— River! — Isabel gritou novamente, com a voz rouca. Não lembra há quanto tempo está gritando, mas não está adiantando. Não importa o quanto caminhe e mude de direção, parece que está andando em círculos. Parou de gritar, massageando a garganta e tossindo um pouco. Estava exausta, mas não podia parar, precisava encontrar a saída e, principalmente, seus amigos.
Não faz ideia de onde está. Há poucos minutos estava com Val e, de repente, não estava mais lá. Cinder e River simplesmente desapareceram e ela não tem a menor noção de como isso pôde acontecer.
— Que droga, Isabel! Você pode sair daqui. É apenas um templo bizarro e confuso... não tem nada de especial. — Falou consigo mesma, batendo palmas, e se assustou com o barulho alto que ressoou por todo o templo. De repente, ela ouviu ruídos estranhos vindos de uma das entradas, caminhou, parando diante da entrada, que estava escura e sinistra, fazendo os pelos de seu corpo se eriçarem. Então, cerrou os olhos ao enxergar algo de longe. Seria uma luz...? — O que... — A luz foi aumentando acompanhada por sons crescentes. A luminosidade gradualmente se transformou em uma esfera flamejante, levando-a a se lançar rapidamente ao chão.
A misteriosa entidade saltou sobre ela, revelando-se como um unicórnio. Isabel se ergueu de imediato, identificando Cinder. Sua expectativa aumentou, aguardando a presença de River, porém este não surgiu. Desanimada, ela se surpreendeu ao se deparar com outra bola de fogo sendo disparada. Cinder mostrava-se agitado e tenso, martelando o solo com os cascos.
— Ei, ei! Cinder, calma, amigão! Fica calmo! — Isabel aproximou-se dele, tentando segurar as rédeas, conseguindo finalmente controlá-lo e puxando-as com suavidade para acalmá-lo. — Hey, tá tudo bem. Tranquilo... Tranquilo. — Cinder parou, permitindo que Isabel o acariciasse, enquanto observava ao redor sem avistar os demais. Ambos se assustaram quando uma pedra caiu, alertando-os; o unicórnio tentou se libertar e fugir, porém foi impedido. — Ei, calma! Não vai encontrá-la correndo para qualquer lado. — Ela falou com seriedade, mas ele continuava agitado. Respirou fundo e admitiu. — Olha, sei que está preocupado com ela. Eu também! Mas só vamos achá-la se trabalharmos juntos. Sacou?
Cinder concordou, ficando mais tranquilo, levantou a cabeça, olhando ao redor, andando pela sala e analisando o ambiente. Isabel fez o mesmo, tentando encontrar alguma pista para sair dali. Um som estranho fez os dois se alertarem e se reunirem novamente, parando em frente a outra entrada, encarando o corredor que se estendia além da vista. Os ruídos aumentavam e não pareciam amigáveis. Um estrondo os assustou e algo grande se aproximava deles. Isabel engoliu em seco, dando alguns passos para trás, e Cinder fez o mesmo.
— Sabe de uma coisa... é melhor sairmos daqui. — Ela comentou ao se afastar da entrada, quando um estrondo reverberou por todo o templo. Rapidamente, Isabel montou em Cinder e os levou dali, correndo em direção à única entrada com boa iluminação, ansiando escapar do que quer que fosse aquele barulho.
[...]
Valentina despertou, abrindo os olhos com dificuldade devido à claridade. Por fim, algo bloqueou a luz, permitindo que ela visse melhor. O unicórnio a lambeu, tentando despertá-la. — Cinder...? — Murmurou, cerrando os olhos e balançando a cabeça antes de se erguer. Ao se sentar, esfregou os olhos e franziu a testa, erguendo o olhar para o unicórnio misterioso que pensara ser Cinder, mas não era. — River? Oh, não... — Olhou para a cela vazia. — Cadê a Isabel? — Indagou, erguendo-se e sacudindo a poeira de suas roupas. — Espera aí, voltamos para o salão de novo? — Exclamou, batendo na testa e bufando irritada. Seu olhar encontrou River, que já estava se dirigindo a outra entrada, abaixou a cabeça farejando algo. — Achou alguma coisa? — Perguntou, aproximando-se, posicionando-se ao lado dele e se abaixando em uma perna para analisar as pegadas no chão. — De que animal são essas pegadas? — indagou, tocando as marcas no chão. Em seguida, ergueu a cabeça encarando o corredor escuro e sombrio, um arrepio percorreu seu corpo e ela se levantou rapidamente se afastando. — Temos que... — Um terremoto repentino iniciou, fazendo com que caíssem no chão. River, assustado, levantou-se e começou a correr em círculos, agitado e batendo nervosamente nas paredes. Valentina permaneceu no chão protegendo a cabeça com os braços, e ao término do terremoto, ela se levantou furiosa e foi até River. — Pare aí! — Levantando a mão, fez com que ele parasse. — Eu sei que está com medo, mas preciso sair daqui e você não está me ajudando! — Exclamou, abaixando a mão. — Então, por favor, comporte-se! — River obedeceu, ajustando a postura. — Isso mesmo, muito bem. A Isabel te mimou demais. Comigo, as coisas são diferentes. — Falou, sorrindo orgulhosa, jogando o cabelo para o lado. Olhou ao redor e escolheu o corredor menos assustador. — Vamos por aqui. — Estava prestes a seguir, mas River a impediu segurando-a pela manga da jaqueta. — Ei, essa jaqueta é nova! — Exclamou, soltando-se dele. River bufou, revirou os olhos. — Anda logo, estamos perdendo tempo aqui – AH! — Ao tentar seguir em frente, acabou caindo, mas River a segurou pela gola da jaqueta, salvando-a. Respirando com dificuldade, encarou a profundidade para onde teria caído se não fosse por River. O unicórnio a colocou suavemente no chão. — Valeu... — murmurou com a mão sobre o peito, balançou a cabeça e fechou os olhos ainda ofegante. River tocou seu rosto com o focinho e afastou com a mão, mantendo os olhos fechados.
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Roses and thorns
Fiksi PenggemarO grupo faz uma caminhada para visitar templos antigos e aprender mais sobre unicórnios. Mas o que era para ser uma simples caminhada vira uma grande bagunça.