A primeira surpresa do dia de Luke foi encontrar uma carruagem real estacionada no jardim, puxada por dois cavalos negros de crina vermelha, feitos, com toda certeza, pela magia do alto mago, seu futuro marido.
— Hoje você vai provar seu vestido para o casamento. Está ansioso? É o meu, mas será adaptado para você. Ficará perfeito.
Aretha sorriu ao imaginar como seu irmão ficaria bonito nele.
Luke corou ao pensar na roupa, não era incomum, homens usaram vestidos ou saias e mulheres ternos e camisas. Ele já havia vestido uma saia ou outra, porém nunca havia usado algo tão chique. Ele nunca havia visto tal vestido, mas, com certeza seria lindo.
Antes de entrar, ele tentou acariciar os cavalos, mas, ao passar a mão, a sentiu atravessar por seus pelos. Eram mesmo mágicos, afinal não havia nem cocheiro.
— Aretha. — chamou a irmã seriamente. — Fique de olho na Lily, por favor.
Com um olhar sério, ela o respondeu:
— Não se preocupe, vou cuidar para que não se repita.
Ele entrou na carruagem de assentos pretos e teto vermelho, observando a cidade passar rapidamente diante seus olhos até chegar ao palácio. Suspirou de alívio ao perceber que havia passado uma semana após o incidente com seus pais e por isso, as feridas haviam cicatrizado e não chamariam tanta atenção em uma troca de roupa.
No entanto, essa era a menor das suas preocupações. Hoje de manhã, ele havia visto Lily com o braço enfaixado. Prontamente, ele a ajudou a cuidar da queimadura. E claro, com muita raiva, Luke foi discutir com os empregados que pareciam não se importar nem um pouco em desdenhá-lo. Eles disseram que derrubaram o chá quente sem querer, mas, era impossível já que Lily trabalhava perto de seus aposentos e o chá era servido na área oposta. Assim nunca se encontrariam. Por que um funcionário da sala de estar esbarraria em um dos quartos no horário de trabalho? Não havia razão. E por conta disso, ele tinha um favor a pedir ao príncipe.
Ao chegar, Artanis estava esperando por ele com um sorriso irônico. Luke revirou os olhos, tinha que aprender a lidar com o príncipe de qualquer forma.
Artanis o ajudou a descer, pegando em sua mão e a beijando logo em seguida. Hoje, Luke usava luvas negras, assim como seu futuro marido. Ambos com camisas brancas e calças azuis. A diferença, era que o mais jovem possuía um casaco azul-marinho que lhe cobria os ombros.
— Obrigado, querido. — Luke sorriu forçadamente enquanto queria remover aquele sorriso do rosto do outro. Mas, ele teria que se controlar, por Lily.
— Antes que as moças tirem você de mim para fazer a prova do vestido, gostaria de te entregar algo. —
— Que bom, também preciso te pedir algo.
Um olhar curioso tomou o rosto do príncipe. Ele não esperava tal situação.
Em um rápido movimento das mãos esguias do de Artanis, os cavalos e a carruagem desapareceram. Então, como Luke imaginara, tudo era mesmo feito de magia.
O mais alto o guiou até o jardim, que parecia diferente de dia do que da última vez que Luke o viu a noite. O local era amplo com verde e flores por todo o lado. Havia vários caminhos que levavam a diversos lugares, inclusive a uma estufa belíssima feita de vidro em uma estrutura branca, lá dentro havia poltronas, cadeiras e sofás brancos com duas mesas grandes e três pequenas, também de vidro e cadeiras de madeira brancas. Tudo isso envolto em flores de diversos tipos, cores e tamanhos. O jovem conde aspirou o aroma com um sorriso. Era delicioso.
Artanis o trouxe a realidade ao dizer:
— Venha se sentar. Pedi que preparassem algo para comermos. — apontou para as poltronas próximas às mesas redondas.
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O principe que eu deveria odiar
FantasyLuke é só o filho vagabundo do conde de Athea, que quer impedir o casamento de sua irmã mais velha com o príncipe Artanis. Porém, algo inesperado acontece. Ele toma o lugar dela, como noivo do príncipe, fazendo um contrato de sangue. Mesmo que haja...