Capítulo 7 - Castelo Encantado

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Capítulo 7 - Castelo Encantado


''Mas como menina-teimosa que sou, ainda insisto em desentortar os caminhos. Em construir castelos sem pensar nos ventos. ''  - Caio Fernando Abreu

Em um certo momento a chuva se dissipou completamente deixando para trás apenas provas do seu crime bárbaro, que na minha opinião ela deveria ser presa por causa disso mas a lei é muito branda, bem deixe eu explicar o seu delito, vim e me molhar, vendo pelo lado positivo eu conseguir finalmente ver o que estava atrás daquele enorme nevoeiro cinzento,estrelas, isso mesmo e não apenas uma mas muitas o grande céu chegava a ficar meio branco com todos aqueles pontinhos de luz prateada que iluminava todo o meu rosto, a Lua por sua vez lutava tentando conseguir um pequeno espaço mesmo assim se encontrava minúscula em comparação das suas companheiras do seu noturno.

Encarei aquela bela vista como se fosse a última coisa que veria - poderia morrer em paz naquele instante - de uma forma elas pareciam dançar como em um baile mágico, lembre-me de uma antiga história que minha mãe me contava ao dormir:

''- Annie desceu da cama e encarou o céu desejando de todo o coração poder participar daquele baile que acontecia toda noite diante de seus olhos, algo então aconteceu tudo a sua volta começou a brilhar e sumir, aos poucos ela também desapareceu, reaparecendo na tão sonhada festa, seu pijama se transformou em um lindo vestido de gala cintilante. A menina dançou a noite inteira e quando estava perto de amanhecer foi levada novamente para o seu quarto, cansada dormiu como um morto, seus sonhos eram centralizados nos acontecimentos da noite anterior.

Observei ela contar a história atentamente.

- O que você aprendeu?

- Nada.

- Você aprendeu que se desejar de todo coração tudo pode acontecer. - Fala a mulher fazendo biquinho.

- Duvido.''

Meu corpo estremecia com a baixa temperatura do lugar, as roupas molhadas também não ajudavam muito, o Príncipe nem para me dar seu casaco serve, imprestável. Virei minha cabeça com os olhos de cachorro que caiu da mudança para ver se aquele idiota real notava o meu suposto ''congelamento'' , fiquei com raiva quando ele nem sequer olho para mim.

Calma, respira, é apenas um frio bobo você é mais forte.

Nesse instante todo o chão começou a tremer, não vou dizer que me assustei se serve de consolo, o barulho de cascos de cavalos e de rodas aumentava cada vez mais junto com os tremores que me fizeram tapar os ouvidos.

- Chegaram. - Vejo ele se levantar perfeitamente.

Tento imitar mas acho que mais pareceu uma cobra se contorcendo, bufei ele não me ganharia na caminhada, girei meu corpo e fiz o possível para andar como uma verdadeira dama, cai deitada no chão pois pisei em falso em uma poça de água, Vossa Alteza passou por mim sem fazer nenhum barulho, iria reclamar mas notei que ele estava tenso. Levantei com a ajuda das mãos e sai correndo para acompanha-lo, desta vez não cair. Graças ao deus dos desastrados! Eu ainda tenho chance.

- Hey! Vai ficar tudo bem você vai ver. - Digo batendo nele com o ombro.

- Com certeza. - Força um sorriso.

O que ele fez?

Paramos de frente da carruagem que nos esperava, na verdade só esperava ele mesmo, mas tentei ser boa comigo e disse a mim mesma que ele - o cocheiro - também desejaria minha presença que irradiava luz, só que não.

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