Capítulo 3 - Sigilos e Círculos Mágicos

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ARABELLA

Ano 7026

O príncipe estava desacordado, passo o indicador no filete de sangue que sai de seu nariz e desenho um sigilo no chão, fazendo um feitiço. Quem o obedece manteria distância do caminho em que o símbolo está feito, como se fosse um campo de força que os afasta. Pego suas pernas e o arrasto pelo corredor sem desviar para outro caminho, uma linha reta, rezando para que dê em algum lugar perto de uma saída.

A respiração dele muda e percebo que vai acordar. Rapidamente me abaixo e bato com sua cabeça no chão novamente três vezes seguidas e a respiração dele se estabiliza novamente, ou quase para e eu contínuo a arrasta-lo. Uma humana nunca faria isso, o homem devia passar dos 1,90 de altura, ter no mínimo 90kg, e eu não tinha noção nenhuma de peso, porém era mais fácil arrastar meu cavalo.

Entrei em um quarto para coisas que crianças não podem ver e tirei a chave no trinco. Joguei o corpo do príncipe pela janela e comprimi meus olhos com o baque, torcendo para que não tenha quebrado seu pescoço. Eu entro no meio do "jardim-labirinto" de rosas, o agarrando pelos cabelos e tudo que seja fácil de puxar.

-LIAA! A onde está indo? - Escuto alguém gritar meu nome, me viro desesperada e é Liza quem o chama.

- Eu cansei daqueles homens! Estou indo embora! - Grito de volta em pânico, enquanto tento chutar o corpo do príncipe para dentro das roseiras.

- Aí, meus pés estão horríveis! - Falo me abaixando para fingir mecher nos calçados e empurro o corpo pesado com as mãos, ela estava distante e a noite ajudava para que ela não entendesse bem oque via.

- Ah! É sério? Que pena! Bom, não posso ir aí me despedir, estou ocupada, espero que nos encontremos denovo! - Ela diz desapontada e depois animada. Suspiro de alívio.

- Eu também! - Sou sincera e Liz acena para mim, adentrando a porta lateral do palácio. Tiro o homem das roseiras, cheio de espinhos cravados na pele e o arrasto em uma direção diagonal. Pego mais sangue que sai de seu nariz e desenho um outro sigilo em sua testa, para que olhos atentos não o achem. Que não tenha desatentos aqui, pois eu não conhecia outro símbolo.

Tinha pouco conhecimento sobre sigilos mágicos, meu pai não tinha muito conhecimento nessa área e me ensinou o básico do que ele sabia, é perigoso ser diferente por estas bandas e meu conhecimento maior era de poções e coisas do tipo, com Jhony era da mesma forma, só que eu ainda podia fazer umas coisinhas a mais e ele não, porém nada de muito grande.

Este homem é pesado em um nível fora do comum e eu tento puxa-lo o mais rápido possível para a floresta.

Mergulho mata a dentro, procurando por Nock com o príncipe batendo a cabeça em toda pedra, galho e tudo que está no chão. Suor escorre pela minha testa, meu coração pulsa na garganta com a adrenalina e eu penso em jogar tudo para o alto infinitas vezes, o cavalo não estava tão longe, mas eu levei 10 minutos para chegar até ele, oque é muito. Os guardas não estavam com a patrulha completamente levantada hoje, o porquê, eu não sei, mas foi mais fácil fugir.

- Que dia bom para se ser feérica. - Digo para mim mesma ofegando. A audição apurada, o olfato, a força, o tato e a agilidade aguçadas eram indispensáveis. Talvez não fosse um sentido feérico, mas algo que também era indispensável, era minha intuição e algo está extremamente errado, mas é bom manter os pensamentos positivos.

Debruçado e amarrado sobre a sela de Nock, estava o príncipe. Peguei uma faca e rasguei todas as saias do meu vestido caro, quase aos prantos, porque seria impossível montar um cavalo com aquilo. Subi em Nock e cavalguei para a casa como o inferno, rasgando os ventos e oque estava em minha frente.

Dobradora de CoraçõesOnde histórias criam vida. Descubra agora