Capítulo 6 - Vermelho E Quente

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ARABELLA

Ano 7026

Acabo de me arrumar, estou com um penteado que deixa meus cabelos presos no topo da cabeça, um vestido azul escuro de passeio e sapatos bonitos. Me direciono para fora do castelo e recuso carruagens para que não saibam para onde vou, despisto Killian e vou para o teatro, onde combinamos de nos encontrar para assitir uma peça curta e ir jantar na sequência. Atraso 15 minutos e ele está parado a minha espera.

- Você está linda, Senhorita Trivonne, boa noite. - Ele me oferece seu braço e eu aceito. Não está com as orelhas pontudas de novo, existem feéricos metamorfos ou é alguma magia para os olhos como a que Killian usa? Eu vejo ele como Killian feérico e as pessoas o vêem como Príncipe Killian. É oque eu acho, não falei com ninguém do palácio, mal me olharam.

- Boa noite, Sr. Darvin. Obrigada. - Que vontadezinha de dar meia volta e ir embora...

- Vamos?

- Vamos.

Nós entramos e nos sentamos, o espetáculo ainda não havia começado.

- Você está deslumbrante, Lia. - Damian sussurra perto de meu ouvido. Eu apenas me esforço para corar as bochechas.

- É facilmente uma das mulheres mais lindas que já vi na vida. - Odeio bajuladores, mas vindo de quem já deve ter visto MUITAS mulheres, é um bom elogio... derrepente, sinto um cheiro forte. Seguro o riso.

- Ah, pare.

- Por que? Gosto de dizer o que penso.

- Porque não diz então que não está pensando purezas em sua mente? - Os olhos dele se arregalam

- O que? - Os olhos dele se arregalam mais ainda em entendimento. Ele se esqueceu que sou feérica?

- Pelo leite de minha mãe, que vergonha. - Levo meu leque na frente da boca para disfarçar a risada presa na garganta que eu tentava conter e balanço a cabeça em negação.

- Isto não foi nada apropriado.

- Se meu instinto não falha, você não é apropriada.

- Não mesmo.

- Mas está até com a pele da mão corada. - Olho para minha mão pequena e magra, com um anel no dedo médio e a balanço, colocando sob o colo.

- Bem, naquele dia, o cheiro estava espalhado por toda parte e não identifiquei de quem vinha, aqui, é quase uma igreja e vem todo de você. - Ele ri.

- Por favor, tape o nariz e finja que isso nunca aconteceu. - O homem age como se isso foi normal. Eu o copio para não parecer inexperiente. Feéricos exalam um cheiro concentrado quando estão... hum, não sei que palavra usar... libidinosos? E não é muito comum para mim, não devo ter conhecido 10 pela minha vida toda.

- Que libertinagem... - Murmuro e ele muda de expressão em súbito ao olhar para a minha pulseira.

- A onde a conseguiu? É muito bonita.

- Minha intuição me diz que tem algo que não estou sabendo pela falta de discrição dele. Era uma pulseira bonita, uma a corrente fina de ouro e pedrinhas claras, um círculo oval e plano com escrituras delicadas no centro.

- Foi um presente. - Não foi, estava no armário de meus aposentos para que eu possa usar.

A peça começou e ele mal estava prestando atenção, olhava apenas para a pulseira e não tirava os olhos dela. Isto dele valer uma fortuna.

- A peça acontece aqui ou lá na frente? - Sussurro como se seu interesse fosse eu e não meu pulso. Que ralé de homem.

- O que?

Dobradora de CoraçõesOnde histórias criam vida. Descubra agora