Capítulo 9: A Porta (Segunda Parte)

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Cheguei em casa e meus pais estavam sentados à mesa, calados e sérios. Mudei meu semblante e me aproximei deles.

- Está tudo bem?

- Sente-se. - Mamãe disse.

Eu me sentei. Meu pai estava de cabeça baixa, o que será que houve?

- Vitória, nós sabemos. De tudo.

De tudo? Tudo o quê? Espera... o Chase estava estranho no carro, será que ele contou? Ah droga! Ele deve ter me visto com o James e ficou com ciúmes.

- O que a senhora vai tirar de mim agora? - A olhei sério.

- Você não tem vergonha do que fez?

- Depende do que te contaram. Mas eu tenho certeza absoluta, que não estou arrependida por me divertir, por quebrar suas regras.

- Você foi mais do que isso! Se envolvendo com coisa ilegal! Até seu pai ficou decepcionado.

- Nisso eu confesso que ultrapassei os limites... mas você me deixaria formar uma banda de rock? Me fala mãe. Mudaria algo se a senhora não soubesse do que fiz?

- Já era uma questão de tempo, eu iria descobrir.

- Tem razão, mas fala sério! Você não estaria surtando assim se não fosse uma completamente maluca.

- Como disse?!

- Filha, é melhor não irritar sua mãe.

- Ah sério! Pois saiba que em todas as suas proibições, os seus controles, eu fiquei irritada!

- Você é minha filha! Deve me obedecer!

- Claro mãe, mas e a minha vontade? A senhora nunca me deixou escolher! E eu estava começando a achar que você era confiável, que podia contar tudo pra você...

- Não me venha com suas lorotas, suas atitudes só provaram que não posso te dar o controle.

- Mãe, do que tanto você tem medo? Aliás, porque desconta toda sua raiva em mim?! EU NÃO TENHO CULPA DE SER ALGUÉM QUE VOCÊ NÃO PLANEJOU. - Ela se calou. - Se queria ter uma filha perfeita, era só ter programado um robô. Sabe quantas vezes eu já me odiei, por não cumprir com suas expectativas? Sabe quantas vezes eu já me perguntei quem eu era, sem ser aquilo que você gostaria que eu fosse? EU AINDA NÃO SEI A RESPOSTA MÃE, MUITO OBRIGADA POR SER A PIOR MÃE DO MUNDO. Isso se eu posso te chamar de mãe...

- Eu criei você, cuidei de você!

- Ah foi mesmo? Eu preferiria ser criada num orfanato do que criada por você!

Ela me deu um tapa. Meu pai parecia querer controlar a situação.

- Christine!

- Calado John! Você, sangue do meu sangue, me desrespeitando desse jeito!

Eu já estava chorando nesse momento.

- EU DESRESPEITO MAIS VEZES SE FOR PRECISO! EU TE ODEIO MÃE! NÃO QUERIA TER SIDO SUA FILHA! EM NENHUM UNIVERSO!

- Você... vai parar de falar com todos os seus amigos.

- Que seja! Você já acabou com tudo em mim há muito tempo...

Eu fui pro meu quarto e tranquei a porta. Eu quero a minha mãe morta. Quero que ela morra! Eu não ficaria triste, eu seria a pessoa mais feliz do mundo! Quer saber, não vou sair desse quarto até que ela saia dessa casa! Nem que eu morra aqui dentro... o paraíso será incrível porque ela não estará lá.

Os dias passaram. Meu pai as vezes me dava comida, eu me recusava a sair. As vezes eu ouvia Christine bater na porta e gritar comigo, eu sofria calada. Algo surgiu em minha mente: queimar tudo o que ela me deu e torcer pra queimar o quarto dela.

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⏰ Última atualização: Apr 11 ⏰

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