Essa poesia NUNCA foi sobre Depressão.

30 1 0
                                    

com 7 a 8 anos.
Eu já conseguia entender.
Oque eram passos de dança.
Mas você pensa "é uma criança."
Lógico, é algo rítmico.
Talvez uma euforia.
Mesmo com 2 meninas julgando como você se mexe. Mas não era culpa minha.

Aos 9
Minha paixão por balé surgiu.
Além de saber coreografias fáceis
de músicas internacionais.
Bailarinas ou Ginastas eram
Minha paixão.
Não queria ser elas.
Queria fazer oque elas faziam.
Queria ser um Bailarino;

Aos 11 finalmente.
Fiz minhas aulas de balé.
Eu era o dedicado.
Eu nunca faltava.
Era o momento que a gritaria, não existia.
Briga não existia.
Choro não existia.
Era eu e a dança;

Aos 12, para a minha tristeza.
O curso de balé havia fechado.
Eu desenvolvi a doença mais incapacitante do planeta.
Depressão;
Choros;
O desejo de não existir;
Mas tinha alguém comigo.
Alguém que fazia meu sangue correr.
Suor escorrer.
Corpo ferver.
A dança estava lá;

Posso ter falado como se fosse uma pessoa. Um personagem. Um ser material.
Mas meus movimentos me fazem entender que não estive sozinho;

As coreografias passaram de fáceis e inofensivas.
Para mais complicadas e desgastantes.
Mas nunca me desgastei de verdade.
Eu tinha facilidade para aprender.
Reproduzir.
Fazer a magia acontecer;

Chorei sim. De dor corporal.
Reclamei. Senti o gelado no corpo após dançar em climas frios.
As pernas doendo.
Braços quase deslocados.
O estômago vazio.
A tosse após muito esforço.
Nas nenhuma dessas coisas me parou;

Mas uma coisa me acompanhou com a minha paixão.
A vergonha.
Ela nunca me deixou mostrar oque eu era capaz de fazer.
Apresentações? Nunca fiz.
Dançar em grupo? Apenas uma vez. E não senti meu sangue correr;

Aos 15 para os 17 anos.
Durante esse período da adolescência.
Eu comecei a mostrar aos poucos. Oque eu sabia.
Com muita timidez.
Medo.
Coração a mil.
A preocupação de não ser bom o suficiente.
A dança estava lá.
até com a minha rebeldia.
com minha revolta.
Com meu rancor.

[...]

Nisso.
Eu parei.

Eu descansei.
Foi depreciativo sentir esses meses.
Sem dançar.
Se era para descansar.
Foi o descanso mais angustiante.

Já que, eu sempre lidava com problemas a fora.
E minha maneira de distrair.
Sentir.
Viver.
Era dançando.
Mas nada vinha.

Nada.

Até que...

Relembrando oque eu ouvia.
Em busca de autenticidade.
Ser o eu.
A dança me atingiu.
É como incorporar um ser confiante.
Um ser forte o suficiente para aguentar dor física.
Um ser que era eu, mas também eu poderia falar sobre em primeira ou terceira pessoa.
Um ser de expressões.
Verbalizaçoes.
Giros.
Equilíbrio.
Força.
Movimentos.
Ferver.
Autoestima

Dança, uma parte de mim.
Que me completa. Em primeira pessoa.
Masculino;
Dança meu querido, minhe queride, minha querida.
Brilhante igual a luz do sol de um céu azul
Agenero;

Lá poeme dansé

;;

POESIAS METAFORICAS PARA TIRAR O PESSIMISMO Onde histórias criam vida. Descubra agora