Capítulo 7 - Lágrimas De Fúria

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KILLIAN

Ano 7026

Bella desce para a mesa de jantar, com calças confortáveis e uma camiseta clara. Senta na borda da mesa e se serve.

- Você teria grimórios aqui? Ou livros didáticos sobre magia? - Ela pergunta sem me olhar. Claro que tenho, mas não lhe daria.

- Claro que não.

- Como não?

- Porque não preciso deles e isso causaria uma revolução. - Uma desculpa ridícula... ela parece decepcionada. - Quer aprender oque?

- Sigilos.

- Posso lhe ensinar, se quiser. - O rosto dela é de quem viu um elefante rosa.

- Eu quero. - Isto também é uma surpresa.

- Não achei que você fosse aceitar, não tão rápido.

- Perguntou esperando que eu não concordasse? Pois eu não perco oportunidades. - Vou ignorar essa última frase.

- Entendo...

- Podemos começar depois de amanhã? Amanhã eu visitarei minha casa. - Então ela pretende mesmo voltar? Pensei que este era o pretexto para fugir do reino.

- Por que não começar hoje? - Se controle, Killian.

- Verdade. Eu aceito. - Bella diz se levantando da cadeira, estava mesmo ansiosa para isso, mas parecia tão seca.

- Acabe de comer primeiro, Arabella. - Vejo ela devorar seu prato de comida, quase do tamanho de uma montanha, como um leão. Que apetite, não? Ela acaba de comer rápido e eu a deixo esperando enquanto termino minha refeição, lentamente, por puro prazer em vê-la se revirar em cima da cadeira.

- Vamos para a biblioteca. - Digo me levantando para guia-la. - Você conhece os de proteção?

- Os básicos, alguns de ataque. Apenas. - Nós caminhamos e adentramos na biblioteca, eu a guio na direção de uma longa mesa, pego um dos muitos papéis em branco, um lápis e desenho um conjunto de riscas e formas geométricas. Um sigilo de desaparecimento.

- Reproduza isto. - Empurro o papel para ela. - Sigilos são feitos com sangue. Sigilos perigosos, são feitos com lágrimas.

- Lágrimas? - O tom dela é rígido como o do dia de meu sequestro. Isto são sintomas de menstruação ou mal humor matinal?

- Sim. No sangue não há emoções, ele apenas trabalha. Lágrimas verdadeiras são involuntárias e por trás delas, podem haver várias coisas, o resultado de um método para o outro é diferente e o dos sigilos de lágrimas podem ser previstos de acordo com o que causou o choro que o criou. - Eu contorno para atrás dela, observando sua silhueta, inspirando seu cheiro de verbena e dama da noite.

- Não sabia dessas coisas. - Arabella fala por cima do ombro e eu observo seu narizinho reto, que a ponta estava sempre para o céu, a qualquer custo. Era tão difícil de me segurar quando eu estava perto dela...

- Grande parte não sabe, é perigoso, você não sabe o que pode acontecer se não tiver conhecimento do que fez a lágrima rolar. - Começo a me aproximar de suas costas, uma idéia terrível pairando sobre minha mente.

- É muito interessante- - Arabella mal acaba de falar quando eu perco o controle de mim mesmo e prego minhas presas na curva de seu pescoço. Ela grita estridentemente e eu agarro seus braços, os colando na lateral de seu corpo enquanto provo seu sangue, que em minha boca era como mel. A garota se debate e pisa em meu pé, lágrimas caiem de seu rosto e eu a solto. Então se vira como uma tigresa, ergue sua mão e acerta meu rosto. PLAFT! Isto ardeu mais do que eu imaginei, mas eu merecia. Ela abre a boca para gritar mais.

Dobradora de CoraçõesOnde histórias criam vida. Descubra agora