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Como sempre, estou pronta na hora. São cinco e quinze da manhã, faltam exatos quarenta e cinco minutos, chegarei na escola com cinco minutos de antecedência. Dirijo tranquilamente, não é uma maravilha dirigir sem outros carros te bloqueando? Até acordei de bom humor! Sinto -me relaxada apesar do que terei que enfrentar mais tarde...
Para minha surpresa, a maioria da equipe já chegou. Iremos em carros, e os alunos em dois ônibus, para o meu alívio o sr. Augustus não vai.  Todos já chegaram excerto o sr. Simpatia, rio ao lembrar desse apelido, mas rapidamente me recomponho.
Já passam dez minutos das seis horas, quem ele pensa que é? Estão todos a sua espera. Os ônibus já partiram, e nós deveríamos chegar lá antes dos alunos! E nada desse...desse ser chegar.
Então ele chega. Em seu lustroso carro, e surge com maravilhosos cabelos desarrumados, usando calças  cor de creme, uma camisa quase no mesmo tom com as mangas dobradas até os cotovelos, também usa botas pretas, está incrivelmente sexy. Digo isso para mim mesma, adimirar não é pecado certo? Mas ele não precisa saber que eu o acho lindo, por isso rapidamente desvio meu olhar e ergo meu nariz já naturalmente arrebitado.
- Descupem a demora - falou ele num tom calmo - é que o tráfego estava um horror. Fiquei parado uns bons dez minutos. ? Mas quando eu vim o transito estava uma beleza, será mentira sua?
- Oh, tudo bem professor Will, esse trânsito ta horrível mesmo, ainda ontem eu...  - falou uma animada ( até demais ) a srt. Cleo, que até agora eu ainda não havia percebido, toda mole que nem uma gelatina, ela sorria feito uma boba. Sério que ela está flertando com ele? Reviro os olhos e a intenrrompo:
- Acho melhor írmos logo. Pois precisamos chegar antes dos alunos.
Nem espero a resposta, ando em direção ao carro que nos levará e entro, de repente meu bom humor evaporou. Em seguida sou seguida pelo sr. Simpatia e a srt. Gelatina, acho que somos só nós nesse carro. O outro já partiu levando o sr. Gregório e a sr. Suzan com mais alguns funcionários. Srt. Gelatina senta-se no banco do carona, e eu, para o meu azar, terei que ficar mais de duas horas ao lado desse ambíguo homem.
A estrada está um tanto escorregadia, pois choveu recentemente, é assim no Alasca. Um frio de matar, mas nessa época do ano está mais quentinho, ao modo de Alasca é claro. Por isso nosso progresso é lento.
O ar está pesado dentro do carro. Não sei se é pelos olhares insinuantes da srt. Gelatina ou o fato de eu estar muito próximo de um homem. Já faz um bom tempo que não permaneço tanto tempo assim ao lado de um homem, por isso estou um pouco tensa, tento relaxar mas não estou conseguindo. Sinto um calor invadir meu corpo, e me mexo desconfortavelmente no banco do carro. Olho com minha visão periférica para o grande homem ao meu lado, ele está lendo distraidamente seu livro, mas percebe minha furtiva olhada, desvio o olhar rapidamente e finjo olhar para algum lugar que não seja ele. Ele sorri. Mas o que?
- Não precisa fingir que não estava olhando Srt. Cassandra - hã? O olho estabanada, pasma com a sua ousadia. Ele sorri mais ainda, mostrando seus glamourosos dentes brancos, está se divertindo com a minha reação.
- O que? - falo encarando-o
- O meu livro. - oh seu cretino. Quase me fez desmaiar.
- Humm...há sim, é claro! Título interessante - menti, fingindo interesse.
- A srt. parece meio tensa. Não está gostando da viagem?
- É...é só um incomudo mal estar, não costumo ficar tanto tempo assim dentro de um pequeno carro - menti.
- Oh! Mas a srt. acha que consegue aguentar até chegarmos? Falta pouco. - dei um sorriso amarelo e me enconstei na porta do carro tentando me afastar o máximo possível desse homem. Agora ele voltou a me chamar de senhorita de novo? Ah me poupe. Seu cheiro é embriagador, de modo que me faz perder um pouco os sentidos. Inspiro profundamente tentando absorver esse magnífico e exótico cheiro. Ele deve ter percebido meu estado e me olhou com um olhar preocupado. - a srt. não acha melhor pararmos para tomar um pouco de ar? - ótima ideia!
- Oh sim, por favor.
Quando paramos o carro eu praticamente saltei para fora suspirando aliviada. Mas o que foi isso? O que esse homem está fazendo comigo? Mal ele sabe o por que de eu estar assim, mal sabe ele que é o responsável pelo meu tamanho desconforto. Eu não entendo, eu sempre me mantenho sob controle, aprendi a controlar e mascarar meus sentimentos. Quando se perde muito na vida você é obrigado a aprender certas coisas, por isso escondo muito bem minhas expressões. Mas há algum tempo isso vem mudando, coro quase sempre que esse homem me olha, ou então engasgo com as palavras, até mesmo esbarro nas coisas. Essa não sou eu! Mas ele não deve saber, e nunca saberá. Vai ver é só uma coisa passageira, talvez isso aconteceu por que estávamos muito próximos naquele quase sem espaço carro. Sim, é isso!
O ar está muito frio do lado de fora, por isso não pude demorar mais, tive que voltar antes que congelasse, mesmo usando minhas calças e botas grossas.
Paro ao lado da porta do carona, e me dirijo a srt. Gelatina:
- Será que dá para a srt. se sentar no banco de trás? Acho que lá está muito apertando e... - nem precisei completar a frase, ela rapidamente tratou de abrir a porta do carro, quase me jogando no chão, e em fração de segundos já estava praticamente no colo do sr. Simpatia, com a maior cara de felicidade. Idiota. Pensei. Sorri, e como se tivessevem tirado um peso enorme das minhas costas, entrei no carro. Olhei pelo espelho retrovisor para um homem nitidamente em apuros, mas seus olhos rapidamente encontraram os meus, e meu sorriso debochado simplesmente desapareceu, cedendo lugar a uma completa falta de expressão. Naquele momento eu podia jurar que seu olhar estava olhando não em mim, mas dentro de mim. E eu senti um novo e estranho arrepio percorrer minha espinha, aquele contato visual paderia durar por horas, mas eu o quebrei. Voltando-me para a estrada, como se ela fosse alguma coisa que merecesse mais da minha atenção.

Como Não se ApaixonarOnde histórias criam vida. Descubra agora