𝑪𝒆́𝒖𝒔 𝑫𝒆𝒔𝒕𝒊𝒏𝒂𝒅𝒐𝒔 · 𝑵𝒂𝒏𝒂𝒎𝒊 𝑲𝒆𝒏𝒕𝒐

𝐂𝐚𝐩𝐢𝐭𝐮𝐥𝐨 𝐕𝐈𝐈

Saio da sala frustada, não podia acreditar que ele estava tentando me comprar.

— Eu não sou esse tipo de pessoa. - resmungo para mim mesma.

Domingo era um dia difícil de conseguir táxi, ainda mais pela noite.
Sentada num banco próximo, tento ligar para todos os taxistas que conheço mas como esperado nenhum estava disponível.

— Que merda, o que eu faço agora?

Olho para o lado e vejo Nanami saindo do aeroporto e indo em direção ao estacionamento, ele provavelmente não havia me visto sentada ali.

Após um tempo, um carro preto estaciona lentamente na minha frente e abaixa o vidro.
Apesar de eu não entender muito sobre carros, aquele em específico parecia ser bem caro.

— Você quer carona?

Nanami estava lá dentro, não precisei nem esperar o vidro abaixar por completo para saber de quem era aquela voz.

— Ah, não, não, eu já pedi um táxi. - respondo envergonhada.

— Entendo.

Ele concordou brevemente e preparou-se para ir embora. Eu penso sobre ter acabado de mentir, se eu não aceitasse aquela carona talvez ficaria ali por mais algumas horas.

— PRESIDENTE KENTO. - grito para chamar atenção.

Ele para o carro imediatamente, apenas a alguns centímetros de onde eu estava.

— Eu acho melhor ir com você. - digo sem graça.

Levanto do banco em que estava e pego minha mala, ele abre a porta do carro apertando apenas um botão, eu era pobre demais para entender aquilo.
Entro no carro e logo sinto ele me encarar pela última vez antes de dar partida novamente.

Fomos o caminho inteiro em silêncio, eu olhava para a estrada e ele focava somente em dirigir, o silêncio não era desagradável mas era um pouco constrangedor depois do que eu falei.

— Pode me deixar ali. - aponto para uma loja próxima.

— Eu posso deixá-la em casa se quiser, apenas diga o caminho. - ele sugere educadamente.

Franzi a testa desconfiada porém acabo cedendo com a sugestão e concordando.

5 minutos se passaram, ele estaciona na frente do meu prédio e novamente aperta aquele botão de abrir a porta para que eu pudesse sair.

— Obrigada pela carona.

Ele apenas confirma com a cabeça e continua novamente seu caminho.

23:00 PM

Passo cerca de 1 hora no banheiro, tomando meu banho anti-estresse, depois de todo aquele trabalho eu merecia.
Saindo do banheiro de toalha e com os cabelos limpos eu pego o envelope e a carta que recebi.

— Quanto será que tem aqui?

Me jogo no sofá de forma relaxada e abro o envelope, um sorriso enorme se abre no meu rosto assim que vejo a quantidade de notas que tinha dentro.