Capítulo 7

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Indicação de música: Dream A Little Dream Of Me - The Mamas & The Papas
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   Em defesa de Aziraphale, ele pensou mesmo em devolver o livro a todo custo. Considerando que todo custo foi somente ir até a mesa que eles estavam sentados antes antes de simplesmente desistir e abrir o livro pra descobrir o que tinha ali, todo custo não era um extremo esforço mas ele tentou. Isso era inegável.

   O que não ele não tentou foi conter sua curiosidade, coisa que falou mais alto enquanto ele abria o livro e tentava entender todas as coisas escritas nele. Além da forma antiga de escrita, tudo parecia um tipo de piada interna que ele simplesmente não conseguia entender. O tempo que passou nos meios dos livros do negócio da família o ajudava a entender um pouco a forma antiga de escrita mas decifrar aquilo era algo diferente.

   Em meio a sua concentração, mal percebeu que seus pés automaticamente o guiava em direção a sua casa e em meio seu fingimento de não ligar se Aziraphale estava vindo ou não, fingindo ler alguma coisa em um dos livros de Aziraphale, Crowley também não notou quando ele seguiu o caminho para sua casa, segurando o livro a sua frente, coisa que, como alguns já haviam dito a Aziraphale, o faria aparecer em algum jornal por conta de acidente, eventualmente. Ele parava quando falavam mas sempre voltava a fazer quando ninguém estava olhando.

   Depois de um tempo, Crowley finalmente entendeu que Aziraphale não iria vir mais enquanto Aziraphale só notou o que fez quando escutou o sino da loja bater quando abriu a porta. Foi o único momento em que ele fechou o livro e olhou para trás. Ele realmente pensou em voltar mas o trabalho que daria o fez suspirar e confiar que Crowley iria aparecer amanhã com seus livros. Ele poderia tentar confirmar isso com ele mas ele nunca lembrava de pedir o número dele.

   Se a curiosidade matasse alguém, Aziraphale teria sido condenado naquela tarde. E aqui está uma lista de coisas que ele lembra de fazer:

1 - Chocolate quente. Ele não bebeu até estar quase frio mas ele fez.
2 - Ir para o próprio quarto. Ele estava lendo mas ele lembra que queria ler deitado então ele lembra disso.
3 - Ter deixado a porta do quarto aberta. Ele teria fechado se não soubesse que se alguém o visse lendo, ninguém iria chamar ele pra alguma coisa. Era quase uma regra familiar.

   O que ele não lembrava é quando ele acabou voltando para baixo e porque as prateleiras da livraria pareciam tão próximas umas das outras, agora. Além disso, tudo parecia bem maior. Ele ficaria fazendo mais observações sobre isso mas logo depois, tudo pareceu somente fazer parte de uma mudança que ele esqueceu. Não é como se ele tivesse prestando atenção ao redor desde que o livro de Anathema cairá em suas mãos.  Foi nesse momento, reparou que não segurava mais o livro.

   Antes que pudesse pensar sobre isso, ouviu o sino da porta tocar e estava tão acostumado com esse som que mesmo com a configuração diferente do lugar, automaticamente olhou em direção a porta a tempo de ver Crowley entrar e contra o sol como ele estava naquele momento, o sol fazia com que seus cabelos parecessem um pouco mais vermelho do que realmente eram.

— Crowley - disse Aziraphale em um sussurro quase perdido mas mesmo assim, Crowley foi em sua direção como se estivesse escutado seu nome mesmo assim. — O que... O que você faz aqui? Eu nem sabia que você conhecia essa livraria.

   Ter Crowley na escola era uma coisa. O ambiente criava oportunidades de fugir de como os olhos deles pareciam intensos sob Aziraphale. Naquele lugar, a livraria fazia com que Aziraphale se sentisse exposto. Crowley estava no seu lugar favorito do mundo e a presença dele não era fácil de se evitar ou de não sentir. Aziraphale começou a se perguntar ali estava quente ou se a presença de Crowley carregava aquele calor e ele só sentiu com a proximidade que estavam agora enquanto Aziraphale se encostava na estante atrás de si e via Crowley parar a sua frente.

— Você sumiu do nada e eu tinha que devolver seus livros - finalmente notou os livros na mão de Crowley. Na verdade, ele nem sabia se realmente estavam lá antes. — E duvido que mais alguém tenho um nome parecido com A.Z Fell pra colocar numa livraria.

   Com o dedo indicador, apontou para a placa "A.Z Fell and Co" próxima a porta e sorriu antes de entregar os livros para Aziraphale. O ar parecia faltar para o loiro naquele momento. Ele quase se sentia tendo sido pego aprontando alguma coisa e por isso, simplesmente deixou os livros na prateleira a sua frente enquanto Crowley parecia achar tudo aquilo muito engraçado, se encostando na prateleira, ao lado do lugar onde Aziraphale trabalhava em guardar seus livros. Vale ressaltar que ele não viu os títulos ou nada disso. Estava fingindo arrumar os livros para tentar fugir do sorriso de Crowley.

— Eu agradeço por sua preocupação. Eu posso te ajudar em alguma coisa?

   Antes que pudesse terminar de falar alguma coisa, Aziraphale pode ouvir o som e algo se bater e antes que pudesse entender o que era e se defender, Crowley o puxou para perto, o abraçando e tampando a cabeça de Aziraphale com uma mão como se isso pudesse impedir algo caso um dos livros que caia da prateleira batesse ali.

   Por um tempo, Aziraphale se manteve de olhos fechados mas quando sentiu a respiração de Crowley próxima a seu rosto, ele finalmente entendeu como estavam e isso parecia mais importante do que o desastre de poucos segundos atrás. Seu coração parecia bater forte o suficiente para ouvir em seus ouvidos mais do que as palavras de Crowley e foi nisso que notou que não era Crowley que estava falando e sim sua irmã.

   Aziraphale se sentou na cama com rapidez e nesse ato, o livro foi parar no chão, ele não conseguia ver direito pelo sono cortado abruptamente e ainda não conseguia entender as coisas ao redor.

— Desculpa. Não sabia que estava dormindo ou não teria deixado seu amigo subir.

   Mesmo com o sono, o cérebro de Aziraphale pareceu despertar de puro medo. Crowley parado com seus livros na mão e com expressão de quem tentava segurar o riso o fez se perguntar como ele estava parecendo. Aziraphale tinha tantas perguntas com tudo o que estava acontecendo que a única certeza que tinha era que ter sonhado com Crowley o fez ver de uma forma diferente. Agora ele tinha certeza que gostava de Crowley e nem se quer podia pensar sobre isso com ele parado na porta, esperando um convite para entrar.

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• Não tem coisa mais esquisita do que sonhar que gosta de alguém e ter que lidar com a pessoa depois.

• Eu prometi voltar rápido e demorei mas é que bloqueio criativo é um inferno. Me desculpem

• O que acharam da nova capa? Entrem em contato para comprar posters comigo.

• Esse capítulo foi criado atrás da ajuda do c.ai. Ele está privado mas existe uma versão do Crowley dessa fanfic pelo site.

• Não estranhem se me verem fazendo uma fanfic nova com essa parada. Eu tenho ideias aleatoriamente. Não me odeiem.

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⏰ Última atualização: Feb 12, 2024 ⏰

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