Um momento de nós

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Bianca fechou a porta da casa de Rafa atrás de si, com Maya ao seu lado. Ao entrar no carro, a chuva caiu com força, batendo ritmicamente no teto do veículo. Gotas pesadas escorriam pelas janelas, criando um véu de isolamento do mundo exterior.

Antes que Rafa pudesse reaparecer, Bianca deu partida no motor, e um sorriso iluminou seu rosto. Rindo com Maya da falta de sorte, ela sentiu o coração leve novamente. A menina, sentindo a alegria de Bia, gargalhava alto. Seu rostinho iluminado pelo sorriso fazia a carioca suspirar através do retrovisor. A tempestade exterior não parecia assustá-la, pelo menos não com Bianca por perto.

O trajeto até a casa de Mônica foi curto, mas a chuva intensa tornou o percurso mais lento. Bianca mantinha Maya segura contra si, sentindo seu coração bater ao ritmo da chuva e chegar à porta da casa, pegou a mochila de Maya e, com a menina em seu colo, correu com cuidado para dentro, protegendo-a da chuva. A porta se fechou atrás delas, abafando o barulho da tempestade.

— Chegamos, prontinho! Você tá bem? – Bia questionou de forma carinhosa, a colocando no chão já dentro da casa. o calor e a segurança envolveram as duas, criando um refúgio acolhedor.

— Estou bem, Bi. – respondeu com o tom de voz infantil e doce. — A gente se molhou um montão, minha mãe ficaria doidinha... mas hein, você não tem um neném por aí não?

Sua pergunta sucedeu aos olhos estreitos pelo andar inferior da casa, como quem estivesse procurando pela criança que sua mãe havia lhe afirmado que havia ali. Bia se segurou pra não sorrir amplamente, sabia que seu filho á esse hora já dormia então pegou a mão da menina pra subirem as escadas.

— Sabe que eu tenho?! O nome dele é Cris. Ele tem o tamaninho da tua irmã e é maneirao. Agora tá dormindo mas amanhã tu vai conhecer ele e nós vamos ter uma manhã bem agitada.

Dissertou durante o caminho até o banheiro de seu quarto. Já tinha deixado as coisas da pequena em sua cama e enchia a banheira com água morna pra dar um banho em maya.

— Certo, certo... – usou reticências, o que fez Bianca fazer uma nota mental de que aquilo era algo particular dela. — Minha irmã Alice dorme um monte também. Ela dorme toda hora, Bi. Quando tá dodói então, ai que dorme mesmo!

Bianca sorriu ao ouvir Maya falar sobre sua irmã de forma tão carinhosa, notando o tom meigo e protetor na voz da menina.

— Ah, que fofura! Sua irmã parece ser uma dorminhoca, né? – disse, enquanto ajudava Maya a se despir para o banho e a viu assentir, seus olhos brilhando com alegria.

— Sim, Bi! E ela chora muito quando tá dodói. Mas eu gosto de cuidar dela, mesmo pegando catapola' – sua fala enrolada foi proferida com um sorriso inocente.

Bianca sentiu um aperto no coração, admirando a maturidade e empatia da menina.

— Tué uma irmã mais velha incrível, Maya. Eu sei que a Alice ama você mas não gostaria que ficasse doente também. Sua mamãe vai cuidar dela muito bem e logo, logo todo mundo vai tá junto de novo.

O banho foi um momento de relaxamento e diversão para as duas, com Bianca cantando músicas infantis e Maya rindo e brincando com a espuma. Uma hora e muita bagunça depois, a morena vestiu Maya com um pijama macio e a levou para sua cama, onde já havia preparado um cobertor quente e seu ursinho de pelúcia.
O sono da menina era visível mesmo que se esforçasse pra se manter consciente e quase dormindo, perguntou:

— Bi, tu acha que amanhã vai chover de novo?

— Eu não sei mas mesmo que chova, vamos encontrar um jeito de nos divertir, tá? – após questionar, a viu assentir e sorrir.

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