Teoria Da Branca De Neve - Harém

05

Desde quando voltei para casa e o Kakucho descobriu que eu estava passando mal e o Mikey contou para ele que eu não tinha comido nada o dia todo e só comi por que ele me obrigou, ele está muito protetor.

Ele não me deixa sozinha, pergunta o tempo todo se eu estou com fome e se eu não estiver ele me obriga a comer e não me deixa dormir sozinha de forma alguma.

Quando vou comer ele faz o meu prato e coloca tudo que ele diz ser "necessário" e fica o tempo todo ao meu lado para conferir se estou comendo tudo.

Ele não me deixa sair sem que ele esteja junto, não posso ir na padaria, shopping e nem mesmo para o mercado que ele está lá garantindo a minha segurança.

Essa situação toda está ficando sufocante,ele está "protetor" de mais e eu não sei se fico brava pela minha falta de privacidade ou preocupada por ele estar assim.

Neste momento estou deitada na cama dele, pois ele diz ser mais "seguro" eu ficar em um lugar que ele tem mais fácil acesso.

Perdida nos meus pensamentos, demoro a perceber o Kakucho parado na porta me encarando.

- A quanto tempo está aí? - Me ajeito na cama sentando nela com um espaço para ele do meu lado.

- Tempo suficiente para ver você resmungando -

Solto uma risada com o que ele disse, se ele soubesse que os meus resmungos era eu reclamando dele.

- Senta aqui - Indico o espaço na cama ao meu lado.

Já com o Kakucho sentado na cama ao meu lado, me viro para ele para dizer o que tanto quero falar a dias, mas quando abro a boca, eu travo.

Como vou dizer a ele que estou me sentindo sufocada? E que não aguento mais ele me seguir para todo lugar que eu vou, monitorar tudo o que eu faço e estar sempre por perto?

- Olha Kakucho - Penso bem no que dizer, não quero magoa-lo - O que está acontecendo? -

- Como assim, não está acontecendo
nada -

- Como não? - O olho indignada - Você está parecendo um cachorro atrás da sua dona ultimamente, você não me deixa sair sozinha e onde quer que eu vou você está lá, confere a temperatura da água para que eu não pegue um resfriado, monitora tudo que eu faço, quando faço e como faço, não posso nem controlar minha própria alimentação -

- Olha Yuki, eu- O interrompo

- Kakucho, eu te amo muito, você e Izana são as pessoas mais importantes da minha vida, mas você não é assim - Seguro seu rosto com as duas mãos - Entre você e o Izana, você sempre foi o mais carinhoso e protetor, sempre garantindo nossa segurança e bem-estar, mas apesar disso, você nunca exagerou e sempre respeitou nossa privacidade, mas agora -

Coloco nossas testas juntas e olho no fundo dos seus olhos, sempre gostei deles, as cores diferentes dão um charme a mais e realça a beleza dele.

- Eu te amo Kakucho, mas preciso de espaço, entende? - Acena com a cabeça.

- Desculpa Yuki, mas quando descobri que você passou mal e eu não estava lá para cuidar de você e nem sabia que você não estava comendo, eu, eu-

Sua voz parecia desesperada, agora eu entendo, aquela gripe e o mal estar foram pouca coisa para mim, mas ele viu como uma forma de mostrar que ele foi incapaz de me ajudar e eu entendo o seu medo, afinal, eu e Izana somos tudo que ele tem.

- A partir de agora, eu vou fazer de tudo para não pular nenhuma refeição e não te deixar preocupado, combinado? -

Ele não respondeu, e não precisava, aquele momento, para qualquer outra pessoa poderia ser algo idiota, mas só nós dois sabíamos o peso daquela situação.

- Você é e sempre será o meu Dengoso - Sorri com o apelido idiota.