A Mordida

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Quando por fim Dragomir deu a última pincelada no quadro, fazendo questão de demorar o máximo possível para poder aproveitar ainda mais a visão de Lilith nua, deitada no divã enquanto o olhava com aqueles olhos que fazia o coração de pedra da besta bater forte em seu peito, e seu corpo, se enrijecer como um reflexo involuntário que implorava para ele se deliciar com o corpo da mulher, não se importando se acabaria corrompendo-a ou não. Ele colocou o pincel na água, limpando sua tinta antes de olhar para Lilith uma última vez, sorrindo fraco ao vê-la o observando.

- Está pronto... Quer ver? - Dragomir chamou, e Lilith imediatamente se ergueu do divã e correu para o lado dele, seus olhos brilhando com o quadro em sua frente. 

Dragomir não pintou a mesma obra como ela pediu, e sim, pintou um novo quadro. A imagem secando em sua frente se tratava dos dois deitados juntos, as mão pintadas de Dragomir agarravam a pele de Lilith, tapando seus seios e seu sexo de serem vistos, o rosto dele estava caído no pescoço da mulher, que tinha a mais deliciosa feição em sua face, algo que parecia como se ela estivesse gritando, mas não de dor, e sim de prazer. Lilith via a expressão pintada em seu próprio rosto, suas sobrancelhas juntas em sua testa, seus olhos brilhando com delicados pontos de luz, seus lábios abertos e ela quase poderia ouvir seu próprio gemido escapar do quadro. O rosto de Dragomir estava caído em seu pescoço, suas presas perfurando sua carne enquanto pequenas gotas de tinta vermelha escorriam na pele clara dela. A feição que Dragomir carregava, com seus olhos olhando diretamente a frente do quadro, como se olhassem para Lilith, não na pintura, mas sim, a mulher em frente ao quadro, aquelas orbes tempestuosa causavam arrepios no corpo dela, que somente a fazia se apaixonar ainda mais pela obra.

- Está perfeito... - Lilith falou erguendo sua mão para tocar no quadro, mas Dragomir a impediu, tirando ela do transe que sequer percebeu que estava.

- Ainda está molhado... Não quer sujar seus dedos, não é? - Dragomir falou levando a ponta dos dedos dela para sua boca, deixando que seus lábios grossos tocassem a pele quente da mulher. Ele tentou não rir quando ouviu o coração dela disparar com o ato dele. A besta desceu a mão da mulher pelo seu próprio corpo, sua pele deixando mostrar o quanto o toque dela o influenciava, a mão quente, delicada e macia de Lilith descendo pelo rosto dele, passando por sua barba que cutucava os dedos dela de uma forma instigante, antes de descer mais ainda, passando pelo seu pescoço e peitoral, repousando graciosamente sobre onde o coração dele batia, forte e ritmado, um chamado doloroso por Lilith. 

Dragomir viu os olhos de Lilith brilharem um pouco mais, ele levou a para o rosto dela, usando a ponta de seus dedos para mover as ondas dos cabelos dela para fora de seu rosto, antes de descerem pelo comprimento dos fios negros, encostando como se sequer fosse sua intenção, no seio dela. Ele umedeceu seus lábios com sua língua bifurcada, antes de morder a própria carne segurando seu sorriso ao observar o corpo da mulher reagir aos toques dele, sua doce e delicada pele se arrepiando, seu coração acelerando, sua respiração ficar mais forte... 

- Como é? - Lilith perguntou olhando de volta para o quadro, tentando retomar sua atenção para a bela obra de arte. Seus olhos negros se fascinando na pintura de Dragomir enfiando suas presas em sua pele, pela sua expressão parecia ser algo tão bom, e não algo que a faria mal. 

- O que? - ele perguntou perdido demais na beleza de Lilith para ver onde exatamente os olhos dela estavam. Dragomir ainda tinha posse de uma das mãos da mulher, a colocando delicadamente sobre seu coração batendo forte, por algum motivo, ter a mão dela sobre ele, fazia a dor de seu bater se acalmar, deixando somente a sensação deliciosa de sentir. 

- Quando você se alimenta... Como é? Qual o gosto do sangue? - ela melhorou a pergunta, focada demais no quadro para perceber o quão forte o coração dele batia sob sua palma.

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