Prólogo

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Meados de 1915

-Como a Rebecca está? - Nuntawan perguntou pela milésima vez naquela tarde.

-Do mesmo jeito senhorita Armstrong, ela não para de "lutar com os demônios do seu hospital"- O doutor Hyde suspira.

-Ela está louca?- Richard pergunta.

-Louca não é a palavra Richard, Rebecca tem um transtorno- Nuntawan bate no braço do marido.

-Você é a psiquiatra, não eu- Richard se desculpa.

-Ela pode se curar?- Nuntawan não tinha coragem de examinar a própria filha, não no estado que a jovem se encontrava.

-Sinceramente, eu acho que ela pode controlar, com a medicação e tratamento certos é claro- O médico sorriu encorajando os pais da garota.

-Obrigada doutor- Nuntawan suspirou, ela ouvira aquela frase de todos os médicos do hospital, e por essa razão, contratou um especialista forense, mas foi apenas jogar dinheiro fora.

O problema era, os "remédios e tratamento" certos não estavam fazendo efeito em Rebecca e o seu transtorno estava ficando cada vez pior

{...}

-Senhorita Armstrong, seus remédios- A enfermeira adentrou o quarto e encontrou a filha dos donos sentada na janela, agarrada nas grades murmurando coisas sem sentido e palavras desconexas.

-Senhorita Armstrong, pela milésima vez, a janela não é uma cadeira para a senhora ficar sentada- A enfermeira suspirou, mas como sempre foi ignorada.

-Eu não sei o seu problema com a cama- A velha senhora suspira e arranca a garota da janela.

-E... Eles não me deixam ficar na cama- Rebecca balbucia.

-Claro, aqui, tome os seus remédios, a mulher revira os olhos e entrega as pílulas pra Rebecca, que toma obedientemente sabendo que aquilo a faria dormir, mas não a faria escapar deles.

-Boa tarde senhorita- A enfermeira se virou para sair da sala.

-N... Não, eu não posso ficar sozinha- Rebecca puxou o avental da mulher.

-A senhora estava sozinha esse tempo todo, tenho certeza que ficará bem- E a mulher continuou seu percurso para fora do quarto.

-NÃO, ELES VÃO ME BUSCAR ESSA NOITE- Rebecca gritou em plenos pulmões, mas a enfermeira a ignora como ignorava cada apelo de cada paciente daquele hospício.

E eles vieram . 

𝗙𝗲𝗻𝗼̂𝗺𝗲𝗻𝗼𝘀 𝗣𝗮𝗿𝗮𝗻𝗼𝗿𝗺𝗮𝗶𝘀 - 𝗙𝗿𝗲𝗲𝗻𝗯𝗲𝗰𝗸𝘆Onde histórias criam vida. Descubra agora