele era, mas a recíproca não era verdadeira.

- Como consegue?

- Consigo o que? - Devolveu confuso.

- Ser médico. - Ele franziu as sobrancelhas louras para mim - O sangue. - Especifiquei.

Lentamente, vi a compreensão do que minhas palavras significavam atravessar seus olhos dourados e seu corpo tencionar. Um humano desavisado não teria percebido, mas eu esperava por alguma reação. E, apesar de não ter a capacidade de percepção tão aguçada como a dos vampiros, ou mesmo dos lobos, eu não era humana.

- Sou como qualquer outro médico. - Falou o mais naturalmente possível e eu sorri com a falsidade daquelas palavras - Duvida da minha capacidade? - Indagou forçadamente, como se aquele fosse o problema.

- Dr. Cullen... Eu sei sobre você. - Ele começou a falar, provavelmente tentando esconder seu segredo - Escute, por favor. - Pedi. Relutante, Carlisle se calou, olhando intensamente para mim. - Eu sei que é um vampiro. - Seu olhar queimava minha pele - Primeiro, quero que saiba que não vou contar o seu segredo. Eu sei por que também não sou humana.

Revelar a verdade da minha real essência era fundamental para que aquela conversa fosse possível. Por mais que não fosse adequado espalhar isso aos sete ventos, eu estava o fazendo constantemente em Forks. Mas havia uma justificativa. Caso não dissesse a Carlisle, eu não duvidava que ele pesquisaria sobre mim e rapidamente descobriria sobre meu trabalho na reserva. Obviamente, entenderia que os quileutes haviam quebrado a promessa, feita tantos anos antes, e minha atitude colocaria um fim no tratado. Eu não podia arriscar isso.

eternity - carlise Cullen Onde histórias criam vida. Descubra agora