𝑪𝒆́𝒖𝒔 𝑫𝒆𝒔𝒕𝒊𝒏𝒂𝒅𝒐𝒔 · 𝑵𝒂𝒏𝒂𝒎𝒊 𝑲𝒆𝒏𝒕𝒐

𝐂𝐚𝐩𝐢𝐭𝐮𝐥𝐨 𝐈

﹒Ligação iniciada ﹒

— Amor onde você está?? - pergunto indignada.

— Ah, oi, me desculpa mas hoje não vai dar pra ir te buscar.

— O quê?? como assim?? eu estou na frente do aeroporto a DUAS HORAS.

— Pega um táxi, sei lá, eu tô meio ocupado agora, tchau. - diz ele apressadamente.

— O qu-

﹒Ligação encerrada ﹒

— Não acredito que esse idiota desligou na minha cara.

Eram exatamente 23:55 da noite e eu estava em frente ao aeroporto após longos 3 dias consecutivos de trabalho, e provavelmente ficaria ali por mais algumas horas.

Trabalhar como comissária não é nada fácil, ainda mais quando se tem um namorado NADA prestativo como o meu.

— S/n! você ainda está aqui?

Uma voz familiar percorre na saída do aeroporto juntamente com barulho de saltos.

— Nobara!! ainda bem, você pode me dar um carona?

— Hein? Seu namorado não vem?

— Bem, ele está ocupado dessa vez.

— Ugh, ocupado de novo? - ela reclama.
— Que namorado deixa a amada sozinha em plena madrugada?

— Cala a boca, ele não tem culpa. - digo enquanto a puxo pelo braço em direção ao carro.

Eu e Nobara somos amigas a 5 anos, trabalhamos na mesma companhia aérea, a Kento Airlines.
Nós quase nunca ficamos juntas no mesmo avião mas pelo menos nos vemos com frequência.
Sempre estávamos em baladas e festas, mas desde que comecei a namorar parei de frequentar esses lugares.

Eu divido apartamento com meu namorado a 3 meses, ele nunca teve um emprego fixo, apenas bicos em alguns lugares, enquanto eu trabalho vários dias consecutivos.
Mas não vejo problema pois ele cuida bem da nossa casa.

— Chegamos! obrigada pela carona chefia.

— Eu deveria te cobrar. - ela resmunga com deboche.

— Beijos! - me despeço e sigo para o prédio.

Após subir o elevador do apartamento, paro em frente a porta e noto que ela está entreaberta.

— Hum? Será que ele esqueceu de trancar? - penso confusa.

Abro a porta com cuidado para não fazer barulho, e assustadoramente me deparo com meu namorado beijando uma outra mulher no sofá da sala.

— Q-Que merda é essa??? - questiono com a voz trêmula.

— S/N??? - ele grita espantado.

Depressa ele tira a mulher de seu colo e corre até mim que já estava com os olhos completamente tomado por lágrimas.

— S/n, me perdoa, não é o que voc-