Engoli em seco. Devo admitir que para terminar com Hyunjin deve-se ter coragem. Ele parece ser tão...
— Nada novo sob o sol — Jeongin riu e apoiou o queixo em sua destra — quanto tempo durou dessa vez?
— Uma semana — ele respondeu.
— O que? — eu praticamente gritei. Ótima segunda primeira impressão, Lee Felix. Hyunjin tinha o cenho franzido e os lábios levemente contorcidos, me encarando. Já Jeongin segurava o riso — desculpe.
— Acredite, esse é o recorde dele. A única coisa que ele namora é o trabalho — o Yang caçoou o amigo. A senhora voltou com duas garrafas de soju e dois copos extras. Eu a agradeci com um sorriso e um aceno positivo com a cabeça.
— Você é meu melhor amigo ou meu inimigo? — Hyunjin gritou, apontando para Jeongin com a garrafa de soju vazia.
Jeongin suspirou e abriu a garrafa de soju, despejando o líquido em meu copo para então servir a si mesmo. Assim que eu ia agradecê-lo, Hyunjin começou a falar sobre um tópico que eu era completamente alheio. Preferi ficar em silêncio enquanto os dois se divertiam com a conversa, afinal, não havia nada que eu pudesse fazer.
Passei a encarar o lado de fora do restaurante enquanto mexia o copo em minha destra. Assim que senti que ia me afogar em meus próprios pensamentos, ouvi Jeongin falar meu nome e o olhei.
— O que você disse? — questionei.
— Hyunjin ficou apontando para você e eu só disse seu nome — Jeongin deu tapinhas carinhosos no topo de minha cabeça, como se eu fosse um pinscher raivoso que precisava se acalmar para não morder o dono.
— Podia ter me perguntado — murmurei — espera,
você não sabe quem sou?— Quando eu disse que ele namorava o trabalho, eu não estava brincando. Hyunjin não deve ver uma série há trinta anos.
— Dois anos, Jeongin — ele o corrigiu. Mesmo assim, continua sendo muito tempo — é melhor eu ir — Hyunjin disse ao olhar para o horário em seu celular.
Ao se levantar, Jeongin segurou o melhor amigo pelo pulso, o forçando a se sentar novamente.
— O que foi?
— Você bebeu três garrafas de soju. Eu vou te deixar em casa, então senta essa bunda de maçã aí.
Eu nunca vi Jeongin tão confortável com alguém antes. Esse Yang Jeongin era totalmente diferente do que eu estava acostumado a ver nos sets de gravação. Parecia-se ainda mais com uma criança agora, discutindo de forma boba com Hyunjin.
Depois de tanto insistir, Hyunjin deu-se por vencido e esperou que eu e Jeongin jantássemos para que então o Yang deixasse o melhor amigo em casa. Posso ser um pouco paranóico, mas senti o olhar de Hyunjin me queimar a cada garfada que eu dava no rámen.
[...]
Após pagar a senhora do restaurante, a agradecemos pela comida e entramos no Porsche. Jeongin dirigiu por menos que cinco minutos, pois lembrou-se que em sua casa não havia ração para sua gata. Então, estacionou em um supermercado que ficava bem na esquina por onde passávamos.
— Volto logo — Jeongin disse ao desligar o veículo. Tomou cuidado ao descer e atravessar a rua, e logo sumiu dentro do enorme mercado avermelhado.
Que situação estranha. Era como se houvesse uma nuvem acima do Porsche e chovesse silêncio, tornando qualquer movimento inválido ou possivelmente desconfortável. Hyunjin foi quem quebrou o silêncio ao limpar a garganta.
— Você é namorado do Jeongin?
Engasguei com o ar.
— S-Somos só amigos.
— A última vez que eu o vi com alguém foi quando ele namorava yeosang — suspirou — de qualquer forma, não quebre o coração dele.
Umedeci os lábios e, pelo retrovisor interno, encarei a feição de um Hyunjin despreocupado no banco de trás.
— Eu já tenho o meu coração quebrado para cuidar, não posso me dar ao luxo de quebrar o dele — rebati.
Tudo o que Hyunjin respondeu foi um "hum" prolongado, totalmente desinteressado. Ele é realmente um advogado viciado em trabalho? Parece mais uma criança.
— Você por acaso tem sentimentos por Jeongin? — questionei. Ele se arrastou pelo acolchoado e colocou o queixo no banco em que eu estava.
— Eu sou hétero.
— Isso não responde minha pergunta — sussurrei.
Hyunjin encostou as costas no banco de trás outra vez, dessa vez me encarando pelo retrovisor interno com os olhos felinos.
— Jeongin é meu melhor amigo. Eu gosto dele como amigo.
— Já gostou de alguém antes? — acabei perguntando sem pensar. Meu cérebro recordava os momentos bons que passei com meu ex-namorado, há dois meses atrás, dias antes de nosso término e minha consequente humilhação — você só vai conseguir diferenciar afeto e amor quando der um passo adiante.
Hyunjin suspirou profundamente.
— A lei da vida diz que, quando você se apaixona, você pensa que essa pessoa é o amor da sua vida. Porém, você se decepciona com ela e então passam a agir como estranhos — Hyunjin, após umedecer os lábios e desviar os olhos dos meus, continuou — em seguida, você busca outra pessoa para suprir a falta da anterior, tornando isso um ciclo vicioso, em que, no fim, você parece ser o único que se machuca.
— Você é realmente um advogado viciado em trabalho — murmurei — o amor pode machucar, mas é o único que pode salvar seu coração quebrado.
Subitamente, a porta foi aberta por Jeongin, que tinha em mãos duas sacolas com rações para sua gata. Nos deu um sorriso antes de guardá-las no banco de trás, perto de Hyunjin.
Que jeito deplorável de pensar, senhor advogado.
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a lei do amor | hyunlix
Fiksi PenggemarHyunjin, além de ser um homem excêntrico, materialista e calculista, é um advogado renomado que trabalha na firma mais reconhecida na Coreia do Sul. O Hwang é do tipo que não acredita em amor, diz ser algo inútil e desnecessário. Porém, esse pensame...