𝗙𝗲𝗻𝗼̂𝗺𝗲𝗻𝗼𝘀 𝗣𝗮𝗿𝗮𝗻𝗼𝗿𝗺𝗮𝗶𝘀 - 𝗙𝗿𝗲𝗲𝗻𝗯𝗲𝗰𝗸𝘆

Caos

Rola estrelinha pra autora aqui? Boa leitura!

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Rebecca suspirou e começou:

-Algum tempo atrás, uma parente da melhor amiga da minha mãe e a melhor amiga dela vieram aqui se achando as Doras Aventureiras pra desvendar os mistérios do hospício. A melhor amiga, Friend, me encontrou na fase humana, ela me consolou, e todo dia, ela vinha falar comigo, mesmo quando eu a atacava, ela dizia que não ligava, então o tempo foi passando, e eu me apaixonei por ela, e quanto mais eu me apaixonava, mais o meu lado humano me dominava, eu não atacava mais ninguém, não mandava os espíritos desse lugar atacarem ninguém, e chovia, chovia muito, enfim. Um dia eles reclamaram comigo, disseram que se eu parasse de atacar as duas, ia sofrer as consequências, eu inclusive levei um arranhão no rosto, mas meu lado humano estava tão forte que eu não liguei, os dias passaram, a chuva aumentou, e uma madrugada, a Friend tentou fazer um ritual pra fazer com que eu ficasse presa no inferno - Ela pausou e deu um longo suspiro.

-Ela disse que nunca tinha gostado de mim, e que ela só queria que o lugar ficasse livre de demônios e espíritos, eu me irritei mesmo estando humana, dei um soco nela e saí, chorei enquanto ainda era humana, quando eu voltei a ser um demônio, eu não pude fazer nada, o caos aconteceu naquela madrugada

-Caos? - Freen indagou

-Sim. Eles se irritaram de verdade comigo, eu nunca senti tanta dor na minha vida, eu senti chicotes, facas, martelos, fogo, socos, ácido, eu senti coisas que não são humanas e nem demoníacas, era inexplicável, aquela dor é algo que nunca vai sair de mim, e eu não fui pro inferno por sorte, eu podia ter morrido de novo, mas eu não morri, eu ganhei algumas marcas, e toda vez que alguém toca nelas, eu sinto parte da dor que eu senti naquele dia - O demônio se levantou e levou suas mãos até a sua blusa, mas ela não conseguiu levantar a barra da peça de roupa, suas mãos tremiam demais pra isso.

Freen suspirou e se levantou, ficou de frente pra ela e colocou as mãos na barra da blusa de Rebecca, pediu uma confirmação com os olhos, Rebecca fez que sim com a cabeça, então a sua blusa foi levantada, Freen colocou a peça pro lado e analisou o corpo da garota de olhos castanhos claros. Seu estômago era definido, ela tinha seios fartos, era um típico corpo que um demônio que quer seduzir alguém teria, Freen se perguntou se Rebecca já tinha esse corpo antes de morrer ou se era um atributo de ser um demônio.

Mas Rebecca se virou de costas, ela estava extremamente vermelha, seu rosto queimava violentamente. Freen arregalou os olhos quando viu o que tinha causado aquela dor em Rebecca.

Eram cicatrizes, várias, pareciam arranhões, eram marcas esbranquiçadas, apenas a marca que Freen tinha tocado acidentalmente estava vermelho sangue.

-Fala alguma coisa, por favor - A voz trêmula de Rebecca pediu

-Você continua linda - Freen praticamente sussurrou e entregou a blusa para a garota, Rebecca vestiu a peça rapidamente, com vergonha do seu corpo, das suas cicatrizes, de tudo.

Então a garota de olhos castanhos se aproximou e colou seus lábios, foi apenas um selinho, nada demais, mas foi o suficiente para deixar Rebecca menos envergonhada e Freen mais feliz e menos triste com a história de Rebecca.

-Eu sinto muito pela Friend, mas eu aprecio muito o fato de você ter confiado em mim pra contar sobre ela e me mostrar as suas marcas - Freen começou

-Eu não quero sofrer isso de novo Freen, eu não quero que você não seja o que eu penso que você é - Rebecca olhou pra baixo.

-Hey, olha pra mim - A menor pediu e levantou o queixo de Rebecca com seu dedo indicador

-Eu não sou como ela, eu queria uma saída no começo, mas agora eu não quero ficar com você pra achar uma saída, e se eu achar uma saída eu vou até o inferno pra achar um jeito de te levar comigo - Freen disse

Rebecca deixou algumas lágrimas escaparem e Freen a abraçou pelo pescoço, a garota de olhos castanhos claros enterrou seu rosto na curva do seu pescoço e começou a chorar.

-Anda, vem aqui, vamos deitar - Freen sussurrou e elas se deitaram, Rebecca ainda chorava nos braços da garota de olhos castanhos

-Light reflects from your shadow

It is more than I thought could exist

You move through the room - Freen começa a cantar enquanto acaricia os cabelos ruivos da garota em seus braços

-Like breathing was easy

If someone believed me - Ela continuou e o choro de Rebecca diminuiu, ela começou a prestar atenção na voz calma da garota que a abraçava

-They would be as in love with you as I am

They would be as in love with you as I am

They would be as in love with you as I am

They would be in love, love, love - Rebecca sentiu algo estranho, ela sentiu seus olhos pesarem, sua mente ficar lenta.

-Freen, eu acho que eu to morrendo - Ela se assustou

-Você não pode morrer, no máximo ta com sono - Freen riu

-Sono? Que? Eu não sinto sono - Rebecca lembrou

-Pelo jeito agora sente - A menor deu de ombros

-Ontem eu fiquei humana por mais cinco minutos - A maior contou

-Isso significa alguma coisa? - Freen indagou

-Acho que não, mas sentir sono é humano demais pra mim - Rebecca bocejou

-Talvez o seu lado humano esteja te dominando de novo - Ela deu de ombros

-Não teria um motivo pra isso acontecer, eu só posso me tornar humana com amor verdadeiro, não existe amor verdadeiro - O demônio sentiu seus olhos pesarem mais ainda

-Talvez exista, agora dorme - Freen riu e beijou o topo da cabeça de Rebecca

-Mas e se eu me tornar um demônio no meio da noite? - Rebecca perguntou

-Você vai sentir, boa noite, Becky

-Boa noite, baby

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-Você acha que ela está se apaixonando?

-Eu sinto o fedor do amor dela de longe

-Pretende fazer o mesmo que nós fizemos antes?

-Eu acho interessante nós machucarmos a garota antes de machucar o demônio

-Você acha que devíamos avisá - la?

-Vamos avisá - la do jeito certo, claro - Riu, uma risada seca, maligna, desumana