Magic - 𝘼𝙡𝙚𝙘 𝙇𝙞𝙜𝙝𝙩𝙬𝙤𝙤𝙙

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A pequena Fairchild estava se remexendo na cama pensando que era um pesadelo, mas na verdade era uma lembrança, uma lembrança que ela pensava ter apagado, embora não fosse o caso. Era uma daquelas lembranças que ainda estavam com ela, bloqueadas pelo feiticeiro que foi seu amigo na infância, alguém que ela só podia ver quando sua mãe, Jocelyn, a enviava para aprender controle com ele muito antes de afastá-la do feiticeiro e de tudo que envolvia o mundo das sombras.

- Mamãe, eu não quero esquecer - disse.

- Elas não serão crianças para sempre, Jocelyn - respondeu.

- Mas, por enquanto, eu não quero que elas tenham nada a ver com o nosso mundo.

- Até nos vermos de novo, pequena demônio...

Quando abro os olhos, percebo a presença do meu amigo, Simon, observando-me preocupado enquanto eu regulava minha respiração. O sujeito que estava no que vi era o mesmo com quem esbarrei no clube.

- Está tudo bem? Você parece um pouco assustada - disse Simon.

- Simon, é que...

- Estou aqui com você e você está segura, deve ter sido um pesadelo.

- Poderia ser - eu digo, abraçando minhas pernas. - Eu estava amarrada a uma cadeira, Clary estava do mesmo jeito que eu, minha mãe só nos observava e dizia para o cara nos proteger de algo, embora também pedisse desculpas por se afastar de mim. Então ela colocou as mãos na minha cabeça e arrancou meu cérebro.

- Olá, Freddy Krueger.

- Nem me lembre disso - nego, entendendo a sua piada. - De qualquer forma, Freddy era horrível, esse cara era bonito.

- Nem estando submissa em um pesadelo você deixa de ser você, né?

- Nunca, assim saberemos que sou eu e não uma impostora - brinco. - A propósito, o que você está fazendo aqui? Deveria estar na enfermaria.

- Eu só precisava ver minha melhor amiga, da qual...

- Nada de sentimentos por ela, eu sei - interrompo, sabendo o que ele ia dizer. - Lamento que a nossa vida desastrosa tenha te colocado em perigo.

- Mas estou bem.

- Se aqueles vampiros tivessem te machucado, não conseguiria viver com isso. Agora você é a única pessoa que temos.

- Não me interprete mal, agradeço que seus amigos tenham me tirado antes que esses vampiros me drenassem por completo, mas... Você também conhece o Alec ou o Jace? Você pode confiar neles?

- Acho que sim. Há algo no Jace que me diz para confiar, mas com o Alec eu senti desde que ele salvou minha vida sem me conhecer, e ele também te salvou.

- Eu sei, mas tenho pensado que toda essa loucura começou quando você tropeçou no Alec no Pandemonium. Você acha que é apenas uma coincidência?

- Sinceramente, nem sei mais o que é verdade ou não. O que eu posso entender é que preciso recuperar minhas memórias e saber quem eu realmente sou... Talvez isso me ajude a me sentir mais segura do que sou. Estou em um limbo sem saber para onde ir.

- Bem, seu melhor amigo está aqui para ajudar - ele segura minhas mãos. - Sabemos que os sonhos são restos de memórias quando parecem tão reais. Você viu sua mãe no sonho antes desse cara arrancar seu cérebro?

- Sim, ela o chamou de Magnus, e é estranho para mim porque tenho um caderno cheio de coisas que fiz com ele quando era criança, ele era meu amigo imaginário...

- Magnus Bane?

- Pode ser. Como você sabe disso?

- Ouvi da vampira ardente, Camille. Ela ficou muito brava com esse Magnus quando contei a ela que alguém apagou suas memórias.