Capítulo 12

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As mãos de Lucy apertam o volante, seus olhos grudados na estrada. Ela se livrou da máscara e soltou o cabelo, olhando assim tão de perto é fácil notar a semelhança dela com as crianças e com Devin também, por mais que Carina seja a cópia fiel de Amélia.

Me sinto confortável quando estou com ela, porque Lucy não está nem um pouco interessada com o mundo da fama. Ela só quer ser ela e isso é ótimo.

— Já em um dos prédios mais alto de Londres? — pergunta Lucy, descontraída.

— Desde que cheguei aqui não visitei muitos lugares.

— Por que não?

— Eu vivia pra faculdade e trabalho. Não tive tempo para isso.

— Então se prepare que você vai ver o melhor que Londres tem para oferecer.

Ela pisa no acelerador e em menos de cinco minutos estamos entrando no estacionamento de um prédio de pelo menos cinquenta andares. Saímos do carro e entramos direto em um elevador que só quando começa a subir, percebo que as paredes são de vidro.

Vejo Londres ficar minúsculo aos meus pés, fico boquiaberta com a visão deslumbrante que tenho da cidade. As luzes coloridas iluminam London Eye e no momento, tenho certeza que estou olhando para um lugar mágico. O barulho do elevador anuncia nossa chegada ao 53 andar.

— É lindo não é? — Pergunta, animada.

— É... uau...

Não tenho palavras para descrever o que meus olhos acabaram de ver. A cidade parece uma cena de jogo, vista de cima. Tudo é lindo e colorido.

A porta do elevador se abre e ainda estou impressionada com a vista para perceber Lucy digitando um código. Quando a porta se abre, ela bate palma e todo o apartamento se ilumina, revelando um ambiente amplo e totalmente sofisticado. A sala de estar é o primeiro cômodo que tenho uma boa visão, ao lado direito da porta de entrada, um jardim de inverno deixa o lugar ainda mais aconchegante.

— Esse lugar é seu? — Pergunto, como se a resposta não fosse óbvia.

— Ganhei do meu pai quando me formei. Gosto de vir aqui quando preciso pensar.

— O apartamento é lindo.

— Obrigada — agradece. — Quer algo para beber?

— Só água.

Lucy faz seu trajeto até a geladeira da cozinha enquanto fico admirando o apartamento. Vou até a estante de livros e vejo os títulos que ela tem. A maioria dos livros são sobre medicina e tratamentos naturais. O que esperar de uma médica?

— Aqui está — diz ela, me entregando o copo.

Dou uma golada na água que está tão gelada que por alguns segundos meus dentes incisivos doem. Agradeço enquanto ela vai até o bar e pega uma garrafa de uísque.

— O que Amélia queria?

A pergunta me pega tão de surpresa que preciso de alguns segundos para processá-la.

— Quê?

— No banheiro. O que ela queria? — Lucy lança um olhar sugestivo. — Olha não quero parecer intrometida, mas não precisa ser um gênio pra entender que estava rolando algo ali.

Dou mais uma golada na água, tentando formular algum tipo de resposta que não pareça suspeita. Sei que Amélia está com Natalie e o que aconteceu naquela noite, por mais que tenha sido maravilhoso, foi só um erro.

— Ela queria conversar sobre a Mia — minto da forma mais descarada possível.

— É mesmo?

Lucy segura o copo de uísque na mão e me olha com um olhar curioso.

Madame Amélia | lésbicoOnde histórias criam vida. Descubra agora