take me home

Começo.

Entre tantas pessoas circulando no salão de festas tão cheio e claramente nada divertido pra alguém cujo as ultimas horas de sono não passaram de cochilos cronometrados, Rafaella se esforçava ao máximo para prestar atenção no que um dos investidores da marca que ela tanto queria representar dizia. Geralmente não era uma dificuldade tão grande assim dar atenção a um homem com o único intuito de receber ganhos e visibilidade pra um trabalho que amava. Entretando, a música alta e incômoda, o falatorio e o fluxo de ida e vinda de pessoas estranhas só tornava o choro de Alice mais sôfrego e torturoso.

A influencer que não era adapta a babás ou á outras pessoas cuidando da sua filha que considerava tão nova pra tal, não teve outra escolha quando recebeu de última hora um intimato para que comparecesse no evento atual. Mesmo sua assistente sendo de sua total confiança, sua falta de jeito com a pequena estava irritando a mulher que praticamente nunca se irritava. Era inevitavel. Pegou duas taças de champanhe e entregou uma delas para o empresário e a otra ofereceu pra sua funcionária que segurou mantendo o semblante de estranheza no rosto.

— Não se preocupa, o senhor pode continuar contando tudo pra Thici. Ela é minha assistente e vai conseguir me passar tudo com excelência. - impôs, já pegando sua filha nos braços e a bolsa cor de rosa que continha suas coisas dentro. — Fora que essa festa linda merece ser aprovitada.

Sem dar muito espaço para interpretações ou recusas vindas de ambas as partes, Rafaella sorriu gentilmente de forma completamente ensaiada e rumou para uma área mais reservada buscando um pouco mais de paz enquanto assoprava e murmurava palavras carinhosas buscando acalmar sua filha.

Alice que anteriormente chorava tanto que seu rosto alvo se tornou vermelho, aos poucos se acalmava no colo da mãe com a chupeta oferecida pela mesma. O aconchego do colo trouxe calma mas não cessou seu mal estar. A mineira já sem o que fazer, se sentia observada e julgada. Suas lágrimas escaparam de seus olhos quando abraçou a pequena e caminhou até o local onde poderia chamar seu motorista para leva-las pra cara. Estava mais do que arrependida de ter cedido á insistência de sua equipe. Culpada por submeter sua filha ao que julgou um estresse imperdoavel.

Rafa era assim. Seu lado mãe tratou de ressaltar ainda mais suas inseguranças e medos. Seus receios de não ser o mais perfeita que conseguisse, era surreal demais pra si. Queria que aquela noite infeliz acabasse e no instante em que colocou sua bebe de dois anos e meio sentada na beirada da bancada do banheiro vazio e passou a ajeitar seu casaco quente, se surpreendeu ao ouvir a descarga de uma das cabines que pensou estar vazia pela porta entrecortada.

O que não sabia era que Bianca a observava desde que chegara á festa com sorriso largo, esbajando carisma e carregando consigo uma mini versão sua. Seus olhos castanhos ganharam algo pra observar durnte toda a noite. Observou o cuidado que Rafaella tinha com a pequena, a forma protetora que e escondia de toques de desconhecidos e gentilmente os recusava. Prestou atenção até mesmo na expressão de desgosto que o rosto fino adquiriu quando um homem se aproximou em busca de sua atenção a qual fora dada de forma não intusiasmada.

A empresária saiu pela porta e se surpreendeu em ver a outra mulher ali, e ainda mais a criança que ainda chorava. Não evitou observar por alguns segundos contados, o que não passou despercebido por Rafaella que não demorou pra pegar sua filha no colo e abraça-la protetoramente, acabando por fazer a menina chorar mais alto.

— Boa noite, Rafa... - cumprimentou cordialmente enquanto lavava suas mãos de forma exageradamente lenta. — Tá tudo bem? Digo... ela tá bem?

Questionou genuinamente, de forma tão calma que mal reconheceu sua própria voz. Rafa que continuava a murmurar pra filha enquanto tentava usar o celular ao mesmo tempo, não consegiu reciclar a normalidade na sua voz e acabou por responder sem pensar muito, de forma quase pesarosa.