𝕰𝖒 𝖓𝖔𝖒𝖊 𝖉𝖊 𝕯𝖊𝖚𝖘 - 𝖃𝖎𝖆𝖔 𝖝 𝖆𝖊𝖙𝖍𝖊𝖗

ɪɪɪ - 𝕯𝖊𝖘𝖊𝖏𝖔

A cada dia que passava, mais difícil estava de se conter perto de Aether. A semana passou num piscar de olhos pra Xiao, e hoje já era domingo - o dia do seu aniversário. Ele conversou com Zhongli mais cedo, dizendo que não iria querer nenhuma comemoração, e que iria prefirir dinheiro ao invés de perder seu tempo cantando parabéns e ouvir seus parentes idiotas falarem o quanto ele estava desanimado em seu próprio aniversário, ou o forçar a socializar com o resto da família.

Em um certo dia da semana, Aether disse a Xiao pra encontrá-lo no confessionário no domingo, mesmo estando curioso, jamais ele iria tomar alguma conclusão precipitada, é difícil prever aquele loiro, ele era um enigma, um enigma que Xiao nunca iria resolver.

Lá estava ele, se arrumando pra ir para a igreja, encontrar nada mais nada menos do que Aether. Suas irmãs estavam estranhando Xiao, mas quase nunca tocavam no assunto, sempre ouvindo um "eu apenas quero o caminho certo", ou outras vezes falando "quero ter Deus no coração", o que não passavam de mentiras e piadas, que suas irmãs eram bobas demais pra saber. Hu tao parecia ter receio disso, afinal, ela sempre ouvia Xiao discutir e dizer que odiava a igreja, o que gerou motivos de muitas brigas com seu pai. Ganyu sempre era calada - mais calada que Xiao -, quase nunca abria a boca ou falava algo, apenas falaria se visse necessidade de realmente falar. Mas ela nunca se isola, participa de todos os eventos que acontecem em reunião familiar, sendo a boa moça que ela quer ser, e também dar uma boa impressão. Já Hu tao, ela era a mais extrovertida entre os três, sendo a mais energética e animada, muitas vezes sendo o "gás" de harmonia a família que é considerada séria e cheia de regras. Hu tao é do tipo de se empolgar demais quando algo bom acontece a ela, não perdendo a chance de contar e falar sobre isso com Xiao ou Ganyu, mesmo Xiao não dando muito ouvidos, pra ele, Hu tao é irritante, e pra Ganyu, Hu tao é apenas alegre demais.

Xiao respira fundo, olhando pela última vez pra o espelho e bagunçando seus fios rebeldes que estavam levemente molhados.

— passa um gel nesse cabelo — Hu tao disse de repente, com os braços cruzados e encostada na porta aberta do quarto de Xiao. — papai disse que deveria ter uma aparência de um garoto educado, não bagunçado.

Isso é uma ofensa? Xiao se pergunta, arqueando uma sobrancelha e encarando a de fios marrons com desdém.

— não permiti você no meu quarto, está me incomodando e invadindo minha privacidade. — ele diz indiferente, dando passos pra perto de Hu tao enquanto estava prestes a fechar a porta do quarto na cara dela.

— espere! — ela se coloca no meio, deixando metade do corpo dentro do quarto de Xiao. — eu sei por que você está indo a igreja todos os dias. — ele gelou por um momento, ficando imóvel e encarando ela fixamente, mas sua expressão não muda, tentando não demonstrar interesse nas palavras dela.

— você não sabe de nada.

— humm... Eu sei, meu querido Xiaozinho... — ela murmura sorridente. Xiao segura a vontade de forçar a porta contra Hu tao - com intenção de machucar ela.

— então fale o que sabe...

— mas se você sabe o que eu sei, por que eu deveria falar?

Ele respira fundo, tentando não perder o único pingo de paciência que estava tendo com sua irmã do meio.

— pare de me incomodar — ele força a porta contra ela levemente, dando avisos de uma ameaça silenciosa que não iria hesitar em machucar ela.

— tudo bem, tudo bem! — ela balança a mão no ar em sinal de rendição, Xiao abre a porta por completo dessa vez, deixando ela respirar. — não vou dizer isso a ninguém, segredos são segredos, e eu os levo até o caixão. — um sorriso surge nos lábios de Hu tao. — você está indo a igreja por causa de-