Notas iniciais: Ui, ui, 2024 já começou e cá estou de volta.
hehehe
Bora com o prólogo?
Tem uma leve violência.
E alguém já se perguntou como poderia ser a mente de uma pessoa que está se transformando quase completamente em zumbi?
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Prólogo.
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'' A vida não passa de uma oportunidade de encontro; só depois da morte se dá a junção; os corpos apenas têm o abraço, as almas têm o enlace.''
— Victor Hugo.
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13 de outubro, 2010.
Eu sentia a dor. Era intensa, horrível e parecia que pegava fogo. Uma pessoa havia me mordido e arrancado parte da minha carne. Doeu muito, mas agora passou. Na verdade, me sentia estranha. Por que a minha mente estava tão confusa? Não estava conseguindo me lembrar de mim mesma, do meu rosto, do meu nome.
Quem sou eu? Idade? Aliás, por que uma pessoa me mordeu?
Tentei correr, mas as minhas pernas não obedeceram ao comando. Pelo contrário, só me arrastava e gemia em forma de grunhido. Tentei abrir a boca e gritar por ajuda, só saiu mais um grunhido. Queria pedir ajuda, mas não conseguia juntar as palavras e formar uma única e simples frase.
O que aconteceu comigo?
Um rosto familiar pareceu no meio das minhas lembranças confusas e turvas, o rosto de uma garota. Seria que eu? Tentei forçar mais, porém não reconheci quem era. Parecia ser muito importante para mim, pois outra fraca e embaralhada lembrança surgiu de repente. Eu beijava essa garota e ela afastou-se de mim sorrindo. Ela parecia alegre e me sentia feliz por tê-la nos meus braços
Qual é o nome dela?
Queria muito chorar, só que eu não conseguia. Apenas me arrastava e gemia como um ser irracional que estava me tornando.
Quem é ela? E quem sou eu?
Me arrastei por uma sala pequena, a qual me parecia muito familiar também, mas não conseguia me lembrar novamente de nada. A cada instante que se passava, as poucas e fracas lembranças iam se apagando na minha mente turva. Outra vez, abri a boca para pedir ajuda e saiu um grunhido medonho e alto, que assustou a mim mesma. Tentei arregalar os olhos, porém o meu corpo não correspondia ao comando.
Eu queria chorar.
— Alana...
Uma garota loira e pequena, a qual eu beijava na minha lembrança, chorava de medo e estava encolhida no canto da pequena sala. Ela estava aterrorizada. Mas de quem? De mim? Por quê? Quem era Alana? Seria o meu nome? Embora nenhuma resposta viesse até a mim, sentia que deveria cuidar dela.
— Por favor... se afaste. — Pediu, encolhendo-se mais, e o seu choro ficou mais forte.
Ergui um braço para tocá-la e dizer que estava tudo bem, no entanto, vi a minha mão suja sangue. Sangue? Por que eu estava suja de sangue? Fitei ela e senti uma fome monstruosa. E por mais que tentasse me controlar e parar, continuei me arrastando até ela, gemendo como um ser quase completamente irracional. Eu queria parar, mas continuei me aproximando.
O seu choro tornou-se mais alto e desesperado.
Queria chorar também e sentia uma forte dor onde o meu coração deveria estar batendo. No entanto, não havia nenhum pulsar de vida no meu corpo descontrolado e feroz. Era como se ele estivesse morto, assim como eu.
Só precisava saciar essa fome...
— Não, amor! — Ela gritou, apavorada, quando cai sobre ela, gemendo e tentando morder seu braço macio. — Alana, não, por favor!
Fiquei apavorada comigo mesma. Por que queria morde-la? Isso não era certo. Mas por que não conseguia parar? Só sentia essa fome me consumindo cada vez mais rápida e feroz. Tentei mordê-la outra vez e ela desviou ao segurar minha cabeça. Ela me fitou com os grandes olhos azuis e chorosos. E aquilo foi como um soco no meu estômago.
Ela... era a... minha garota... a minha esposa!
Outra lembrança surgiu.
Essa estava ainda mais desfocada e escura, mas me sentia feliz nela. A garota loira estava vestida de noiva e sorrindo, com lágrimas escorrendo por seu belo rosto. Ela estava muito feliz enquanto eu colocava uma aliança fina dourada o seu dedo pequeno e gordinho.
A mesma aliança que eu carregava dedo anelar.
— Alana... Não... amor...
Ela gritou alto e dolorosamente quando mordi o seu pescoço e arranquei um pedaço da sua carne. Eu não sabia descrever o gosto, apenas precisava comer mais e mais.
Eu tinha que parar!
Outra lembrança surgiu.
'' — Amor? — Ela chamou baixinho da porta do nosso quarto. — Que bom que você chegou! — Murmurou animada, correndo na minha direção, e pulou no meu colo.
— Ellie! — Ri ao pega-la de forma desajeitada, sentando na nossa cama. — Eu te amo muito, Ellie. — Sussurrei de repente, fitando os seus olhos azuis.
Ela abriu um grande sorriso que sempre fazia meu coração bater mais forte.
— Eu também te amo, Alana. ''
Eu a amava essa garota, a qual agora estava morta nos meus braços, enquanto eu comia a sua carne.
Eu amava a minha esposa... Ellie... A amava muito.
E algo perfurante atravessou meu crânio, por fim.
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Notas finais: Confesso que esse prólogo me arrancou algumas lágrimas.
Sábado, estarei com o primeiro capítulo com o nosso casal.
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𝐄𝐩𝐢𝐭𝐚́𝐟𝐢𝐨 𝐝𝐞 𝐋𝐚𝐮𝐫𝐞𝐧 | 𝐂𝐚𝐦𝐫𝐞𝐧 | 𝐋𝐞́𝐬𝐛𝐢𝐜𝐨
Lãng mạnAo contrário do que muito pensavam e diziam, o mundo não acabou em gelo, em fogo ou com a volta de Cristo. O mundo acabou em 2010, quando os mortos retornaram a caminhar entre os poucos vivos que restaram de pé E dois anos depois, Lauren Jauregui e...