primeiro encontro ??

73 6 0
                                    

Billy quase teve um ataque do coração. Mas poderia ter sido pior. Depois de alguns minutos de gritaria e dedos apontados, ele me perdoou.

Disse algo sobre Sam aceitar e não ser possível mudar minha cabeça dura. Era estranho como aqueles que sabiam do segredo dos lobos agora tratavam Sam como um líder. Um alfa, melhor dizendo. Se ele aceitava, então aparentemente tudo estava bem. Além disso, não tinha como eu saber sobre o líder do clã de vampiros ser um médico.

No dia seguinte, acordei as sete horas da manhã com meu celular vibrando. Remexi enrolada nas cobertas criando coragem para pegar o aparelho na mesinha de cabeceira e estreitei os olhos ao ver uma mensagem de um número desconhecido.

Telefone não identificado: Olá Catarina, aqui é Carlisle Cullen. Gostaria de saber quando poderíamos nos encontrar.

Suspirei. Achei que tudo se resolveria com uma ligação, mas eu não achava ruim ver Carlisle novamente. Olhei para o relógio. Argh, ele não poderia ter esperado um pouco mais?
Vampiros não dormem, ponderei, ele deve ter ficado a noite toda remoendo o que eu era.

Salvei o número e respondi.

Cat: Estou livre hoje. Pode ser as 9h?

Eu mal havia terminado de enviar quando o celular vibrou com a resposta.

Carlisle: Claro. No café no centro?

Cat: Sim.

Novamente, ele respondeu rápido demais.

Carlisle: Marcado, então.

Ri sozinha. Iria tomar um café com um vampiro.

***

O barulho do sininho na porta anunciou minha entrada. Enfiei as mãos enluvadas no bolso do casaco com frio e olhei ao redor procurando a mesa certa. Carlisle já estava lá, sentado no lugar mais ao fundo, sorrindo cordialmente para mim. Pisquei tolamente antes de seguir ao seu encontro.

- Olá. - O vampiro me cumprimentou, sua voz angelical ressoando em meus ouvidos.

- Olá. - Respondi me sentando.

- Gostaria de beber alguma coisa? - Perguntou educado.

- Um café grande, por favor. - Ele assentiu e foi ao balcão fazer o pedido.

Aproveitei para analisar a única cafeteria da pequena cidade de Forks Relembrando da primeira vez em que vim na minha chegada. O lugar estava meio vazio, a não ser por outro casal sentado perto da porta. Com toda certeza, o estabelecimento já havia visto dias melhores.

Apesar do meu vício em cafeína, não costumava ir muito ali. O lugar era menos atraente do que qualquer cafeteria em Port Angeles, por exemplo, e tinha um preço meio salgado para a pequena cidade.

- Aqui. - Carlisle interrompeu meus devaneios ao colocar o copo à minha frente.

- Obrigada. - Esfreguei as mãos em uma vã tentativa de esquentá-las e peguei o café. O gosto familiar desceu por minha garganta e quase instantaneamente eu me senti aquecer.

-Está bom? - O vampiro à minha frente perguntou.

- Sim. - Deixei um pequeno sorriso escapar pelos meus lábios - Então... Está muito curioso?

Carlisle inclinou a cabeça e sorriu de lado, mostrando uma pequena covinha em sua bochecha.

- Oh, eu estou morrendo de curiosidade. - Gracejou.

- Boa escolha de palavras. - Devolvi.

A risada dele ecoou pelo café, atraindo alguns olhares para nossa mesa.

- Não foi intencional. - Disse.

- Hmmm... Não sei se acredito em você. -
Brinquei e tomei mais um gole da bebida.

Carlisle se limitou a sorrir outra vez. - Eu sou uma Elemental. - Soltei.

-Elemental? - Ele franziu as sobrancelhas -
Nunca ouvi falar dessa espécie.

- É porque.... bem.... - Suspirei - Não nos costumamos a nos misturar. - E aqui estava eu, me envolvendo com vampiros e transmorfos.

O vinco entre as sobrancelhas de Carlisle ficou ainda mais profundo.

- Por quê?

- Isso está relacionado a essência do que somos. - Respondi - Nós, elementais, somos seres que nascem com a magia pura e, por isso, tentamos sempre manter o equilíbrio de tudo. A melhor forma de fazer isso é a distância, não nos envolvendo.

Carlisle tinha os olhos dourados fixos em mim, claramente ainda confuso.

- Magia pura? - Perguntou.

- Magia pura, em seu estado mais primitivo.
Outros seres também a possuem, mas de forma diferente. Você com certeza já ouviu falar de feiticeiros, certo? - Ele assentiu - A maioria deles são descendentes de elementais com humanos, com pouca magia no sangue..
Deixei que meu dedo trilhasse as rachaduras na mesa - Por isso precisam dos seus rituais e objetos para canalizar a magia. Já os elementais.. - Dei de ombros.

- Vocês não precisam?

- Não. Nós... - Busquei em minha mente as palavras certas para minha explicação - Somos magia. Faz parte de nós como seus braços fazem parte do seu corpo. É como se fosse uma coisa só. - Olhei para o vampiro e percebi o quão disposta estava em explicar tudo a ele, todos os pormenores do meu mundo. - No entanto, ela se revela de várias formas. Alguns tem mais afinidades do que outros em determinados aspectos mágicos, como um humano pode ter mais facilidade em exatas do que nas ciências humanas.

- Certo. Mas... - Carlisle olhou ao redor antes de perguntar - O que é essa magia?

-É difícil colocar em palavras o que ela realmente é... Curar, transportar, criar... São tantas possibilidades.. - Sorri empolgada -
Seria mais fácil se eu te mostrasse.

- Você faria isso? - Ele parecia tão animado quanto eu.

- Claro. Mas como eu disse, alguns tem mais facilidades em algumas coisas do que outras.
Minhas habilidades de cura, por exemplo, são bem rasas. E eu estou bastante tempo sem realmente fazer algo... - Lentamente o sorriso deixou meus lábios. Havia tanto tempo desde a última vez... Eu não lembrava de ter sentido falta todo aquele tempo, mas ali, contando à Carlisle, a vontade de ter aquela sensação tomando conta do meu corpo emergia, e antes que pudesse perceber, eu desejava aquilo como há anos não acontecia.

- Está tudo bem? - Carlisle estendeu a mão em cima da mesa e segurou a minha. Olhei para nossas mãos juntas e ele rapidamente tirou a sua.

- Sim. - Forcei um sorriso. - Eu só... Seria mais fácil se eu te mostrasse como funciona.

Mudei de assunto. Não poderia despejar tudo em cima de alguém que eu mal conhecia.

- Eu gostaria disso. - Disse. - Quando poderíamos...?

- Logo depois que você me pagar outro café. -
Respondi e, de repente, o sorriso em meus lábios não era mais tão forçado assim.

eternity - carlise Cullen Onde histórias criam vida. Descubra agora