"Eu desejo que você seja meu..."
Foi o pedido que Xiao fez antes de apagar a vela, sentindo uma certa ansiedade com o que desejou, olhando Aether, que ficou em silêncio, os olhos fixos em Xiao, como se estivesse lendo o fundo da alma dele.
- tsk, pare de ficar me olhando... - o de fios escuros desvia o olhar, um leve rubor se formando. Isso tira uma risada do loiro, que colocou o bolo na mesinha ao lado e voltou a atenção ao mais novo.
- eu não posso olhar? Desculpe, então não olharei mais. - Aether cruza os braços, fazendo beicinho enquanto fingia irritação. - mas, só não olho porque você sempre fica vermelho, eu acho fofo, pra ser sincero...
Quais as intenções dele em falar algo assim? Isso fez o corpo de Xiao ter arrepios, sempre odiando quem o chama de "fofo", e ele citar os rubor que se forma no rosto de Xiao.
- esqueça. Podemos guardar o bolo para mais tarde? Eu quero dividir com você, e com minhas irmãs.
- claro! - ele bateu palmas, pegando a tampa e removendo as velas, tampando o bolo e colocando em um canto guardado para mais tarde. - quando ficarmos livres podemos nos juntar e nos sentar na pracinha que tem aqui do lado - o loiro pega o celular do bolso, verificando a hora. - vinte minutos pra me arrumar... Vá embora, irei me trocar, ou você quer me ver?
- pare de falar essas coisas! - Xiao protesta, a voz em um murmuro tenso, mas por dentro ele gritava que queria estar ali no momento. Claramente seu rosto ficou vermelho, mas escondeu rapidamente quando se virou para a porta e abriu. - e não vamos comer meu bolo na praça... Eu vou te levar pra minha casa.
- ah, sim. Bem, eu não tenho problema, até porque somos vizinhos e eu só preciso pular de uma janela pra outra... Mas se bem que não seria educado, parece que estou invadindo e-
Antes mesmo e que ele pudesse terminar, Xiao bateu a porta, saindo dali ao ponto de não surtar ali mesmo, mas por motivos mais específicos. Enquanto andava de volta para os assentos, ele vê Zhongli o encarando com uma expressão séria, prestes a repreender ele por demorar tanto para ir ao banheiro.
Era sempre a mesma expressão, sempre encarando o filho com julgamento e reprovação, enquanto para as irmãs ele sempre é uma expressão calma e neutra. Xiao sabe que seu pai começou a agir assim por causa da morte de sua mãe, mas o que justifica esse desprezo?
Minutos se passaram e o sino tocou, ecoando pelas paredes da igreja, e assim todos ficaram de pé, e a missa começou a acontecer. Xiao evitou falar com Aether na presença do pai, sempre trocando olhares ou alguns acenos de cabeça, mas nunca se aproximando ou trocando palavras. Xiao temia que seu pai desconfiasse de algo, mesmo eles não tendo nada, até porque são apenas amigos e nada mais. Mas a última vez que Xiao demonstrou sinais, foi durante a infância, quando Hu Tao tinha meses de nascida.
Xiao acabou confessando pra mãe que estava gostando do amigo de escola, e isso acabou caindo nos ouvidos de Zhongli, que deu uma lição em Xiao e o colocou de castigo, até chegando a mudar de escola. As memórias de sua infância eram boas, mas todos os momentos ruins foram pelos seus pais - a perda da mãe e as vezes que seu pai o deixava de lado e brigava com ele. E depois disso, ele passa a ser obrigado a ir pra igreja, pra poder ser 'curado'. Mas Xiao sabe que nada mudou, e que ainda chega a se sentir atraído.
E tudo mudou quando ele conheceu Aether. O que ele escondia por anos veio a tona quando cruzou o caminho com esse loiro maldito que se parece um anjo de tão delicado e belo que ele é.
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𝕰𝖒 𝖓𝖔𝖒𝖊 𝖉𝖊 𝕯𝖊𝖚𝖘 - 𝖃𝖎𝖆𝖔 𝖝 𝖆𝖊𝖙𝖍𝖊𝖗
RomanceUm odeia a igreja, e o outro serve a Deus fielmente. Xiao não esperava que encontrar aquele garoto de cabelos longos e loiros fosse mexer com ele, o que deveria ser algo passageiro começa a se tornar obsessão. Aether é do tipo de garoto certinho, v...