ATENÇÃO! OS CAPÍTULOS A SEGUIR PODEM DAR GATILHO!
---------------------------------------------------------------A enfermeira claramente não sabia o que fazer: se ficava cuidando do meu olho que já já ficaria roxo ou nos hematomas e arranhões que eu havia feito em Clara. Ela estava cheia no pescoço e nos braços, que pela primeira vez vi sem algum tipo de manga os cobrindo (no treino ela usava uma peça de roupa para cobrir os antebraços). Estranho, não me lembro de ter arranhado tão forte seus braços.
Ela estava em silêncio desde a hora que a enfermeira arregaçou as mangas do seu moletom, soluçando as vezes enquanto lágrimas escorriam de seus olhos azuis cinzentos. Em ver essa cena, alguma coisa dentro de mim queria sentir pena dela, mas do outro lado, eu lembrava que ela havia desferido um soco no meu olho direito.
Desviei o olhar dela por um tempo. Com o coração pesado, talvez eu havia pegado pesado nas minhas palavras anteriormente. Mas já era tarde de mais.
- Estella, segure isto no seu olho machucado e deite na maca, o diretor irá te chamar daqui uns minutos.
-ok.- eu acenti e me deitei na maca, segurando a bolsa cheia de gelo no meu olho.
Olhei para Clara novamente. A enfermeira falava algo muito baixinho e apontava para os supostos arranhões no seu braço. Depois disso, a enfermeira saiu com Clara debaixo dos braços, cruzaram a porta e me deixaram sozinha na sala junto com Alex, que havia sido pego por alguns inspetores e trazido para a enfermaria logo depois de saber de tudo que havia acontecido.
- Cara ela te deu um murro e tanto hein?
Permaneci quieta, e Alex ficou um pouco sem graça.
- Ta doendo muito?
- Um pouco, a dor fica latejando... sei lá como explicar.
- Como tudo isso aconteceu?
Pensei, e olhei meus braços, cheios de pequenos hematomas e arranhões superficiais. Não eram como os de Clara.
- Alex, eu acho que fiz merda.
- uh... isso não é obvio?
- sim, quer dizer, não... sei lá... você viu?
- vi o que?
Pensei se eu deveria falar aquilo. Se meu palpite estivesse certo, eu não gostaria que toda a escola soubesse. Quer dizer, conheço o Alex. Ele ama fofoca.
- nada.
Alex me olhou, confuso e quando abriu a boca para falar algo, a porta se abriu e lá estava a enfermeira novamente, mas sem Clara debaixo dos braços.
- O diretor quer falar com você.
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Me sentei na cadeira vaga ao lado de Clara e olhei para o diretor Paulo. Ele era gordo, com uma barba generosamente grande e branca e apenas uns fiozinhos perdidos na cabeça. Não que ele fosse muito velho, mas tinha com certeza mais que 50.
- Estella, Clara, sintam se a vontade.
Me ajeitei na cadeira.
- As senhoritas podem me dizer o que aconteceu lá embaixo?
estávamos quietas, sem olhar uma a outra. Alguma coisa dentro de mim gritava que eu deveria falar algo, me redimir ou algo assim. Então assim o fiz.
- Senhor Diretor, eu... eu provoquei a Clara e falei muita besteira para ela. Ela me deu um soco, sim, mas fui eu quem provoquei.
Clara me olhou surpresa, e então olhou o diretor, com certo receio no olhar.
- Senhorita Estella, se quer tirar a culpa de Clara a situação, já lhe digo que será em vão, porque ambas irão ter consequências.
- Mas...
- Ambas se atacaram, então ambas serão suspensas de suas atividades escolares por 1 semana.
- O que...?!- Clara se levantou da cadeira, com os olhos cheios de lágrimas. - mas diretor eu...
- você era a representante do terceirão, Clara. Era. Eu sei que lutou para ter esse cargo por anos, mas é impossível tê-lo por agora.
Clara estava visivelmenete acabada, sentou-se na cadeira novamente e pemanceceu quieta e soluçando até o fim da nossa conversa com o diretor. No fim, ela pegou sua mochila vermelha e correu para fora da sala como se não houvesse o amanhã, e assim desapareceu da minha vista.
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Paixão na Quadra - Romance sáfico
RomanceEstella Minji é a capitã da equipe de handebol da escola Céu azul, rival mortal da escola Jorge Couto. Com o festival de esportes da cidade se aproximando, todos estavam muito nervosos, não só pela competição, mas porque no ano passado as meninas do...