Capitulo 3 - Confronto Inesperado

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Uma espécie de claridade se acendeu na mente de Bill. Embora estivesse mais confuso que nunca, não ficou procurando os porquês, ou as possibilidades do que estava acontecendo ali. Só queria saber de uma coisa...

— Onde? Pode me dizer, Rachel? Onde ele esta?

— Perto! Dentro de mim! — suas mãos agarravam o tecido de sua camiseta, como se ela quisesse tirar aquela presença aflitiva.

Seus olhos lacrimejavam grossas gotas, que corriam por seu rosto, como se o seu organismo quisesse lavar aquela a fumaça, que nem sequer ali estava.

— Espera....Me escuta...— ele tomou o seu rosto entre as mãos, e delicadamente, elevou seu rosto até o seu. — Esta perto, mas não dentro de você. Onde? Olhe e me diga onde?

Rachel escapou e começou a correr, tossindo e sufocando-se com a fumaça invisível, desviando de obstáculos inexistentes e tropeçando em objetos que só ela enxergava. Bill a seguiu. Eles viraram em uma esquina e atravessaram a rua. Rachel virou numa outra esquina, correu mais um pouco, e se chocou de frente com umas imponentes portas oxidadas de metal enferrujado.

Um depósito. Um galpão há muito tempo abandonado. Entretanto, por uma janela superior, havia uma luz intensa a piscar violentamente. Uma luz fria e nada natural, um brilho que Bill havia imaginado que nunca mais veria na vida. Ele segurou a pequena ruiva pelos ombros, puxando-a para si, apoiando suas costas contra seu corpo, ao mesmo tempo em que se inclinava em seu ouvido.

— Me escuta.... — ele murmurou com tom reconfortante, enquanto ela continuava lutando para respirar. — Essa agonia não é sua. Não se apodere dela desse jeito.

Bill olhou para cima, para a janela iluminada, com coração batendo no peito, com a necessidade urgente de agir. Mas não podia deixa-la ali sozinha, sufocando. Se Rachel acreditasse, que sua mente assumia o controle, a ponto de reagir com lágrimas e falta de ar, então ela poderia achar mesmo que estava sufocando, até a total asfixia.

— Olhe em volta. Não há fumaça aqui. Você está me ouvindo, Rachel?

Ela estava. Embora não conseguisse falar, já começava a respirar melhor.

— Assim é melhor. — sussurrou Bill, com seu hálito quente tocando-lhe o pescoço sensível. — Agora fique aqui, escondida e tente respirar.

Bill agarrou a maçaneta da porta de metal e a abriu, como se rasgasse uma folha de papel, e não enormes folhas de aço, camuflando o estrondoso som que o denso metal soou ao ser manipulado. Qualquer um, pensaria que havia sido apenas o metal rangendo sob o efeito do vento.

Instintivamente, Rachel o seguiu para o interior do galpão abandonado, desobedecendo as instruções que acabara de receber. Tinha medo do que estava acontecendo, mas sentia ainda mais medo de ficar sozinha. Por isso o seguiu. Ela se agarrou atrás dele, em seu casaco de couro, enquanto ele cruzava as sombras. Havia lampejos de luz cortando a escuridão, e a combinação a cegava. Bill caminhava sem hesitação, como se estivesse em plena luz do dia, aproximando-se da luz metálica com um propósito ameaçador. De repente, Rachel sentiu que ele se elevava a sua frente, aparentemente subindo uma escada. O casaco escapou de sua mão, e ela ficou sozinha tentando localizar os degraus, mas não encontrou nada. Por mais que tateasse, não conseguia localizar o meio que ele utilizou para chegar ao andar superior do galpão. Tudo que pode fazer foi olhar para a luz, que agora girava entorno dela. Enquanto Bill ia devagar se aproximando daquele brilho intenso.

Rachel tinha a impressão, que sua respiração ofegante fazia barulho demais, mas precisava de oxigênio.

Bill se moveu para mais e mais perto da luz. De repente, ele saltou. Um salto fabuloso e impressionante. Rachel podia estar vendo coisas que não existiam naquela penumbra, mas podia jurar que o homem havia executado um salto de quase dez metros, do chão, até se agarrar a algum objeto invisível, suspenso sobre sua cabeça.

DEMONS | BILL KAULITZOnde histórias criam vida. Descubra agora