Capítulo 8: A Porta (Primeira Parte)

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Jacksonville, Flórida.

Jenny estava tocando uma música que não ouvia muito tempo, isso foi por conta conversa da noite anterior. Ela matou a saudade e começou a cantar.

- Es nuestra voz la que mueve al mundo
Es mágico porque estamos todos juntos
Laten más fuerte nuestros corazones

Por um momento, ela parou de cantar por ter esquecido a letra da música, o que era estranho porque ela sabia de cor e salteado. Hoje era o seu dia de folga e aproveitou para fazer visita ao seu amigo.

Enquanto ela dirigia o carro, ela se esqueceu pra onde ia. Ela foi olhar o localizador e ficou confusa, "anda Jenny, você ia conversar com alguém." Ela apenas seguiu o GPS e quando chegou em frente à casa de Jeffy, ela se recordou. "Como pude esquecer disso?" Ela tocou a campainha e esperou ele abrir a porta.

- Jenny? O que você tá fazendo aqui?

- Quis te visitar amigo, faz tempo que não te vejo. Você anda bem ocupado com suas coisas.

- Você também. Vem, entra. - Ele a levou para casa. - Vai querer alguma comida... bebida?

- Não, na verdade, eu vim pra desabafar com você.

- Desabafar? Isso não ocorre com frequência. - Ele a olhou sério. - O que houve?

Jenny estava prestes a contar mas algo a fez se calar.

- Há quanto tempo você tem essa casa?

- Uns cinco anos? Por que mudou de assunto?

- É que... eu não me lembro dessa cor de parede, nem desses quadros.

- Ora, como não? Foram você que fez!

- Eu?!

- Jenny. Foi você que desenhou eles pra mim, lembra? Você justamente fez design porque desenhava bem.

- Não lembrava de pintar em tela.

- Amiga... Você está bem? Bebeu ontem a noite? Deixa eu advinhar: vodka?

- Tequila.

- Uh, isso é muito forte!

- Mas tequila nunca me fez esquecer as coisas! Primeiro foi a música, depois o endereço e agora isso!

- Esqueceu como se vinha pra cá?

- Esqueci aonde eu estava indo.

Jeffy ficou preocupado, olhava pra sua amiga em silêncio analisando sua fisionomia.

- Jenny, você tem se cuidado? Lembra da última vez que você foi ao médico. Você tem problema cardiovascular, a qualquer momento pode morrer de ataque cardíaco! E você me fala que bebeu tequila?

- O QUE O CORAÇÃO TEM HAVER COM O CÉREBRO? Akello, me escuta. Eu sei que tô pirando mas tenho certeza que não foi a bebida.

- E o que seria?

Jenny ficou desesperada. Ela tentava ver algum ponto da sua mente que ainda funcionava mas parecia que tudo estava girando. Suas memórias estavam apagando, ela não sabia, mas ela estava prestes a deixar de existir.

Almas PerdidasOnde histórias criam vida. Descubra agora