bruxaria

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Eu não sabia muito bem o que fazer: se respondia as perguntas do Alex, que tagarelava depois do show, ou tentava desenvolver algum jeito de tirar a visão de Clara cantando no show.

- Minji!

Silêncio.

- MINJI! - Alex gritou, chamando a minha atenção e a atenção do uber que nos levava até sua casa.

- AI! Que foi, viado?

- Eu tava falando com você até agora!

- Ah, desculpa eu não ouvi!

- Sei... bom, o que eu estava dizendo é que minha mãe vai adorar você! Já contei de você para ela e ela ficou muito feliz por eu fazer uma nova amizade! Ainda mais com alguém que precisava de ajuda na escola.

- Ah, fico feliz Alex! Mal posso esperar para conhecê-la.

Alex sorriu, mostrando o pequeno, mas perceptivo, buraco entre os dentes incisivos centrais. Seu mullet recém cortado estava espetado e desarrumado como sempre, e as sardas do seu rosto mais pareciam estrelas no seu rosto.

Chegamos na frente do seu sobrado, que fazia parte de um conjunto de casas igualzinhas: Todas amarelinhas e brancas.
Alex pagou devidamente o uber e corremos para dentro de casa, onde sua mãe esperava.

- Então você é a Estella! Muito prazer!- disse uma senhora baixinha e farta, de cabelos loiros sujos encaracolados.

- Muito prazer senhora...

- Ah não! Não precisa chamar de senhora, pode só me chamar de Dona Marta.

- Ok, muito prazer Dona Marta!- sorri de maneira gentil para ela.

- eu imagino que já tenham comido lá, então podem ir para o quarto. Se quiserem comer mais tarde podem atacar a geladeira! - Dona Marta sorriu calorosamente e brincou, sentando-se na poltrona da sala e voltando a fazer seu crochê.

Alex sorriu animado e correu para as escadas, subindo minha mochila e praticamente  voando pelas escadas de tão veloz. Entrei no seu quarto.

__________

Ok. Eu sei que existem quartos desarrumados, mas o quarto de Alex era HIPER DESARRUMADO. ( não posso falar muito também )

Ele correu para sua cama e afastou algumas roupas que estavam jogadas, colocando minha mochila lá e logo puxando um colchão de baixo da cama.

- Não nota a bagunça não, tá?

-Vou tentar haha.

Arrumei minha cama no colchão, e nós sentimos cada um em sua devida cama. Jogamos conversa fora, rimos, jogamos no seu Nintendo, até que Alex tirou do seu armário o que parecia ser um jogo de baralho, mas logo percebi algo que me assustou: na verdade era um jogo de tarô.

- vamos ver o que o tarô tem a dizer sobre você! Que tal??

- a- é... pode ser... - Engoli um seco.

Alex sorriu e começou a mexer nas cartas, tanto que eu até me perdi. Carta pra lá, carta pra cá, e então ele tirou 3 cartas e posicionou no chão gelado. Não sabia quais eram, mas vi uma dúvida surgir em seu rosto.

- aqui diz que algo há algo muito grandioso em você, parece que é um poder de decisão.

- decisão?

- pelo jeito. Mas também, diz que há algo subliminar, algo escondido... debaixo da pele que te incomoda. Ou incomoda os outros.

- ah... que loucura isso né... - Minha pele gelou.

Alex me olhou, com a feição calma.

- não quer me contar nada não?


Paixão na Quadra - Romance sáficoOnde histórias criam vida. Descubra agora