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2 - Jaguar

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Bright, um homem de regras, sério, rígido e inflexível. Um advogado que chegou onde está por mérito e também por sacrificar tudo em busca de sua carreira de sucesso. Aos 31 anos é solteiro, ter uma família nunca fez parte de sua vida, sempre esteve focado em trabalho e estudos.

Convencido de que seria tio para sempre de sobrinhos que não são seus parentes sanguíneos, embora isso fosse irrelevante. Bright não era um homem de aventuras, buscava o que queria e quando a necessidade requeria em lugares específicos, com contratos e clausulas bem definidas. Não ser surpreendido era uma de suas regras.

Estar no topo também atraia muitas pessoas interesseiras, das quais queria distância, ele batalhou muito para chegar onde está e odiava pessoas fúteis. Sua postura era intimidadora, um homem de feições duras, era tão conhecido, como temido. No mundo jurídico conhecido como 'Jaguar', rápido, preciso e mortal em resolver seus casos.

Todos sabiam que, se ele estivesse a frente de um caso específico, suas mandíbulas morderiam forte e suas garras fariam profundas cicatrizes se não se preparasse adequadamente, 'Jaguar' era implacável, lágrimas não o comoviam, dinheiro não o moldava. Sua importância era tal que seus casos eram escolhidos a dedo, ele possuía um enorme senso de justiça, jamais defenderia casos duvidosos ou que fossem contra seus princípios éticos. Essa também era uma de suas regras, a principal.

Bright começou de baixo, um menino pobre do interior, seus pais, simples trabalhadores do campo, que lhe incentivavam a ser 'doutor', um desejo deles e não seu. Mas o que poderia fazer, quando era tratado com tudo do bom e do melhor, mesmo quando seus pais não tinham o suficiente para si. Mesmo em uma sociedade dividida em castas, ser alfa, nunca significou ter dinheiro e posses.

Desde a primeira mutação genética de sucesso, para evitar a extinção humana, o mundo mudou muito, betas e ômegas chegaram ao poder e estabeleceram impérios, ainda assim, com toda a revolução, os alfas ainda eram os que recebiam mais e eram valorizados como o segundo gênero mais forte.
Fazendo valer os esforços e sacrifícios dos seus pais, estudou mais que os outros, conseguiu uma bolsa em uma faculdade frequentada pela elite, sempre quieto e sério, realizava em silêncio seu trabalho impecavelmente.

Ganhou destaque dia após dia, as regras o moldaram, e assim, os filhinhos de papai começaram a seguir o menino pobre. De alvo de piadinhas cruéis devido ao seu baixo nascimento, foi a exemplo a ser seguido, elogiado pelos pais de seus colegas que derramaram seu desgosto por seus filhos 'inúteis'.

Bright pouco se importava com que falavam, inúmeras propostas foram direcionadas a si, presentes de luxo oferecidos em troca de sexo e até para troca de avaliações, ele achava nojenta como a sociedade havia se transformado em uma puta. As pessoas que tinham dinheiro e eram herdeiras se achavam no direito de oferecer dinheiro para tudo, como se isso escondesse suas mediocridades e falta de senso.

Vagas de emprego também lhe foram oferecidas, mas os escritórios tinham índole duvidosa, Bright jamais se uniria a elas, preferia abrir um escritório no seu quarto minúsculo que ir contra os princípios que seus pais lhe ensinaram. Ele jamais se venderia, essa era uma regra.

Contudo, ele ainda conseguiu um amigo verdadeiro na faculdade, que ao contrário dele era tão abastado, que Bright não conseguia mensurar sua riqueza. Apesar de toda sua postura e algumas atitudes arrogantes, Men usava isso como uma fachada, uma espécie de proteção para manter as pessoas interesseiras longe.

Em um trabalho de defesa que tiveram que fazer juntos, acabaram se tornando bons amigos, Men insistiu em ir até a humilde residência de Bright e se sentiu tão a vontade que parecia um irmão que nunca teve. No fundo, ele era um cara simples, mas que por ser de uma família super conhecida tinha que manter uma postura que foi ensinado desde pequeno, ele odiava se parecer tão exibido. Ambos conseguiam ser suas fiéis expressões na presença um do outro, isso, quando longe de olhos alheios.