Capítulo 8 - Desejo e Medo

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Luke se sentou ao lado do marido. A imagem do acontecido ainda estava fresca em sua mente. Ele agradeceu por Cole poder carregá-lo, pois, não possuía a mesma força.

Agora, Luke observava o rosto sereno de Artanis enquanto dormia, nem parecia aquela peste. Aliás, era a primeira vez que o príncipe dormia naquele quarto. Luke não imagina que fosse acontecer em circunstâncias tão inesperadas.

Suas roupas ainda estavam cobertas de sangue e as do marido também. Luke se lembrou do corvo se desfazendo. Com certeza era um dos que Vivian falou.

Uma batida foi ouvida na porta e Luke disse para a pessoa entrar. A dita cuja era uma jovem mulher de altura mediana, 1,75 m, pele negra, olhos castanhos e cabelo afro branco. Ela usava um jaleco branco com o nome: Dra. Niara Saído, bordado em seu bolso.

A doutora o cumprimentou e se apresentou.

Após observar o príncipe, ela colocou as mãos quase encostadas no corpo dele e uma luz prateada saiu de suas mãos e seus olhos ficaram azuis.

O jovem moço se surpreendeu com aquilo. Era a primeira vez que via uma magia tão visível diretamente.

Os ferimentos a mostra do príncipe foram curados. E a doutora o observou mais um pouco. Ao notar a curiosidade de Luke, ela sorriu e disse:

— Eu consigo ver se há alguma inflamação no corpo do paciente e consequentemente, dor. Parece estar tudo bem. Me disseram que havia um corvo, correto? Os ferimentos me parecem realmente terem sido causados por bicos de pássaros.

— Isso mesmo, doutora. Havia um daqueles pássaros mágicos do ataque de dias atrás. — Luke respondeu, preocupado.

— Vossa alteza ficará bem, não se preocupe, alteza. Só o faça se alimentar e hidratar bem.

Após a saída da doutora, Luke pediu para que preparassem algo para Artanis comer. Não acreditava naquilo, mas, estava aliviado ao ouvir o parecer dela.

Ao fechar a porta, notou que o outro estava acordado.

Seus olhos azuis o fitaram com seu sorriso travesso.

— Vejo que está acordado. Como se sente? — ele perguntou ao príncipe se sentando na cadeira novamente.

— Estou bem. Fico feliz, que esteja preocupado comigo.

— Seria um monstro se não ficasse após ver tanto sangue.

Ainda com a preocupação em mente, Luke foi direto ao ponto:

— O que aconteceu? Eu vi um corvo. Era um dos de Vivian? — mesmo que já soubesse a resposta para segunda parte da pergunta, quis a confirmação do mago.

— Eu sabia que nem todos os corvos seriam facilmente encontrados pelos meus soldados arcanos. Então, eu mesmo fui atrás de alguns deles. E claro que algumas das malditas aves estavam preparadas para me enfrentar. Vivian as enfeitiçou para terem mais poder que as outras e poderem me atacar. — Ele deu uma pausa, tomando um pouco de água para continuar. — Eu consegui vencê-las, mas, fiquei um pouco ferido. Por isso, fui em busca da sua magia.

Artanis completou com um sorriso travesso, aproximou o rosto de do de Luke, que se afastou levemente e corou violentamente.

— Como você é pervertido. Não sugou minha magia o suficiente?

Artanis riu suavemente e respondeu:

— Eu estou melhor agora. Não quer um pouco de volta? Só você iniciar o beijo.

Luke corou mais ainda, se é que era possível. Ele se surpreendeu que fosse possível que ele pudesse fazer o mesmo que Artanis.

Então para aprender, o moço quis tentar. Claro que ele não admitiria que gostava dos beijos.

Luke se aproximou do mais velho e chocou seus lábios contra os dele. Não tinha ideia de como começar isso, já que nunca o havia feito. Mesmo assim, tomou coragem e o fez. Ele abriu os lábios, tentando focar em tomar parte do poder de Artanis e em não como a língua do outro estava tentando dominar aquele momento.

Artanis retribuiu calmamente. Ambos sentiram os lábios e línguas molhados um do outro e Luke pôde sentir o poder de Artanis em seu corpo, o recarregando e lhe dando energia.

Quando se separaram, ambos ofegaram e Artanis sorria, enquanto Luke estava envergonhado.

— Admita que gosta. — o loiro disse.

— Não. — Luke responde desviando o olhar. — Só fiz isso para tomar um pouco de sua magia.

— Simm, claro. — Artanis zombou.

— Mas sabe o que seria melhor? — O loiro se aproximou, ainda sem sair da cama e segurou o braço do marido, o puxando para perto de si.

Luke sentiu seu corpo sendo trazido para perto do marido. Ele sentiu sua cabeça e mãos encostar no peito do mais velho. O peitoral dele era magro e definido. Havia músculos ali e nos braços fortes que o abraçavam. As mãos que agarravam sua nuca e cintura eram calejadas de prováveis lutas e os dedos finos e longos, que seriam perfeitos para tocar piano e desenhar. O que fez Luke se lembrar que havia visto um caderno, mas, não podia se distrair agora, não na situação crítica que se encontrava.

Artanis aproximou seu rosto de seu ouvido e sussurrou:

— Prometo que não irei fazer nada com você. Nada que você não queira. Só iremos tomar banho. Estamos sujos de sangue.

O coração de Luke acelerou em seu peito. Haviam tantas emoções em sua mente que ele não conseguia processar direto. Mas, algumas ele conseguia entender minimamente. A primeira com certeza era vergonha de estar naquela posição constrangedora e daquela proposta inusitada; a segunda era desejo de realmente ver o outro mais de perto e claro, a última que dominava todas as outras, o medo de ser rejeitado.

Felizmente, duas pessoas e um animal entraram correndo no quarto e o salvaram daquela situação. Ao ouvir o som da porta, Artanis se assustou e o soltou e assim, Luke pôde se ver livre. Ofegante, ele correu para o banheiro.

Respirando fundo e lavando o rosto, ele podia ouvir duas vozes femininas do lado de fora. Uma era de Athanasia, com certeza. Outra era da rainha Perséfone. Ele arrumou o cabelo para tentar disfarçar a situação anterior.

Ao sair do banheiro, braços finos o abraçaram. A rainha parecia preocupada com ele também e Luke sorriu com aquela sensação de carinho.

— Pobrezinho, está todo sujo de sangue também. Você deve ter ficado muito assustado, querido. Principalmente depois do ataque que sofreu. Pedirei para te prepararem um banho quente para você antes. Infelizmente, Artanis tem alguns assuntos para resolver. Você tem sorte que não vou te sobrecarregar com tais questões no momento.

A rainha falou mais e mais. Em como ele estava magro e pálido e como Artanis podia estar sendo duro com ele.

— Não ligue para o meu filho. Ele pode parecer indiferente, mas, gosta muito de você.

Luke sorriu ao ouvir aquilo e ao ver pela primeira vez Artanis envergonhado.

Em meio a tudo isso, Lily entrou para preparar o banho e ele aproveitou para se limpar.

Quando saiu, Artanis ainda discutia algumas coisas com sua mãe. Porem, Luke pôde ver seu olhar mortal de que ele ainda não estava a salvo. Seu marido descobriria seu segredo. Cedo ou tarde.

 Cedo ou tarde

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O principe que eu deveria odiarOnde histórias criam vida. Descubra agora