DEMONS | BILL KAULITZ

Capítulo 37 - Os Caçadores da Biblioteca Perdida

Depois de Rachel ter sido alvo de um dos ataques mais cruéis contra seu povo, Bill e Tom decidiram ir atrás de Nena e Mary. Bill não conseguia perdoar os atos violentos da antiga companheira de Conselho. Rachel também compartilhava do mesmo sentimento. Se não fosse o amor de sua esposa e a confiança que ela depositava em seu caráter, ajudado-o a superar as crises de consciência relacionadas a essa questão, Bill teria sucumbido. Rachel sempre estava ao seu lado, e ele já não se lembrava de como era sua vida antes dela.

Na primeira batalha, as Demons criminosas  haviam fugido com toda a covardia que lhes eram peculiar. Após uma breve investigação, Serena os informou que alguns Warlocks e caçadores humanos haviam sido visto em sua região. Todo o grupo de amigos próximos, se prontificaram na caçada as "bruxas", literalmente. E assim todos partiram para a Rússia, região dos licantropos.

— Tem certeza de que é aqui, Anne? — Serena perguntou a sua general , olhando para a floresta que se estendia ao pé da colina. — Estamos a menos de duzentos quilômetros do meu castelo.

— Sim, Serena...Encontramos as pegadas e o cheiro peculiar dessas ....dessas pessoas. — Anne falou com cara de nojo.

— Não sei o que vocês pensam, mas tenho a impressão de que isso tudo é um cenário montado — Rachel opinou, erguendo novamente os binóculos.

O Executor, que não precisava da ajuda de binóculos para enxergar longe, observava com atenção qualquer movimento.

— Acho que Rach está certa. Feiticeiros tão perto do castelo de Serena? Correndo risco em território licantropo? — Bill especulou.

— Pode ser um grupo de busca. — Gustav falou.

Todos olharam para Gustav.

— Olhem um pouco mais longe, além do acampamento — ele instruiu. — Estão vendo o terreno? Foi cavado como as terras de um agricultor, em alguns trechos, estão com demarcações mais profundas. Não sou especialista em escavação, mas o que vejo, me lembra sítios arqueológicos. Aposto que eles estão procurando alguma coisa.

— Mas o quê? — Serena estranhou. — Deusa, olhe só para o tamanho daqueles buracos! São enormes. Por que eles estão em território russo, no inverno, cavando o solo quase congelado?

— No inverno sim, quando há pouco ou nenhum tráfego na região. No inverno, quando as criaturas que poderiam criar problemas para eles, se preparam para um sono prolongado — sugeriu Tom.

— É isso! Um terço do meu povo já entrou em hibernação. Mais da metade da população restante se recolheu às cavernas depois do Samhain! — Serena deduziu. — Vou pedir para um dos soldados sobrevoar o local para dar uma olhada e...

— NÃO!!!

O coro de vozes e as mãos estendidas impediram sua intenção de chamar mais pessoas.

— Há sentinelas espalhadas pela área. Você não pode vê-las, mas eu posso — contou Bill. — Elas formam correntes sobrenaturais na vegetação e na fauna local.

— E estão no ar também — acrescentou Tom olhando para cima.

— Ah... — Serena sentiu-se tola pela precipitação e falta de cautela. — Como pode enxergar tudo isso, se nós, seres da floresta, não vemos nada?

— É preciso estar procurando por eles — explicou Gustav. — E os sinais são quase impossíveis de detectar para alguém que não tem séculos de experiência.

—As pegadas e o cheiro foram percebidos aqui. — disse Serena.

— Tão perto... — Anne comentou. — Meu território! É minha responsabilidade guardar e proteger essa região e a rainha que os governa. Devia ao menos ter estabelecido uma guarda permanente depois da batalha de Beltane. Cometi um erro imperdoável, que comprometeu a segurança de todos.