Capitulo 8 - Apresentações Formais

72 16 2
                                    


(no capítulo anterior...)

— Bill, mas isso é... É impossível! O que teria acontecido se... Se nós... ? Quero dizer... Ah, meu Deus!

Todos na sala estavam muito inquietos. Havia um desconforto geral.

—  Não sabemos. — Tom respondeu. — Nunca aconteceu antes. Não com Demônios que não foram corrompidos. Os transformados....Bem, há exemplos trágicos de homens e mulheres encontrados...

— Dilacerados. — Bill concluiu sem rodeios. Já vira essa realidade com os próprios olhos. Eram fatalidades brutais e sangrentas.

— De qualquer maneira, sempre achamos que o encontro seria demais para uma humana, mesmo que o Demon em questão, não fosse um corrompido. — Heidi tomou a palavra

Rachel não conseguia acreditar nisso. A dominação primitiva de Bill havia sido envolvente, poderosa. Não queria nem pensar no que poderia ter acontecido, se Tom e Georg não tivessem surgido naquele momento. Pela expressão de Bill, era claro que ele tinha pensamentos bem semelhantes aos dela.

— Por favor, Rachel, acredite em mim! — Bill interrompeu. — Eu jamais tive a intenção de machucá-la.

— O que ele diz e verdade. Algo acontece com nosso povo nesta época do ano. O nosso impulso sexual fica muito difícil de controlar. — explicou Tom. — Nós nos policiamos severamente, mas as vezes é mais forte que nós.

—  Espera um minuto. — Rachel ergueu as mãos num gesto de contenção, balançando a cabeça como se ainda não pudesse acreditar em tudo que ouvia. — Essa história é muito rica em detalhes e cheia de imaginação, mas...Como posso acreditar no que dizem? Quero dizer, vocês todos parecem tao normais! Lindos, é verdade, mas normais.

Bill sentiu os lábios se distender num sorriso. O que existia nessa mulher, que despertava nele tanta alegria? Sempre que estava perto de Rachel, sentia vontade de sorrir. Sempre tinha sido tão sério na sua vida. Mas, em vez de ceder ao impulso e rir, ele segurou em suas mãos, apreciando o calor da sua pele delicada, sorvendo aquela energia gerada pelo contato físico, encantado com a confiança que ela depositava nele, aceitando o gesto de carinho, em vez de rejeitá-lo, como era de se esperar, depois de tudo que acabara de ouvir.

— Não tenha medo.  — ele murmurou.

Rachel abriu a boca para perguntar por que deveria ter medo, mas uma súbita sensação de leveza a inundava, roubando-lhe o fôlego. Ela o fitava nos olhos, sentindo os pés deixarem o chão, sem nenhum esforço, o corpo seguiu o comando de Bill, que com aparente naturalidade, os fazia flutuar no ar. Rachel passou os braços em torno de seu  pescoço, com o coração disparado pela descarga de adrenalina, sentindo o corpo todo tremer.

— O destino me fez da Terra, Rachel. — ele contou num sussurro. — Posso manipular a gravidade, comunicar-me com todas as coisas vivas e mover placas tectônicas umas contra as outras. Posso transformar uma semente em árvore com um pensamento, e faze-la murchar com outro. Sinto as forças da vida de cada ser vivo nascido na Terra. Posso caçar qualquer coisa que percorra os caminhos desse mundo, com meus sentidos aguçados, sou o mais ardiloso predador.

Rachel não conteve uma exclamação maravilhada ao perceber que subiam cada vez mais, afastando-se dos outros que os observavam, tocando quase as vigas do teto. Só quando olhou para baixo e pôde contemplar o cenário do alto, ela compreendeu que deviam estar em um castelo. Nenhum outro tipo de construção teria aquelas paredes, o piso, o teto arredondado e todo aquele luxo.

Depois de um momento, Bill desceu lentamente até seus pés tocarem o piso de mármore, segurando-a contra seu corpo de forma protetora. Ela viu apreensão em seus olhos e uma intensa necessidade de protegê-la. Percebia que estava desenvolvendo uma sintonia com as emoções e os pensamentos dele. Não sabia como isso estava acontecendo, mas como poderia lhe perguntar, se acabara de sobrevoar a sala em seus braços?

DEMONS | BILL KAULITZOnde histórias criam vida. Descubra agora