"Qualquer caminho que você pegar, sabe que vai me encontrar
Eu sou um otário por todas as coisas subliminares
Que ninguém sabe sobre você (sobre você), sobre você (sobre você)
E você está fazendo o típico eu
Quebrar minhas regras típicas
É verdade, sou um otário por você, sim"ㅡ Sucker, Jonas Brothers
FREDERIK
Maldito seja o alistamento, maldita seja essa guerra.
Fiz o que era certo para o país ao me alistar. Embora sei que isso tenha acabado com o que poderíamos ter sido se tivesse lhe entregado meu coração de verdade em vez de um feito de ouro.
Eu poderia não ter ido. Poderia ter ficado e me dedicado à uma faculdade, como tantos outros. Poderia ter confessado a Margaret todos os sentimentos que faziam e ainda fazem meu coração bater acelerado. Devia ter pedido sua mão em casamento e então a teria ao meu lado, todos os dias pro resto de nossas vidas. Mas que tipo de homem eu seria se não servisse o meu país e defendesse a minha pátria?
A guerra continuaria se eu me casasse, então passaria a viver com medo ao lado de minha família.
A guerra também continuaria se minha vida chegasse ao fim no meio de um confronto ou sabe se lá em que momento. Pelo menos, sei que cumpri o meu dever.
Nossa história não teve um ponto final ainda.
Então deixo a ansiedade crescer cada vez mais ao encarar a mudança da vegetação na estrada pela janela do trem. Estou voltando para Oak Hills, para casa, para ela e, ao que o apito da locomotiva indica, não estou muito longe.
Mal posso esperar para encontrar Margaret, minha melhor amiga, a minha Maggie.
Inspiro fundo. Os freios do trem fazem barulho, ele está parando, já posso ver parte da estação e parece lotada. Inúmeras esposas podem estar esperando por seus maridos, algumas com filhos. Margaret pode estar lá acompanhada dos pais e da minha mãe.
Quando sinto que o trem está realmente parado e escuto passos e vozes pelo vagão, levanto-me e estico o braço para puxar a mala do bagageiro. A viagem em uma cabine solitária e silenciosa finalmente chegou ao fim.
ㅡ Argh! Que droga! ㅡ grunho ao dar um passo em direção a porta da cabine. Inspiro fundo, dou outro passo vacilante, jogando o peso do corpo no pé esquerdo e o incômodo no outro pé parece diminuir.
Mais um passo e sinto uma nova pontada percorrer a ponta do meu dedão até meu tornozelo. É como se meu pé virasse uma placa de metal que não dobra e pesa, mas o passo seguinte para fora da cabine é quase normal, menos dolorido.
Manco um pouco mais e suspiro aliviado quando sinto que consigo movimentar-me normalmente pelo vagão.
ㅡ Capitão! ㅡ exclama um jovem soldado, batendo continência e abrindo caminho para que eu passe. Eu não reconheço seu rosto, não deve ter sido do meu batalhão ou da minha cidade, mas com certeza ouviu falar de mim. Às vezes, tenho a impressão de que todo mundo do país ouviu falar de mim.
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Doces cartas de corações amargurados
Historical FictionCom o fim da Segunda Guerra Mundial, o Capitão Frederik Wallace finalmente retorna para casa. A ansiedade lhe consome o peito conforme o trem avança e a paisagem pela janela se transforma. Foram incontáveis os sonhos que tivera com o momento em que...