09 de setembro de 1939

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Querido Frederik, preciso contar para você um velho sentimento que domina o meu coração. 

Começou como um frio na barriga e cheguei a acreditar que fosse culpa daquele empurrão forte no balanço, pensei que sairia voando e rolaria colina abaixo. Então entendi quando olhei-o nos olhos e percebi o quão difícil foi sustentar o seu olhar. Meu coração acelerou e meu corpo todo estremeceu, como se tivesse levado um choque, culpa de um mero toque seu. Tão rápido quanto as asas da joaninha batiam para que ela voasse e se afastasse. 

E isso já tem tanto tempo.

Percebo agora ao encarar-te nos olhos pela última vez, depois do que eu espero que não seja nosso último abraço. 

Não quero ter que compartilhar esse sentimento com você através de um papel amassado, mesmo que seja minha última chance de ter contato com você. Me recuso a isso. Sei que você vai voltar. Vivo e inteiro. Porque preciso acreditar que você voltará para casa, Freddie.

Doces cartas de corações amarguradosOnde histórias criam vida. Descubra agora