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16 de dezembro

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16 de dezembro

O carro foi estacionado, depois os dois caminharam pelo caminho estreito sob as luzes do jardim, em passos leves lado a lado. Ao chegar à porta, Veiga fora rápido em abri-la, dando espaço para Clarissa.

- Bem-vinda a minha humilde residência - disse Raphael, tratando de fechar a porta.

- Eu já vim aqui, não precisava apresentar - Clarissa riu fraco - E sinceramente, isso não tem nada de humilde, não mesmo - implicou.

- Não corta minha onda, tenho que apresentar formalmente, naquela vez você não estava bem - ele argumentou, vendo Fontanna concordar.

- Tudo bem, você tem um ponto - assentiu, dando de ombros.

- Eu sempre tenho razão - sorriu convencido, enquanto caminhava até a mesa no centro da sala, deixando a chave do carro lá.

- Sua autoestima é invejável - Clarissa murmurou, soltando um riso desacreditado.

Raphael deu de ombros, seguindo até uma pequena bancada que ficava da lateral da sala, com algumas garrafas de bebidas expostas.

- Aceita alguma coisa? Tem algumas variedades - perguntou, apontando para os recipientes.

- Aceito uma água - respondeu, dando um sorriso fraco - Não estou para bebidas alcoólicas hoje.

- Certo, vou pegar na cozinha, fica a vontade - disse, sinalizando o sofá, sugerindo que Clarissa se acomoda-se.

- Onde está Zoe? Senti falta da recepção carinhosa dela - ela indagou, caminhando até o móvel.

Ela sentou, observando minuciosamente a casa, notando coisas que não havia visto na outra vez que entrou no local, já que seu estado não permitia ter a melhor percepção. Alguns quadros com fotos dele, outros com a família inteira, uma camisa emoldurada, a típica decoração de casa de jogador. No canto da sala pode notar um violão preso a um suporte, que deixou Fontanna curiosa se ele realmente tocava, ou era apenas decoração.

- Aqui sua água - Raphael voltou, entregando o copo a ela, e acomodando-se no sofá - Zoe provavelmente está dormindo em algum lugar, ela é bem preguiçosa.

- Não fale assim dela, ela é um amor e não merece - Fontanna pediu, dando um riso leve.

- Você vai pensar assim, até ver quantas coisas pode destruir - Veiga pontuou, parecendo lembrar de algo - Muitas almofadas e chinelos já faleceram - ele riu ao dizer.

- Acontece até nas melhores famílias - ela deu de ombros, o acompanhando na risada - Você toca? - Clarissa questionou, apontando para o violão.

- Toco, ou melhor, enrolo bem na verdade - brincou, soltando uma risada.

- É, sabia que não dava para você ser bom é tudo, achei seu ponto ruim - implicou, fingindo uma chateação.

- Mentira isso aí, eu sou excelente em tudo que me proponho a fazer - ele se defendeu, entrando na brincadeira de Clarissa.

SUPERFICIAL | RAPHAEL VEIGAOnde histórias criam vida. Descubra agora