Capítulo 13: Empurraram-me de um penhasco

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Fui inocente por demais pensando que Arden não adivinharia que eu estava prestes a dar no pé, até porque os feéricos parecem ser capazes de descobrir coisas que até o cão duvida.

Aliás, o que ele tem a ver com as minhas particularidades?

Por que ele não poderia simplesmente fingir que não viu nada e me deixar escapar dessa grande e luxuosa prisão que é o palácio?

Já até posso ver o meu corpo apodrecendo no calabouço, os olhos de citrino da rainha me encarando do alto, repletos de brasa por eu ter usado o meu livre arbítrio".

— E então, Aurora? O gato comeu a sua língua? – o elfo de cabelos carmim provoca. Ele está adorando tudo isso e deve achar que me tem na palma da mão. Ansioso para me dedurar e ver como eu fico sem a cabeça.

Erin também está entre eles.

Futriqueiros! É isso o que eles são.

— Não me recordo de dever satisfações a vocês. – Ponho as mãos nos bolsos. Vênus estala o céu da boca em resposta e o projeto de Judas toma a frente:

— Para onde está indo Aurora? Você não conhece as estradas, veredas e muito menos as bifurcações dessa terra. É perigoso e às Bestas da Névoa podem reaparecer. – Ele tenta me convencer a desistir, porém é tarde demais. Claro que não posso lutar contra três elfos da altura de um salgueiro, mas ainda tenho pernas para correr. E o que eles não sabem é que eu possuo uma talentosa arte em me perder, então, quando eu adentrar a florestas, eles não poderão me encontrar nem com reza braba.

— Se é assim, então que seja. Nós esbarramos por aí, quem sabe. – Viro-me de costas para eles, pronta e ansiosa para dar no pé de vez.

— Espere! – Erin me detêm às pressas. — Vamos com você.

— Vamos? – Vênus a interrompe, com as sobrancelhas arqueadas. Para ser sincera, eu estou tão boquiaberta quanto ele. Eu esperava uma tentativa falha de ser impedida de fugir, não que eles se oferecessem a me fazer companhia.

— Ótima ideia, irmã. – O branquelo toca em seus ombros.

— Se é o que desejam, está bem. — Pareço não me importar, mas a verdade é que estou cheia de ódio. Como dizia uma tia desquerida: o inimigo plantou um ódio em meu coração.

Vejo o vulpino se arrastar até nós, feito um morto-vivo.

— Se irão me levar para a morte certa, eu ao menos exijo saber o local de meu falecimento.

— Iremos ao castelo dos Tepes, em Valáquia. — respondo.

— E o que há de fazer lá, sua depravada?

— Eu tenho que tentar persuadir Hécate a libertar a magia que reside em mim. E ouvi falar que o castelo dessa família guarda a entrada até o terceiro mundo. — Ignoro totalmente o seu insulto, pois mais tarde o farei engolir todas as suas provocações goela à baixo.

— Estão vendo? É suicídio. — Sorrio avidamente com a sua observação.

As três criaturas abomináveis me olharam de tal maneira que eu desconfio estar sendo severamente julgada. Não é como se eles tivessem o direito de fazer isso, até porque, com toda certeza eles são mais problemáticos do que eu.

— Talvez não venha a ser uma má ideia. — Arden comentou pensativo.

A cada minuto que se passa eu perco ainda mais a pouca paciência que me resta.

— Vocês irão comigo ou não? – Bato o pé no chão. Apesar da minha evidente juventude, eu não tenho todo o tempo do mundo.

Deixamos de vez a cidade depois de algumas discussões.

No amanhã de alguémOnde histórias criam vida. Descubra agora