Morte. Parte 2

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Sabe quando estive agonizando?
Quando eu estava morrendo?
Quando eu vomitava sangue.
quando meu coração estava para fora do meu corpo.
Estava tudo fora da minha consciência.
Tudo vinha à tona.
Eu sentia nuancia de meu espirito.
Eu só estive lá quando eu Morria.
Eu só estava lá quando eu estava machucado.
Mas eu sempre me maltratava.
Me cuidar;
Me amar;
Me respeitar,
Parecia uma porta de entrada para arrogância e egocentrismo.
Onde só eu posso ser elogiado.
Então eu preferiria ser morto lentamente,
do que ser arrogante com alguém.
Mas eu...
Não aguentava mais.
Não dava para continuar achando que qualquer homem é melhor do que eu.
Não dava mais para continuar achando que eu não sou nada...
E quando digo nada..
É literalmente algo sem vida.
Sem respiração.
Sem pulso.
Sem sorrisos.
Sem o Nascimento.
Era difícil...
Ver meu corpo sendo desmanchado no colo da moça de ossos...
Era doloroso. pois eu estava morrendo.
Mas a matéria se negava a me aceitar...
E eu tinha medo...
Eu continuava me xingando...
e se não fizesse isso a minha matéria se recusava a ver valor em mim.
Eu me trai...
No meio daquele palco de teatro.
Cheio de farpas em meus pés.
Mãos vermelhas e molhadas do meu Sangue de tanto socar o chão.
Todas aa minhas mascaras estavam quebradas.
Minha maquiagem borrada.
A plateia em choque...
Eu havia me traído naquela peça de Teatro.
Ajoelhei me, levantando poeira
Por tomar consciência de quem me tornei.
Eu maltratei um bebê;
Uma criança;
um pré-adolescente;
um ser humano;
A plateia ainda com seus olhos arregalados.
Assustados.
Viram minha insanidade.
Minha dor.
Ouviram meu grito por desespero.
Estou morto.
Meus pés cansados e cortados pelas farpas do chão de madeira.
Minhas mãos doloridas e quentes de tanto rasgar minhas roupas.
Todas as mascaras estouraram na minha face.
Eu me xinguei.
Me culpei.
Me bati.
Me ensanguentei.
Me pus contra mim mesmo.
Por acreditar na palavra de pessoas...
Mais violentas do que eu.
Mais Macabras do que eu.
Com trevas na mente e coração.
Com sombras na fala.
E facas na língua.
Eu não confio mais em mim mesmo.
Eu quebrei tudo.
Quadros.
Pinturas.
Rasguei desenhos.
Rasguei tecidos pintados.
Soltei-me um grito agonizante de raiva;
Nojo;
Tristeza;
Desprezo;
Desesperança;

— Eu não consigo mais...— Sussurrei enquanto sentia todas as minhas lágrimas percorrerem meu rosto.

Eu sentia que eu faria seria nada.
Eu não sou nada.
Por que não sou nada?
Por que não sou lindo?
Por que não sou talentoso?
Por que não sou inteligente?
Por que não sou maduro o suficiente?
Por que não consigo mudar?
Por que não consigo?
Por que não sou interessante?
Por que não sou atraente?
Por que não sou uma pessoa boa?
...

Eu preciso morrer...
Talvez...
Seja essa a resposta...
Irei renascer de novo...
Mas...
Na próxima vez que eu renascer...
eu não quero que alguém me coloque contra mim...
Eu quero me amar e ninguém mais.
Pois esse ódio todo me matou.
Não falo de sexualidade...
Nem de gênero...
Falo do corpo que estou...
Do ar que respiro.
Dos olhos que veem.
Da Boca que fala.
do corpo que brilha.
Das flores que nascem...
Nunca mais...
Nunca mais me faça me matar novamente...
Eu imploro...
O ódio de outros.
Se tornou um Odio mais forte.
Meu ódio próprio...
Eu me matei...
Mas eu permitirei nascer de novo...

POESIAS METAFORICAS PARA TIRAR O PESSIMISMO Onde histórias criam vida. Descubra agora