Dia V

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Freen agonizou por um tempo que pareceram horas, mas podiam ter sido minutos, até alguns segundos, a dor era tanta que não importava, mas aquilo finalmente parou uma hora.

Ela estava sozinha, assustada e com dor, no escuro.

-Freen? - Era Nugget, ou melhor, Heng, estava confirmado, Freen tinha sido torturada por horas, afinal Heng só virava humano às 3 da manhã.

-Vai embora, Heng - Freen soluçou

-A Rebecca pode ser bem radical com visitantes - O garoto suspirou.

Freen se acalmou um pouco e se sentou na cama, a dor sumiu.

-Por que ela é assim? - Soluçou

-Ela é um demônio, não tem sentimentos, ela só tem sentimentos quand... - Ele se interrompeu

-Heng... - Freen o fuzilou com o olhar

-Cinco e meia da manhã, todo dia, ela se torna humana de novo por uma hora, a alma humana dela era tão forte que nem demônios conseguiram drenar tudo, então ela ainda é meio humana, só aguento ela por causa disso - Explicou.

-Foda -se, eu quero ir embora, Heng - Ela deitou a cabeça no ombro do garoto.

-Não tem saída, Freen, eu sinto muito - O garoto gato suspirou

-Tem que ter uma saída - Ela sussurrou.

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Nam estava tão assustada quanto Freen, ela queria ir embora, queria falar com Mind de novo, queria esclarecer as coisas.

A garota suspirou e se sentou no chão, mas algo embaixo da cama chamou a sua atenção.

Um pequeno caderno e um colar.

Ela reuniu o pouco de coragem que ainda lhe restava e pegou os objetos, primeiro abriu o colar e gelou.

Mind estava ali.

A morena arregalou os olhos e abriu o caderninho

Pertence a: Mind Sawaros

Hospital Psiquiátrico Armstrong, 1915

Julho de 1915

A garota sem olhos continua me machucando, esse lugar é o inferno, eu não quero que ela me leve, eu não quero ser como ela, aquele olhar frio, aquele sorriso diabólico...

Eu não quero ficar presa a esse inferno.

Mas eu sinto que eu nunca vou sair daqui, eu simplesmente sou lésbica, não acredito que me internaram aqui por causa dessa bosta, eu queria ser hétero.

Mind

Nam estava atordoada, agora ela entendia. As roupas estranhas de Mind, as aparições súbitas, o fato de ela não saber o que é um celular, os toques frios...

-Oi - Nesse momento, a loira apareceu, mas seu sorriso sumiu quando ela viu o caderninho nas mãos de Nam

-VOCÊ MENTIU PRA MIM - Nam gritou, enfurecida

-Nam... - Mind abaixou a cabeça

-NÃO, MIND, EU ESTAVA MORRENDO DE MEDO, ME ASSUSTANDO E QUERENDO IR EMBORA, E ERA VOCÊ NOS ASSOMBRANDO O TEMPO TODO? - Ela rosnou

-EU NÃO SOU A ÚNICA AQUI, EU SÓ FAÇO O QUE ELES MANDAM, PORRA, EU OS CONTRARIEI PELA PRIMEIRA VEZ POR SUA CAUSA - Mind se desesperou

-ELES QUEM? - Gritou

-Eu não posso te contar... - A loira abaixou a cabeça novamente

-Vai embora, por favor - Nam segurou as lágrimas, ela se sentia enganada, magoada

𝗙𝗲𝗻𝗼̂𝗺𝗲𝗻𝗼𝘀 𝗣𝗮𝗿𝗮𝗻𝗼𝗿𝗺𝗮𝗶𝘀 - 𝗙𝗿𝗲𝗲𝗻𝗯𝗲𝗰𝗸𝘆Onde histórias criam vida. Descubra agora