/5 - Amigos

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- CHIMON...

Eu estava praticamente gritando, mas ele não acordava, já havia pedido um médico mas ele estava demorando demais

- Você...

Ele abria os olhos devagar

- Ursinho.... você está bem... ursinho...

Eu afastava os cabelos dos olhos dele e fazia carinho em seu rosto

- Já disse pra não me chamar assim...

A voz dele sai mais como um sussurro de tão baixa, mas vejo um leve sorriso nascendo naquele rosto lindo

- Você quer me matar do coração?

Ele tentou se levantar, mas o médico veio logo em seguida e examinou ele rapidamente, aparentemente ele teve uma síncope por conta da quantidade de pessoas ao redor dele, o que causou uma falta de ar e ocasionou o desmaio do meu ursinho, escuto atentamente as recomendações já que ele parecia ainda um pouco aéreo, evitar locais com muitas pessoas, não se estressar e tomar bastante água foram algumas delas e eu prometi ao doutor que iria cuidar para que as seguisse

- Depois de tudo, um desmaio senhor Wachirawit?

Nosso agente P'Taype entra nervoso na sala assim que o médico se despede de nós

- P', ele ainda não está muito bem... - digo apontando para Chimon que ainda estava deitado com os olhos semi abertos - melhor deixar ele descansar um pouco...

- Senhor Tanapon, espero que saiba que tudo isso terá consequências!

Eu até pensei em argumentar, mas nesse momento só queria cuidar do meu ursinho e concordei com a cabeça juntando as mãos com respeito enquanto ele sai do meu camarim, tranco a porta e me volto pra ele

- Você está melhor ursinho?

Ele pisca lentamente algumas vezes e acente com a cabeça; eu me viro e pego uma garrafa de água aromatizada que estava em cima da mesa ao lado dos lanches que haviam nos preparado

- Toma, beba...

Eu abri a garrafa e ajudei ele levantar a cabeça para tomar no canudo que coloquei

- Não precisa de tudo isso... - ele diz com a voz baixa - eu não estou doente Perth...

- Você escutou as recomendações do médico?

Eu fecho a garrafa e me sento onde ao lado dele apoiando a cabeça dele no meu colo

- Alguém pode entrar e...

- Eu tranquei a porta - faço um carinho nos cabelos dele - ninguém vai entrar...

Mesmo receoso, ele dá um meio sorriso sinto um calorzinho bom no lado esquerdo do peito

- Como vamos fazer com tudo isso que está acontecendo?

Os olhos dele parecem cheio de preocupação

- Eu vou dar um jeito nisso - digo com firmeza, mesmo não fazendo ideia do que vou fazer - fique tranquilo e descanse um pouco mais...

Ele puxa o ar devagar e solta enquanto parece pensar em tudo e nada ao mesmo tempo

- Vamos cuidar disso juntos! - ele diz firme e eu acabo sorrindo sem querer - vamos fizer o de sempre, amigos, ensaiando pra uma série, coisas do tipo...

Sinto aquele calor indo embora e dando lugar a uma pontada que dominou todo meu corpo, de alguma forma pensei que ele teria uma outra atitude, mas pelo jeito o nosso destino iria ser igual a tantos outros casais da empresa que acabavam se separando por não aguente a pressão de manter um relacionamento escondido.

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