Era um dia frio no reino de Athea, as pessoas andavam apressadas, com seus vestidos longos e paletós colados ao corpo, tentando impedir a friagem de chegar em suas peles.
Em meio a toda essa agitação, todos falavam do casamento do príncipe Artanis com a filha do conde, Aretha. E era por toda essa situação que ninguém se importaria com um jovem qualquer a frente da taverna bebendo a quarta garrafa de vinho.
Luke fechou os olhos, meio tonto devido à bebida. Sua camisa branca e calças pretas estavam amarrotadas e sujas devido ao contato com o chão e pelo vinho que havia derrubado. Ninguém pensaria que alguém tão desalinhado seria o futuro cunhado do príncipe.
Ele se levantou cambaleando, decidindo se voltaria para casa ou se continuava a perambular um pouco mais por ali. Decidiu pela segunda opção. Quase ninguém se importaria mesmo.
Luke pensou que seria mais um dia como qualquer outro, onde ele chegava em casa bêbado, sendo ignorado por todos, como se nem existisse. Exceto por sua irmã mais velha, que o acordaria com seu sorriso e olhos gentis.
"O que será de mim sem ela?" — pensou no que faria quando Aretha estivesse longe e casada. Provavelmente seria totalmente esquecido.
O vento frio, o cortou mais uma vez, fazendo com que esfregasse os braços na tentativa de se aquecer. Talvez fosse melhor voltar para casa. Porém, algo inesperado o chamou a atenção. Ou melhor, alguém.
Um capuz escondia os cabelos loiros, quase brancos do estranho que passou por ele. Porém, nele havia um cheiro amadeirado inconfundível. Luke havia se acostumado a sentir aquele odor toda vez que o noivo de sua irmã ia visitá-la em sua casa.
O que o príncipe estava fazendo ali no meio da noite? Estaria traindo a honra de Aretha logo antes do casamento? Se fosse mesmo ele, onde estariam seus guardas?
Bem, não era tão estranho assim, Artanis estar sozinho, afinal, o príncipe era conhecido por ser um excelente lutador e espadachim. E claro, seu maior título: alto mago de Athea. Com certeza conseguia se defender sozinho.
O jovem sabia que não deveria se meter com o príncipe, era muito poderoso comparado a alguém como ele. Porém, a vontade de proteger a irmã que sempre fez tanto por si, venceu.
Mesmo que fosse alguém desajeitado, Luke era muito leve e magro, por isso, conseguia andar quase sem ser percebido. Apesar de estar bêbado, ele fez o possível para não deixar a tontura o dominar.
O possível príncipe estava quase desaparecendo na multidão. Luke se apressou para que não o perdesse de vista. Ele o seguiu pelas ruas, se escondendo nas vigas para não ser notado.
As pernas do conde estavam cansadas de tanto andar. Eles já haviam saído do centro e ido em direção à floresta obscura. Não era um local para civis comuns, principalmente para pessoas fracas como Luke. Mesmo assim, ele não desistiu. Por sua irmã.
Continuou seguindo o homem misterioso, até finalmente parar. O local de chegada era uma loja abandonada. Uma mulher de cabelos ruivos, olhos acinzentados e um vestido azulado, o esperava.
Luke sorriu, feliz por ter acertado,oenquanto se escondia em meio às árvores. Então era mesmo uma amante.
O estranho abaixou o capuz e os cabelos loiros platinados foram totalmente vistos. E a voz suave e rouca que nunca perdia a calma, que o jovem já havia ouvido várias vezes elogiando sua irmã, se fez presente:
"Preparou o que pedi, Talise?"
A mulher ruiva, que não deveria passar dos 30 anos, acenou em confirmação. Logo se virou para trás para pegar algo no balcão.
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O principe que eu deveria odiar
FantasyLuke é só o filho vagabundo do conde de Athea, que quer impedir o casamento de sua irmã mais velha com o príncipe Artanis. Porém, algo inesperado acontece. Ele toma o lugar dela, como noivo do príncipe, fazendo um contrato de sangue. Mesmo que haja...